“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
O IMPERFEITO
SUBLIME – 14/09/2018
Thomas Morus (1478-1535) viveu na
Inglaterra numa época em que camponeses eram expulsos de suas terras, bandos de
ladrões proliferavam e uma justiça cega e cruel era imposta por uma realeza
ávida de riquezas e poder. A revolta de Thomas Morus eclodiu na obra “UTOPIA”
(do grego: lugar que não existe) apresentando uma sociedade alternativa, uma
república onde a propriedade particular e o dinheiro são incompatíveis com a
felicidade.
Inspirou os socialistas tendo Marx como
teórico e Lenin seu discípulo. Revelaram-se tão utópicos quanto os
predecessores, descambando em sociedades autoritárias. O erro crasso e
fundamental foi considerar o homem um ser passível de ser regido por regras
inflexíveis, como os animais que seguem inapelavelmente seus instintos. Os
fundamentos basilares do homo sapiens sapiens é o livre-arbítrio e a
individualidade. Não somos produzidos em série como máquinas nem adstritos a
espaços e competências inalteráveis como abelhas numa colmeia. Cada um de nós é
único e querer coagir a força jamais terá êxito em longo prazo. Uma
consequência natural é o fato de, por sermos tão díspares, acumulamos
qualidades e imperfeições. Estas, as imperfeições, não podem ser execradas e
sim admitidas como parte inerente de nossa personalidade. Cumpre-nos
administrá-las de tal modo que as tornemos integrantes do convívio social onde
a família é o núcleo central.
Você tem uma família “perfeitamente
imperfeita”? Então você está com sorte. O pedagogo e professor de filosofia espanhola
Gregorio Luri lembra
o momento preciso em que examinou seu trabalho como pai e descobriu que, mesmo
não sendo um pai modelo em todos os sentidos, ainda era um bom pai, isto é, um
pai normal e imperfeito. A partir desse dia, começou a fazer as pazes com as
imperfeições passadas.
A criança que cresce sabendo que pode
ser amada apesar de suas imperfeições (não por causa delas) aprende a suavizar
suas pequenas falhas para merecer o amor que recebe. Numa família imperfeita,
mas saudável, a solidariedade não é negociável, permanece sólida enquanto tudo
muda.
Se quisermos ajudar nossos filhos a pensar, vamos
dialogar com eles, porque nada estimula tanto o cérebro quanto a boa conversa
e, para completar, ensinar a desfrutar
o silêncio e a interioridade. Se não podemos lidar com o silêncio, como
vamos aprender a nos ouvir? O silêncio, a capacidade de desfrutar o silêncio é
uma atividade, não é apenas ficar quieto. É uma atividade que nos ajuda a
entrar em nós mesmos. Se
quisermos ajudar nossos filhos a viver, vamos lhes dizer que nem sempre se
consegue o que deseja, pois a vida também é imperfeita, assim como os
pais. “Por favor”, “obrigado”, “desculpe”, “eu confio” são palavras mágicas, a
estrutura básica da cordialidade.
As crianças são como barcos e é claro que elas
encontram segurança no porto, mas precisamos insistir que elas não são feitas
para ficarem ancoradas, mas para navegarem em águas mais profundas e enfrentarem
a vida por conta própria.
Há muitas dificuldades, mas quando você, olhando
para trás, descobre que sua vida familiar tem sentido, descobre a satisfação de
que um dia você aceitou que ser um bom pai significava ensinar seus filhos a
viver sem você e agora você descobre que eles conseguem devolver o amor que
receberam. E para um pai imperfeito não há satisfação íntima maior.
Uma coisa que você precisa aprender na vida é amar
a si próprio. Isso não significa egoísmo e sim apreciar o que é mérito nosso,
nos permite amar os outros de igual modo. É nos perdoarmos quando cometemos
erros, afinal somos humanos e não é crime colocar nossas necessidades em
primeiro lugar, às vezes. Perdoe-se por erros no passado e que sirvam de alerta
para não repeti-los no futuro. O Papa Francisco, na sua primeira homilia, pediu
aos fieis que estavam na Praça do Vaticano: “Rezem por mim que sou um pecador”.
Não tenha medo de mudanças, mude o que precisa ser mudado,
pode parecer difícil, porém é importante para encontrar satisfação na vida.
Faça algo que lhe traga felicidade todos os dias,
todo o mundo precisa reservar “um tempo para si”, aquele momento em que
dedicamos nosso tempo para algo que nos traz alegria. Não há egoísmo em cuidar
das nossas próprias necessidades, isso nos fornece energia para pensar em
outros no resto do tempo.
Não tenha medo de coisas e oportunidades novas,
ouça a sua intuição e seja honesto consigo mesmo e assim poderás ouvir seu
próprio conselho.
Acredite em si mesmo porque, se você não acreditar
ninguém vai acreditar. Mantenha a cabeça erguida e não tenha vergonha de se
sentir orgulhoso do sucesso, de perseguir o que quer, sem medo do fracasso. Na
história da sua vida você é o escritor, não o leitor. Esteja sempre presente em
sua vida, você não terá outra oportunidade.
Para concluir: SEMPRE FAÇA UM ESFORÇO PARA SER
GENTIL E AMOROSO.
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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