sábado, 11 de julho de 2020

A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL LIBERA





PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

A INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL LIBERA

Num mundo cada vez mais complexo, não há mais espaço para discussão polarizada. É possível compatibilizar saúde e economia desde que se tenha o discernimento necessário para manter em vigor os princípios essenciais para a sobrevivência e se abra mão de alguns privilégios que se caracterizem nitidamente corporativistas.
A informalidade, as micro e pequenas empresas apresentam resiliência e saúde financeira mais sensível e devem receber atenção especial na distribuição de recursos, liberação de algumas exigências fiscais e mesmo de adimplência. O mundo passa atualmente por um período de transição e marcha inevitavelmente para um equilíbrio ancorado em regras, costumes e compartilhamentos diferentes dos que estamos habituados. O que dizer da autorização para aumento das tarifas de pedágios em meio da pandemia que sufoca?
O corporativismo existente, desde o que representa classes menos influentes até os componentes da macroeconomia tem dado pouca importância ao humanismo e impondo táticas que visam o deus-lucro acima de tudo.
Difícil acreditar que houve época mais discriminadora? Thomas Morus, em 1516, escreveu “Utopia”. A elite econômica representada pela aristocracia, detentores de grandes fortunas e poder político, tudo podia e tudo exigia. À plebe... 16 horas de trabalho diuturno; sem sábados e domingos para descanso; sem férias; sem aposentadoria; sem direitos. A Justiça aparelhada para garantir “direitos” dessa elite onipotente e a plebe sem direitos, apenas deveres.
Isso é passado, atualmente está consolidada, por exemplo, a CLT garantindo os direitos trabalhistas, a aposentadoria, a assistência médica universal entre outros. Natural para nós, impensável num passado nem tão distante. O que dirão nossos descendentes sobre a indiferença com os menos abonados?
Leis esdrúxulas, incompreensíveis, como a admissibilidade de cartões de crédito a cobrarem juros de 319,5% ao ano como atualmente no Brasil? Nem como piada de mau gosto! Em países nos quais o sistema bancário funcione racionalmente, inadmissível!
Chegaremos, sim, a prestigiar e proteger mais o trabalho que o capital. Mesmo considerando que sem capital financiador não existem empresas, sem empresas não existem empregos, temos que convir também, que sem empregos preenchidos não existem empresas. Ainda não alcançamos o estágio em que a Inteligência Artificial (IA) pode substituir o labor humano por robôs em tarefas repetitivas. Os humanos se reservarão o privilégio de se aterem a tarefas nobres, o cérebro será o alvo das atenções, às máquinas os labores exaustivos. Consideram uma miragem? Remontem a um passado nem tão longínquo, à época em que o transporte de mercadorias e mesmo de pessoas era dependente da força muscular, de pessoas ou animais amestrados. Escravos locomoviam liteiras e transportavam mercadorias.
A invenção da roda e da alavanca alavancaram (perdoem o trocadilho) e o resultado: alívio aos músculos e possibilidade de transportar cargas mais pesadas. As velas dos barcos substituíram os remos, a máquina a vapor de Robert Fulton, em 1803, superou o velame e os mastros. O progresso continuou de maneira alucinante. Santos Dumont e os irmãos Wright abriram as postas do céu, Werner von Braun, a partir dos foguetes V2 da II Guerra Mundial, nos levou a orbitar o planeta, já atingimos a Lua com voos tripulados e estamos no limiar de invadir-colonizar o espaço sideral.
Não há limites para aquilo que o homem almeja. Júlio Verne vaticinou: “tudo o que um homem pode imaginar, outro homem realizará”.
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

Nenhum comentário:

Postar um comentário