domingo, 31 de maio de 2020

SOLIDARIEDADE ÀS FAMÍLIAS






PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

SOLIDARIEDADE ÀS FAMÍLIAS
Ao prestar solidariedade às famílias que perderam entes queridos para o COVID-19, Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) avaliou o impacto negativo de discussões políticas em meio à epidemia.                                                                                                       “A situação do país torna-se ainda mais grave diante de posturas autoritárias que afrontam as determinações científicas e negam a autenticidade de pesquisas sérias organizadas por organismos responsáveis”.
O resultado de um estudo publicado pela revista científica do Reino Unido “The Lancet” sobre o uso da cloroquina e hidroxicloroquina no tratamento do COVID-19 deve ser considerado importante para dirimir dúvidas. Dados coletados em 671 hospitais de seis continentes, em 96.032 pacientes, entre 20 de dezembro de 2019 e 14 de abril de 2020 revelam índices perturbadores:            
81.144 do grupo de controle não receberam esses medicamentos, houve 9,3% de mortes;     1.868 receberam apenas cloroquina: 16,4% de mortes;                                                            3.783 receberam cloroquina com macrolídio (azitromicina): 22,2% de mortes;                        3.016 receberam hidroxicloroquina: 18% de mortes;                                                                6.221 receberam hidroxicloroquina com macrolídio (azitromicina): 23,8% de mortes.

O risco de arritmia ventricular com o grupo de controle foi de 0,3%;                                          com cloroquina sozinha: 4,3%;                                                                                                    com cloroquina associada à azitromicina: 6,5%;                                                                  com hidroxicloroquina sozinha: 6,1%;                                                                                          com hidroxicloroquina associada à azitromicina: 8,1%.

Eduardo Sprinz, chefe do Serviço de Infectologia do Hospital de Clínicas de Porto Alegre considera este tratamento uma miragem.                                                                                  Para o professor de Epidemiologia da UFRGS, Jair Ferreira, o uso dos medicamentos faz mal a pacientes já hospitalizados, porém não é conclusivo quanto ao seu uso precoce.              O professor de Infectologia da UFRGS, Alexandre Zavascki, acredita que o estudo é forte o suficiente para que o uso se restrinja a ambientes de pesquisas, com ressalvas. Com o que dispomos hoje já temos embasamento para não indicar a cloroquina para nenhum paciente. Com o medicamento o número de pacientes com arritmia foi muito maior, só que eles estavam internados e as arritmias foram controladas. Se eles não estivessem dentro de um hospital, morreriam.
A restrição de locomoção para dificultar a expansão do coronavírus decretada por alguns prefeitos e governadores não fere preceitos constitucionais. É inegável que a própria Constituição autoriza, seja administrativamente ou do ponto de vista mais radical, se houver necessidade, restrições ao direito de ir e vir.                                                                              “As pessoas não estão sendo tolhidas do direito de ir e vir. As pessoas devem respeitar a saúde de toda a coletividade. Se você for colocar em risco a saúde de toa a coletividade, é você quem está infringindo a lei” (Alexandre Moraes, Ministro do STF).
Apesar de estudos realizados em ambientes cientificamente controlados, o presidente Jair Bolsonaro insiste enfaticamente em exigir que o Ministério da Saúde determine o uso indiscriminado dos dois fármacos, tendo inclusive demitido os Ministros Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich que resistiam a esta determinação.
O presidente 
Jair Bolsonaro usou o Twitter para informar sobre a nova orientação do Ministério da Saúde para incluir o uso da cloroquina no tratamento de casos leves da COVID-19, mas admitiu que o uso do medicamento ainda não tem comprovação científica.
"Ainda não existe comprovação científica, mas [está] sendo monitorada e usada no Brasil e no mundo. Contudo, estamos em guerra: 'Pior do que ser derrotado é a vergonha de não ter lutado', escreveu o presidente.
Nosso reconhecimento e gratidão aos brasileiros conscientes que permanecem em quarentena para não se contaminarem e, por conseguinte, servirem de vetores para a propagação da pandemia para os heróis anônimos que enfrentam estoicamente o vírus em seus locais de trabalho e arriscam suas vidas exercendo atividades que não podem ser descuradas.  
O impacto das declarações do ex-presidente Lula, que aconteceram durante uma entrevista por videoconferência ao jornalista Mino Carta, da revista "Carta Capital", exorbitam o concebível.                                                                                                                                      O ex-presidente celebrou a aparição do novo coronavírus para mostrar a necessidade de uma maior presença do Estado. "Quando vejo essas pessoas acharem bonito que 'tem que vender tudo o que é público', que o 'público não presta nada', ainda bem que a natureza contra a vontade da humanidade, criou esse monstro chamado coronavírus. Porque esse monstro está permitindo que os cegos comecem a enxergar que apenas o Estado é capaz de dar solução a determinadas crises. Essa crise do coronavírus, somente o Estado é que pode resolver isso", disse Lula... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/ansa/2020/05/20/ainda-bem-que-o-monstro-do-coronavirus-apareceu-diz-lula.htm?cmpid=copiaecola.
Para atacar, e nisso tem razão, as aleivosias do seu inimigo político, Lula não tem pejo de se regozijar com uma pandemia mundial que já sacrificou, até o momento que redijo esta coluna, 360.860 pessoas no mundo (28.077 no Brasil). As famílias dessas vítimas não compartilham a alegria do ex-presidente. O pedido de desculpas feito após se dar conta da enormidade do absurdo não servirá jamais de consolo.
Repiso, líderes não têm o direito de agir de maneira tão estapafúrdia, insensata.




Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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