“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
O UNIVERSO
ATRAVÉS DO TEMPO
Características essenciais do “homo sapiens” são a
curiosidade e a insatisfação. A primeira o impele a perscrutar tudo o que
acontece ao seu redor, o que as origina e as essências desses fenômenos. A
insatisfação não permite que descanse enquanto não elucida o que desconhece.
Cedo ou tarde descobrirá, ainda não chegamos ao conhecimento absoluto e talvez
nunca o façamos, o certo é que jamais desistimos.
Na tentativa de explicar qual a natureza da matéria
que constitui o universo, surgiram, desde os mais remotos tempos, várias
teorias.
Uma delas foi a de que tudo o que existe era uma
grande massa e portanto não existiam espaços vazios.
No século V a. C. o filósofo grego Empédocles
aventava que tudo o que existe seria composto por quatro elementos: terra,
fogo, ar e água. Era a teoria dos quatro elementos.
Na mesma época, Demócrito e Leucipo acreditavam que
as coisas do mundo eram feitas de unidades muito pequenas. Ao partir os objetos
em pedaços cada vez menores, uma hora chegaremos a uma partícula tão minúscula
que não poderá mais ser dividida: o átomo (indivisível em grego). A matéria
seria formada por átomos justapostos sem espaços entre eles, numa massa
compacta.
Em 1911, o cientista Rutherford aproximou um material
que emitia partículas alfa sobre uma lâmina finíssima de ouro e observou que a
maioria das partículas atravessou a lâmina e apenas algumas poucas eram detidas
ou refletidas. Rutherford concluiu que os átomos não eram maciços e
justapostos, mas núcleos pequenos, densos, eletricamente positivos, dispersos
em grandes espaços vazios. Para explicar como, sendo o núcleo positivo, a lâmina
era de natureza neutra, era necessário que partículas negativas orbitassem o
núcleo. Vingou a teoria que os átomos eram semelhantes a sistemas solares em
miniatura. O núcleo representaria o sol e os planetas os elétrons. Hoje sabemos
que o tamanho dos átomos é de 10.000 a 100.000 vezes maior que o núcleo. Para
termos um parâmetro do que significa, imaginemos um átomo do tamanho do
Maracanã, o núcleo poderia ser representado por uma formiga saúva no centro do
gramado
É necessário ter em conta que a ciência está em
constante evolução e o que estamos a estudar agora pode se revelar sob outra
forma no futuro. Atualmente já não se concebe o átomo como indivisível e toda a
teoria da radioatividade e consequências se baseiam nesse fato, mas isso já é
outra história.
O conhecimento não se movimenta num movimento
contínuo e uniforme, ao contrário, por vezes, quando julgamos ter alcançado um
estágio quase definitivo, descobrimos novo patamar que se vislumbra na fímbria
do horizonte. Ocorre frequentemente, a última quando se comprovou ser o átomo
constituído por partículas ainda menores e, por consequência, uma nova
perspectiva se apresentou: o aproveitamento da energia provinda da fissão e da
fusão nuclear.
Em 1930, nos surpreendeu o conhecimento que tudo
quanto supúnhamos fosse o Universo, não passa de 4% do existente. A “Energia
Escura” e a “Matéria Escura” se apresentam como elementos principais. De certo
modo é tão ou mais impactante quanto a teoria do átomo aventada no século V a.
C. por Demócrito e Leucipo.
A matéria escura e a energia
escura são soluções propostas para explicar alguns fenômenos gravitacionais, e,
até onde sabemos, são coisas distintas.
Embora juntas respondam por mais
de 95% do nosso universo, só sabemos de sua existência por meios indiretos,
observando seus efeitos sobre o universo e tentando deduzir suas propriedades a
partir deles.
A matéria escura foi proposta nos
anos 1930 por Fritz Zwicky para explicar a diferença entre a massa
gravitacional e a massa luminosa.
A massa gravitacional de um objeto é
determinada pela matéria nas galáxias que não emite luz. A massa luminosa é determinada
pela soma de toda luz.
A matéria escura, aparentemente,
é a responsável pela estrutura que vemos no universo, como as galáxias. É ela
que “segura” estes objetos imensos impedindo que se desagreguem.
O Big-Bang, há 13,7 bilhões de
anos originou a expansão do universo e acreditava-se que esta expansão iria
diminuindo com o tempo, porém se comprovou que, ao contrário, está se acelerando. A explicação aventada
pelos cientistas é que a energia escura, além de contrabalançar os efeitos da
matéria escura, consegue superá-la resultando desta disparidade de forças a
expansão verificada.
Nossas melhores mentes estão
trabalhando no problema e nossa melhor tecnologia está examinando o cosmos, e,
por enquanto, não há outra explicação para os efeitos que observamos: a matéria
escura e a energia escura são reais. A composição do universo, até onde sabemos
é de, aproximadamente: 4% matéria normal, 26% matéria escura e 70% de energia
escura.
Aguardemos novos conhecimentos,
que certamente virão. Por enquanto assimilemos que aquilo que enxergamos não
passa de uma diminuta porção do que realmente existe.
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado