Coluna publicada em www.litoralmania.com.br - 29/07/2017.
QUO VADIS?
Quantas vezes dirigimos esta pergunta a nós mesmos?
Como empregar o dinheiro que dispomos?
Como reagir a eventuais desentendimentos com entes que nos são caros?
Porém, uma questão assombra como um fantasma: aonde rumará nosso país após
serem desvendadas as falcatruas que pipocam e são do conhecimento geral? E mais, como podemos influenciar o futuro?
Pensamos, é insignificante um voto, uma reação individual. Errado. Lembrem a história do pássaro que transportava no bico uma gota d'água para ajudar a apagar o incêndio florestal.
Realmente, sós pouco podemos fazer, porém, se houver uma "ola" (como a das torcidas no futebol), ela se propagará.
Um voto direcionado a expurgar pulhas, se acompanhado por outro... outro... outro... terá um efeito dominó.
Atenciosamente,
Jayme
http://www.litoralmania.com.br/quo-vadis-jayme-jose-de-oliveira/
“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
QUO VADIS
Humanos têm seus medos e suas dúvidas os conduzem à
vacilação ante perigos ou temores por consequências possíveis. Quem de nós
nunca vacilou ante o risco de se ver imerso em situações de extremo risco,
perder posições de relevo, a perspectiva da perda de bens duramente amealhados
e mesmo a própria vida? Personagens insignes, muitas, tiveram suas fraquezas.
Grandeza é superar as tentações apesar das consequências possíveis e, se
incorrermos em erro, termos a coragem de retornar ao rumo certo. Lembro Pedro, apóstolo, a quem Jesus
disse: -“Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e as portas
do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus;
o que atares na terra será atado nos céus e o que desatares na terra será
desatado nos céus” (Mateus 16:18-19). Pedro, contudo, desnudou sua
fragilidade humana, negou seu Mestre três vezes depois que Ele foi preso no
jardim Getsêmani.
Mais tarde, fugindo de Roma e duma provável crucificação, o apóstolo
Pedro encontra Jesus ressuscitado e pergunta: -“Quo vadis”? (Para onde
vais?) Jesus responde: -“Roman vado iterum crucifigi”
(Vou a Roma para ser novamente crucificado).
Pedro ganha coragem para continuar sua
pregação e acaba mártir (Atos de Pedro, evangelho apócrifo). Reparem
no significado desses fatos: Pedro caiu, mas retornou revigorado e disposto a
enfrentar o que surgisse pela frente. O martírio veio, mas a Igreja sobrepujou
o Império e segue cada vez mais pujante.
O Brasil navega num mar
encapelado e ameaça naufragar, cumpre à nós retomar o rumo perdido e não dar
ouvidos às sereias que pretendem nos seduzir.
“As dificuldades políticas
pelas quais passamos têm claros efeitos sobre a conjuntura econômica e vêm se
agravando a cada dia. Precisamos resolvê-las respeitando dois pontos
fundamentais: a Constituição e o bem-estar do povo. Mormente agora, com 14
milhões de desempregados no país, urge restabelecer a confiança entre os
brasileiros para que o crescimento econômico seja restabelecido”. (Fernando
Henrique Cardoso (Folha de São Paulo, 26/06/2017). O
ex-presidente continua: “A operação Lava-Jato desnudou
laços entre corrupção e vitórias eleitorais, bem como mostrou o enriquecimento
pessoal de políticos”. “A justiça há de ser feita sem vinganças, mas
também sem leniências com os interesses políticos”.
“Diferentemente de outras crises que vivemos, nesta não existe “um lado
de cá” pronto para assumir o governo federal”.
Este é o ponto crucial:
temos de varrer a sujeira do putrefato, não para baixo do tapete, para longe de
tudo que lembre o passado ignominioso. Recomeçar procurando a higienização e,
como a Igreja fez há 2.000 anos, assentar sobre rocha firme e desdenhar as
areias movediças de antanho.
Não esqueçamos, contudo, a
fragilidade humana, relembremos o evangelista Mateus: Disse-lhe Pedro:
-“Ainda que sejas para todos uma pedra de tropeço, nunca o serás para
mim”. Declarou Jesus: “Em verdade te digo que esta noite, antes de cantar o galo, três vezes
me negarás”. Replicou-lhe Pedro: -“Ainda
que me seja necessário morrer contigo, de nenhum modo te negarei” (Mateus 26:
33-36). Todos os discípulos
disseram o mesmo.
Como nos relata a história, Pedro fraquejou ante a perspectiva do
martírio nessa ocasião. Traiu seu Mestre. Posteriormente, dando-nos exemplo da
possibilidade de recuperação de nossas fraquezas momentâneas, empreendeu a
grande caminhada que conduziu a Igreja à pujança que hoje ostenta.
SAIR DO ATOLEIRO DEPENDE DE
NÓS, APENAS DE NÓS. E DAS NOSSAS ESCOLHAS FUTURAS.
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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Cirurgião-dentista aposentado