segunda-feira, 15 de abril de 2019

RIM DE LABORATÓRIO








PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

CIENTISTAS DESENVOLVEM RIM EM LABOTÓRIO 

A ciência médica é metódica e, habitualmente, seus avanços são progressivos em escala constante que permite o desenvolvimento de medicamentos e técnicas cada vez mais precisos e eficientes. Por vezes ocorrem repentinamente avanços que abrem portas para transformações definitivas de terapias. Em 1884 Louis Pasteur iniciou a pesquisa que redundou na vacina antirrábica e, a partir de então, as demais foram um corolário. Alexander Fleming descobriu a penicilina em 1928, mas apenas em 1940 Howard Florey e Ernest Chain, de Oxford, conseguiram produzi-la em escala industrial. Foi o início da era dos antibióticos. Christiaan Barnard, cirurgião sul-africano realizou o primeiro transplante cardíaco em 1967. O paciente morreu poucos dias depois por rejeição. A disponibilização da ciclosporina, em 1979, permitiu que os transplantes se tornassem corriqueiros, mas tem que ser usada pelo resto da vida e afeta o sistema imunológico dificultando o combate às infecções.
Estes preliminares para introduzir o surgimento dum novo ciclo de técnicas para transplantes. GIGANTESCO. As células-tronco que possuímos são capazes de dar origem a outras células e tem capacidade de divisão contínua, candidatando-se a formar novos órgãos que NÃO SÃO REJEITADOS PELO ORGANISMO.

Teoricamente podemos construir qualquer órgão a partir delas. Esta propriedade levou cientistas a ousar num terreno não percorrido até então e estamos no limiar da criação dum rim com células do próprio paciente QUE PRESCINDEM DE MEDICAÇÃO ANTIRREJEIÇÃO. Vejamos na sequência um vislumbre:
Se antes era necessário esperar por 2-3 anos na fila para um transplante de rins, em um futuro próximo seus rins poderão ser feitos em laboratório usando suas próprias células-tronco!                                                                                                                                                 Doenças que afetam os rins representam um grande problema sem solução em todo o mundo. Os rins raramente recuperam sua função uma vez que são danificados por alguma doença. Agora, uma equipe de pesquisadores liderada pelo prof. Dr. Juan Carlos Izpisua Belmonte do Instituto Salk para Estudos Biológicos desenvolveu uma nova plataforma para  tratar doenças renais. Pela primeira vez os pesquisadores geraram estruturas renais a partir de células-tronco humanas abrindo novas possibilidades para o estudo do próprio desenvolvimento renal e para a descoberta de novas drogas com potencial para tratamento renal de nós, humanos. Os resultados foram publicados em novembro de 2013 na revista científica Nature Cell Biology.
ESTRUTURA E FUNÇÃO RENAIS
Cada rim é rodeado por um córtex renal e uma medula renal. As unidades funcionais dos rins são os néfrons e uma rede vascular de capilares que servem para filtrar os resíduos e formar a urina. Cada rim é constituído por cerca de 1 milhão desses filtros microscópicos. Os rins recebem o sangue a partir das artérias renais que por sua vez são abastecidas pela aorta abdominal.

                  FUNÇÃO RENAL                                                                                                                                                 A principal função do rim é a eliminação de resíduos (p. ex., ureia, creatinina), água e sal em excesso do organismo.
CÉLULAS-TRONCO PARA DESENVOVER UM RIM COMPATÍVEL.                                                          Os cientistas haviam criado precursores de células renais com células-tronco no verão de 2013, mas a equipe de Salk foi a primeira a induzir células-tronco humanas a formarem estruturas celulares semelhantes às encontradas em nossos rins.                                                                                                                                        Durante muitos anos as tentativas de se diferenciar células-tronco humanas em células renais tiveram sucesso limitado. O grupo do prof. Belmonte desenvolveu um método simples e eficiente que permite a diferenciação de células-tronco humanas em estruturas 3D bem organizadas.                                                                                                                                  Os resultados da Salk demonstraram pela primeira vez que as células-tronco são capazes de diferenciação em tecidos e células que formam o corpo, desenvolvendo em células semelhantes às encontradas na estrutura inicial no desenvolvimento dos rins, e, em seguida, serem ainda mais diferenciadas em órgãos. Abre-se a perspectiva de construir órgãos a partir de células-tronco com a finalidade de substituir sem risco de rejeição e necessidade de medicação antirrejeição.                                                   Fonte: Instituto Salk para Estudos Biológicos
Comentário do colunista: “Estamos no limiar de sermos “promovidos” e equiparados a automóveis. Peça danificada irremediavelmente? Troca-se por uma nova em folha.             
Para se inteirar com dados mais precisos acesse os links abaixo, um dos quais aborda o controle de outra doença crônica incurável: o diabetes. O pâncreas biônico resolverá em definitivo a preocupação com os choques hiper e hipoglicêmicos, ambos antecâmaras de óbitos evitáveis. Um celular programado e duas minibombas capazes de injetar os hormônios insulina e glucagon produzidos pelo pâncreas. Este tem a finalidade de reequilibrar o índice de glicose quando baixa demasiado ameaçando um choque hipoglicêmico.    
Louis Pasteur – vacina antirrábica; Alexander Fleming – penicilina; Christiann Barnard – transplante cardíaco e agora, Juan Carlos Izpisua Belmonte, do Instituto Salk – rim a partir de células tronco – pâncreas artificial...
ASSIM CAMINHA A HUMANIDADE, O CÉU É O LIMITE.

RIM BIÔNICO
SESSÃO DE HEMODIÁLISE
PÂNCREAS BIÔNICO

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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