Coluna publicada em "www.litoralmania.com.br" - 09/03/2019
“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura.
O FUTURO QUE
JÁ CHEGOU (3)
Terapia genética
Engenharia Genética é o ramo da ciência que consegue reunir diversas
técnicas para fins de manipulação dos genes de qualquer organismo a partir de
experimentos artificiais. Esse processo de manipulação faz com que tais
elementos sejam duplicados, transferidos ou mesmo isolados dos genes originais.
Pode ser utilizada para modificar as características genéticas de qualquer ser
vivo. Organismos geneticamente
modificados são conhecidos e utilizados tanto para a agricultura, pecuária, alimentação,
como para a obtenção de vacinas e drogas farmacêuticas, amplamente usadas e com
resultados extremamente eficazes. Vacinas como a H1N1, nossa conhecida e a
insulina, indispensável para a sobrevida de diabéticos prescindem de quaisquer
comentários quanto à sua eficácia e imprescindibilidade.
Um organismo é chamado de
transgênico quando é feita uma alteração no seu DNA - que contém as
características de um ser vivo. Por meio da engenharia genética genes são
retirados de uma espécie animal ou vegetal e transferidos para outra. Esses
novos genes introduzidos quebram a sequência de DNA que sofre uma espécie de
reprogramação sendo capaz, por exemplo, de produzir um novo tipo de substância
diferente da que era produzida pelo organismo original.
É importante saber que um dos
grandes feitos da engenharia genética é a manipulação dos genes com o objetivo
de curar doenças genéticas, conhecida como terapia gênica ou geneterapia.
Essa terapia consiste no uso da engenharia genética para tratar as pessoas
portadoras de doenças, deficiências ou danos, com o desejo de restaurá-las para
o estado normal de saúde.
A terapia genética,
ou gênica, é um tratamento inovador que utiliza modificações
dos genes para tratar uma doença e pode, no futuro, ser a cura de diversas
doenças genéticas e, até mesmo do câncer.
Este tipo de
terapia consiste, principalmente, em provocar mudanças no DNA nas células
afetadas pela doença e ativar as defesas do corpo para reconhecerem os
tecidos danificados e conseguirem eliminá-los, o que é feito com a
injeção, no organismo do paciente, de tecidos ou vírus geneticamente modificados.
As doenças que podem
vir a ser tratadas desta forma são aquelas que envolvem alguma
alteração no DNA, como o câncer, doenças autoimunes, diabetes, epilepsia,
dentre outras doenças degenerativas ou genéticas, entretanto, em muitos
casos ainda estão em fase de testes.
1. Coleta-se
uma amostra do tumor ou tecido do órgão afetado;
2. Localiza-se
o local do DNA que está alterado na doença;
3. São obtidos
fragmentos de DNA que contém a informação correta e são
colocados dentro do material genético de um vetor, que pode ser um vírus;
4. Injeta-se o
novo vírus geneticamente modificado na amostra de tecido doente (o vírus
também é alterado para não provocar doenças);
5. O tecido
com o novo material genético é introduzido no organismo,
para que assim as células passem a se comportar de forma saudável,
corrigindo o defeito genético.
Além disso, outra
forma de terapia gênica, menos utilizada, é chamada de método in-vivo, é feita
injetando-se o tecido com material genético modificado diretamente no
organismo, sem necessidade de passar por uma amostra fora do corpo.
Doenças que a terapia gênica pode tratar
A terapia gênica é
promissora para o tratamento de qualquer doença genética, entretanto,
somente para algumas já pode ser realizada ou está em fase de testes.
Alguns tratamentos disponíveis incluem:
·
Tratamento do câncer,
principalmente leucemias, linfomas, melanomas e sarcomas.
·
Doenças causadas por mutações genéticas,
como deficiência de adenosina deaminase, leucodistrofia metacromática
ou síndrome de Wiskoff-Aldrich, por exemplo.
Este tipo de
terapia também é promissora ao tratamento de outras doenças, como HIV,
hemofilia, doença de Parkinson, além de diversas doenças auditivas ou visuais,
entretanto, ainda não está disponível nos centros médicos do Brasil, pois é
cara e necessita de uma tecnologia avançada.
Terapia
genética contra o câncer
A terapia genética
para tratamento do câncer já é realizada em alguns países, e pretende ser
iniciada no Brasil. É particularmente indicada para casos
específicos de leucemias, linfomas, melanomas ou sarcomas, por
exemplo.
Este tipo de
terapia consiste, principalmente, em ativar as células de defesa do corpo para
reconhecerem as células tumorais e conseguirem eliminá-las, o que é feito com
a injeção de tecidos ou vírus geneticamente modificados no organismo do
paciente.
Acredita-se que,
futuramente, a terapia gênica se torne mais eficiente e substitua os
tratamentos atuais para o câncer, entretanto, como ainda é cara e
necessita de uma tecnologia avançada, é preferencialmente indicada em casos que
não respondem ao tratamento com quimioterapia, radioterapia e
cirurgia.
Em três colunas me
propus apresentar algumas das últimas descobertas da ciência médica utilizadas
no abrandamento dos sofrimentos causados por moléstias que sempre existiram e
outras derivadas do nosso modo de viver, dinâmico, agitado e, por vezes,
descontrolado. Como complemento, a cura com retorno ao estado sadio. Algumas
dessas terapias ainda estão em fase experimental enquanto outras, mais ousadas
e complexas, pertencem ao futuro. Esperamos que próximo.
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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