Coluna publicada em "www.litoralmania.com.br" - 28/02/2018.
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“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
AS LEIS SÃO
COMO TEIAS DE ARANHAS
Os diferentes segmentos que
compõem a sociedade humana têm para se embasar e justificar seus comportamentos,
livros que compilam obrigações, direitos e maneiras de conviver.
O Torá dos israelitas, o
Corão dos islamitas e a Bíblia dos cristãos codificam os preceitos morais e a
tradição. São os mais conhecidos.
As nações se regem por
princípios inseridos nas constituições. A do Brasil, de outubro de 1988, no seu
art. 5º determina:
“Todos são iguais perante a
lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e
estrangeiros residentes no Brasil a inviolabilidade do direito à vida, à
igualdade, à segurança e à propriedade”.
Lindo de ler, fácil de
entender, absolutamente desconsiderado na vida real. George Orwell na sua obra “A revolução dos
bichos” já proclamava: “Os animais são todos iguais, mas alguns são mais iguais
que outros”. Acertou na mosca e esta é a distinção que vige no mundo real dos
humanos.
Inúmeros exemplos pululam
onde quer que se mire:
·
Aposentadorias
têm valores estipulados de acordo com as categorias, seus reajustes obedecem a
regras díspares.
·
Leis são interpretadas
desigualmente e, inclusive, os “mais iguais” tem direito a foro privilegiado.
Tudo isso acontece às escâncaras e não há como contestar juridicamente.
Para extrapolar,
diuturnamente ocorrem fatos que passam ao largo das responsabilizações, ao arrepio
da lei. O mais grave ocorre quando pessoas lotadas para combater o crime, quais
agentes duplos de espionagem são cooptados pelos malfeitores e servem a dois
senhores aproveitando informações às quais tem acesso pelo cargo que ocupam.
Recentemente um conhecido traficante foi assassinado por elementos duma gangue
rival e, pasme, seu segurança pessoal no momento era um policial civil lotado
na Secretaria de Segurança do estado. Foi indiciado por integrar a organização
criminosa.
Dirigentes da Petrobras,
diretores de empresas (nacionais e internacionais) contratadas para prestação
de serviços, políticos e doleiros (que faziam o transporte e entrega de valores
dos subornos) serão julgados. Os com foro privilegiado, pelo STF.
O montante dos prejuízos
materiais e de credibilidade da Petrobras são incalculáveis tanto que o balanço
foi publicado inicialmente sem os valores da corrupção e do suborno. Sabe-se
que a Petrobras, avaliada em R$ 380 bilhões em 2.010, descambou para R$ 114,1
bilhões. A agência de classificação de riscos Moody’s reduziu as notas de
crédito - ratings – da dívida da Petrobras em moeda estrangeira e moeda
nacional de Baa1 para Baa2, e manteve perspectiva negativa. Admite-se que os
escândalos contaminaram outros órgãos, inclusive em nível estadual, numa escala
assustadora e sem precedentes.
Na eventualidade de ter o
crédito inacessível pelos caminhos normais restará ao governo bancar os
dispêndios dessas estatais, por mais que a situação seja de contenção absoluta
de gastos. Afinal, devido ao seu gigantismo e importância para a nação elas são:
“TOO BIG TO FAIL” – muito grandes para falirem.
“AS LEIS SÃO COMO AS TEIAS
DE ARANHA, APANHAM OS PEQUENOS INSETOS E SÃO ROMPIDAS PELOS GRANDES”. (Sólon, poeta-político
grego, 630 a. C. – 560 a.C.)
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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