segunda-feira, 11 de julho de 2016

MORDOMIAS, ABUSOS x SOCIAL




Coluna publicada em "www.litoralmania.com.br" - 11/07/2.016

Vhttp://www.litoralmania.com.br/mordomias-abusos-x-social-por-jayme-jose-de-oliveira/

PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.


MORDOMIAS, ABUSOS x SOCIAL

No início de junho/2.016 o jornalista Vinicius Sassine mostrou que em três anos a FAB deixou de transportar 153 órgãos a serem transplantados. No mesmo período, atendeu a 716 reservas de ministros, juízes do Supremo Tribunal, presidentes da Câmara e do Senado.                                                                                                   
A exposição do custo político desse desvio acintoso das funções sociais para mordomias levou o governo a determinar que a FAB mantenha sempre um avião disponível para transporte de órgãos. Sassine foi conferir o resultado e constatou que, após a determinação, em apenas três semanas foram transportados oito corações, quatro fígados e do dois pâncreas.
O uso, por vezes abusivo, de meios de transporte destinados precipuamente a fins sociais para outras finalidades é um grave desvio de função.                         
O governador José Ivo Sartori incorreu nesse deslize ao utilizar um helicóptero da BM para comparecer a um churrasco. Na ocasião faltou aeronave para transportar uma criança ao ProntoSocorro.                                                                                              Durante o período eleitoral helicópteros de diversos estados, destinados a fins de interesse público foram requisitados por candidatos a fim de se dirigirem às suas bases eleitorais. Impunemente. São tantas e tão abusivas as ocorrências similares que seria abusar da paciência relatá-las, além de fastidioso. Até para a ilha de Fernando de Noronha foram realizadas.
Considerando a facilidade com que qualquer “autoridade” consegue viajar às custas do erário causou estranheza a determinação do presidente em exercício Michel Temer em restringir os voos de Dilma Rousseff exclusivamente para Porto Alegre, local de sua residência. A determinação obedece à legislação, visto que, enquanto não se definir sua situação pelo Senado, a presidente temporariamente afastada não exerce nenhuma função oficial que justifique os pedidos.
Não apenas neste particular, em inúmeros os brasileiros esperam que desperdícios, muitos abusivos e ilegais, sejam escoimados.
Projetos de alta relevância social como o “Bolsa-Família”, “Minha-Casa-Minha-Vida”, seguro desemprego, aposentadorias a pessoas carentes que por um motivo ou outro não fariam jus à bonificação por falta de contribuição, em vez de serem restringidos requerem fiscalização rigorosa para evitar abusos e extirpação sem leniência nos casos comprovados de burla. Convenhamos que, escoimando-se os abusos, poder-se-á manter os auxílios aos necessitados sem que isso venha a resultar em rombos estratosféricos no orçamento. São quantias irrisórias individualmente as excluídas, mas, lembremos que um oceano é formado por minúsculas gotas agregadas.
P.S. Abusos também são cometidos contra a nossa língua no cotidiano. Ao analisarmos o que lemos ou ouvimos deveríamos ser tão críticos como ao maldizermos jogador que desperdiça um pênalti. O mínimo que lhe assacamos é: perna-de-pau.                                                                   O que dizer de “Olimpíadas do Rio de Janeiro”, tão corriqueiro entre muitos profissionais da imprensa? Olimpíada especificada, sempre é no singular. Querendo pluralizar, use “Jogos Olímpicos”. Alguém se atreveria a dizer “CampeonatoS MundiaiS FIFA de Futebol  de 2.018 na Rússia”?                                                                                                                                    Para observar mais agressões à grafia, nem precisamos nos afastar: Avenida ParaguaSSÚ.      

1. Palavras com origem indígena são grafadas SEMPRE com “Ç”.                                                  
2. Não se acentua oxítono terminado em "U".                                                                    Paraguaçu, a índia que casou com Caramuru merece que não alterem seu nome. 




 Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado








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