sábado, 1 de setembro de 2018

CIRURGIA ROBÓTICA







Coluna publicada em 01/09/2018

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PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

CIRURGIA ROBÓTICA
​​​​​​​A cirurgia robótic​a pode ser co​nsiderada uma evolução da cirurgia minimamente invasiva laparoscópica. Ou seja, o cirurgião estabelece os acessos e introduz a câmera e os instrumentos de trabalho no interior do corpo do paciente por meio de pequenas incisões feitas pelo robô. Com isso, o médico tem uma excelente visão para realizar a cirurgia, além de contar com movimentos precisos dos braços do robô.            

A cirurgia robótica iniciou efetivamente em 1999, quando foi criado o robô Da Vinci. Possui 3 componentes: o console, onde cirurgião comanda o robô, o robô propriamente dito, onde é conectado o paciente e o rack de imagem para visualização em 3 dimensões. Foi aprovado em 2000 pelo FDA (Food and Drug Administration). Como permite cirurgias a distância o cirurgião não precisa estar no local da cirurgia, pode, inclusive, estar em outro país e acessar o robô por controle remoto, com absoluta precisão. Este fator despertou a atenção das forças armadas norte-americanas, para aplicação em períodos de guerra. As faculdades de medicina também podem se beneficiar, os professores podem ministrar aulas com exibição de imagens transoperatórias, inclusive para diversos grupos de alunos simultaneamente. Usando a telemedicina, profissionais do Hospital Moinhos de Vento, Porto Alegre, vão treinar equipes de UTIs pediátricas em Sobral e Palmas, no Tocantins. (Zero Hora, 21/08/2018) .                                                                                                                       Esta técnica já chegou ao Brasil e, devido ao elevado preço da instalação são raros os hospitais que o disponibilizam.
Vantagens em relação à cirurgia convencional (aberta):                                   Menos invasiva – incisões menores.                                                                              Reduz sangramentos, dores e risco de infecção.                                                  Recuperação mais rápida do paciente.                                                                                Menor tempo de internação.                                                                              Vantagens em relação à cirurgia laparoscópica:                                                  Mais precisão nas cirurgias em locais de difícil acesso.                                        Melhor ergonomia – o cirurgião fica sentado em posição confortável, o que ajuda nas cirurgias longas.                                                                                                               O robô reproduz movimentos similares aos do cirurgião. Na laparoscopia convencional, o mecanismo de movimentação dos instrumentos cirúrgicos é inverso, como se fosse na frente de um espelho.                                                                              Visão tridimensional para os cirurgiões.                                                           Segurança. O robô não faz nada sozinho. Qualquer movimento realizado por ele foi feito pelo cirurgião no console. No entanto, diante de situações imprevistas pelo cirurgião, aciona um comando de segurança que trava provisoriamente a máquina, evitando danos ao paciente. Se o médico tirar o rosto da tela de controle, o robô também para automaticamente.                                                                                                                                            Por serem mais complexas, as cirurgias robóticas seguem também um protocolo de checagem de todos os itens de segurança a cada hora de cirurgia.                                     Apesar de um braço robótico ser responsável por segurar as pinças que são introduzidas no paciente, quem controla todo o aparelho é um ser humano.
Dr. Carlos Eduardo Domene, coordenador científico do Comitê de Cirurgia Robótica e Minimamente Invasiva da Associação Paulista de Medicina, explica que, antes, se cortava o paciente com um bisturi e expunha a região interna. Depois, a cirurgia laparoscópica possibilitou que apenas um orifício de meio ou um centímetro fosse feito na pessoa, para introdução de uma câmera e instrumentos para operar o paciente de forma minimamente invasiva.
Atualmente, a cirurgia robótica é o que há de mais indicado, principalmente nos casos de procedimentos muito delicados. Diferente da laparoscopia, não é o médico que segura as pinças que vão introduzir a câmera e os instrumentos, mas um braço robótico controlado pelo especialista por meio de um console.
Neste caso, a imagem fornecida pela câmera é tridimensional. “Você opera como se estivesse lá dentro. As pinças e os movimentos são muito delicados, os braços do robô são programados para não tremer – evitando o movimento natural das mãos do médico –, é tudo muito preciso”, garante o especialista. “Melhora o desempenho do cirurgião e o resultado das cirurgias, principalmente daquelas em que existe o risco de lesão em outras estruturas do corpo.”

Sistema de saúde público

O Instituto do Câncer de São Paulo (Incesp), o Inca (Instituto Nacional do Câncer), no Rio de Janeiro, e o Hospital de Clínicas de Porto Alegre foram os primeiros a receber a tecnologia pelo sistema único de saúde , informou Dr. Domene.
Apesar do custo da cirurgia com robô ser maior do que os outros tipos de procedimentos, estudos feitos na Suíça que avaliaram todo o processo, desde o pré-operatório até o tempo de recuperações pós-cirurgia, indicam que o custo geral é até menor quando utilizado o robô.
Como os resultados com este tipo procedimento estão sendo satisfatórios, principalmente no caso da cirurgia de próstata, Dr. Domene acredita que a cirurgia robótica só tende a crescer nos sistemas de saúde brasileiros, tanto o privado quanto o público.

Cirurgia da próstata

Dr. Rafael Coelho, urologista e cirurgião robótico do Hospital 9 de Julho, explica que o procedimento diminui o risco de sequelas como a incontinência urinária e a perda da ereção nos pacientes com câncer de próstata.                                                                         “A comparação entre a cirurgia robótica e a tradicional para o câncer de próstata mostra que o paciente que realiza o procedimento por meio da robótica, com um cirurgião experiente, tem 20% a mais de chance de recuperar a ereção e 5% a menos de risco de ter problemas com incontinência urinária, um ano após o procedimento.”   Assim como Dr. Domene, o especialista afirma que o tempo de recuperação do paciente é menor com a cirurgia robótica. Além disso, o procedimento menos invasivo faz com que o paciente sangre menos, o que diminui a necessidade de transfusão de sangue.
As cirurgias robóticas são tão precisas que, no vídeo que envolve um grão de uva, ela é descascada e suturada sem lesionar a parte interior e, para demonstrar como se pode interagir em locais de difícil acesso, se realiza no interior de uma garrafa.

Cirurgia robótica numa uva – 1 min48sg
Cirurgia robótica, benefícios -  2min46seg
Cirurgia robótica, o que é- 2min37seg




Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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