Coluna publicada em 02/062.017
http://www.litoralmania.com.br/ciencia-e-natureza-jayme-jose-de-oliveira/
“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
CIÊNCIA E
NATUREZA
“Há mais revolução na ciência que na política,
Einstein mudou mais a maneira como vemos o mundo do que qualquer político. Mudanças
são necessárias porque se não mudássemos ainda estaríamos vivendo em cavernas e
ignorando o progresso”. (Carlos Rovelli, cientista italiano)
A ciência pode
evoluir individualmente ou em pequenos grupos, porém a política tem que ser
elaborada em conjunto, se não o for criaremos irremediavelmente o
autoritarismo, ditaduras. A tirania é o passo final e a degradação
humana o resultado. Os p olíticos costumam prometer coisas que muitas vezes não cumprem. A ciência navega num ambiente hermético e a grande dificuldade de quem a
quer divulgar é explanar com palavras simples assuntos complexos, sem descair
para o simplório. As pessoas preferem ser informadas de maneira que talvez não
compreendam na totalidade, jamais admitem ser enroladas com blá-blá-blás que,
evidentemente, lhes tentam convencer da sua incapacidade de aprender. Não é
verdade, todos somos aptos a absorver novidades, mesmo as mais complexas, desde
que apresentadas de maneira compreensível. Um exemplo é o perigo do aquecimento global tão referido atualmente em
todos os escalões. Quando ecologistas extremados atribuem tudo à ingerência
humana (motores de combustão interna, consumo exacerbado, fábricas poluentes,
etc.) desconsiderando as contribuições milenares da natureza (vulcões, por
exemplo), tornam-se inconfiáveis e mesmo os não especialistas percebem o
exagero desta condução do raciocínio. Causa riso, por exemplo, a acusação de
que até terremotos e tsunamis têm origem na atuação humana. Nem mesmo as bombas
H detonadas no atol de Biquini conseguiram causar danos na crosta terrestre,
foram os de maior produção de energia gerados pelo homem e apesar disso,
centenas, milhares de vezes menores que a desprendida por um vulcão de potência
média em atividade, quanto mais os catastróficos que ocorrem de tempos em
tempos.
Em 01/11/1952, no atol de Enewetak, Oceano
Pacífico, uma bomba com poder equivalente à detonação de 10 MT (10 milhões de
toneladas de TNT) abriu uma cratera de 2 quilômetros de diâmetro e 50 metros de
profundidade. Vaporizou 80 milhões de toneladas de rochas e seu cogumelo se
elevou a 39 quilômetros de altura. As ondas de choque deram a volta ao redor da
Terra e foram registradas no Observatório de Berkeley, Califórnia. Em
01/03/1954, nas ilhas Marshall, atol de Biquini, um artefato com a potência de
15 MT gerou um cogumelo de 40 quilômetros de altura e 100 quilômetros de
diâmetro. Foi o maior e mais potente detonado pelos EEUU. Nenhuma delas
ocasionou danos globais permanentes, circunscreveram sua atuação às cercanias.
No dia 26/08/1883
a ilha de Krakatoa, na Indonésia, desapareceu. A sucessão de erupções do vulcão
Parboewatan durou 22 horas, atirou pedras a 26 quilômetros de altura e o som da
explosão foi ouvida a 5 mil quilômetros. Os efeitos da catástrofe, como poeira
e cinzas circundaram o globo, causaram uma súbita queda de temperatura ambiente
e obscurecimento da iluminação por aproximadamente 18 meses, levando anos para
voltar ao normal. Tsunamis ocorreram em diversos pontos do planeta. Perto das
ilhas Java e Sumatra as ondas chegaram a mais de 40 metros de altura. A ilha
possuía 882 metros de altitude e foi riscada do mapa.
ALGUÉM PODE CRER QUE O HOMEM PODERIA OCASIONAR
TAMANHA CATÁSTROFE?
Cientistas afirmam
que a nova formação (vulcão) Anak Krakatoa pode ser ainda mais poderosa que o
antigo Krakatoa. Com a explosão os três montes foram transformados num só,
criando uma cratera que chega a 50 quilômetros subterrâneos, um gigantesco
depósito de lava. Acredita-se que se o Anak Krakatoa atingir altitude próxima à
de seu pai e se uma nova grande erupção acontecer, grande parte da população mundial
e parte de toda a flora e fauna podem morrer. O Anak Krakatoa é um vulcão
extremamente ativo e quase sempre é colocado em alerta nível 2. Os cientistas
não podem afirmar quando ele irá entrar em erupção crítica, mas já disseram que
vai acontecer.
Temos que nos
conscientizar que urge pararmos de afrontar a natureza. MESMO EM PROPORÇÕES
MENORES, ESTAMOS PROVOCANDO TRANSFORMAÇÕES DELETÉRIAS e nossos descendentes
sofrerão as consequências. A ciência que causa problemas se mal utilizada, pode
e deve desbravar caminhos que nos proporcionarão conforto e qualidade de vida jamais
sonhados.
A ESCOLHA É NOSSA,
NÃO PODEMOS CONTROLAR A NATUREZA E O MEIO AMBIENTE, NOSSA INTERFERÊNCIA PODE,
SIM, EXACERBAR OS MALEFÍCIOS!
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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