“Por mais brilhante que sejas, se não
fores transparente, tua sombra será escura”.
CUIDADOS PALIATIVOS
A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 56
milhões de pessoas em todo o mundo necessitem de cuidados paliativos, mas
apenas 10% têm acesso a eles. Esclarecemos: cuidados
paliativos se referem a uma abordagem multidisciplinar para tratar
pacientes que estão passando por doenças que ameaçam a vida e requerem
procedimentos no sentido de minimizar seu sofrimento e o dos familiares, embora
não se destinem a tratar a doença em si. Muitas vezes, em casos de câncer, por
exemplo, o paciente se encontra em estado terminal e o objetivo se destina a
aliviar o sofrimento. É aplicado para quem não tem mais perspectivas de cura.
Também é recomendado para terapias com expectativa de longa duração. Destinadas
a oferecer melhor qualidade de vida, na verdade ajuda a viver com dignidade,
inclusive proporcionando suporte emocional para o paciente e familiares. Não
visam a cura da doença, mas ao cuidado a ser prestado ao enfermo no fito de
melhorar a convivência com a doença.
Para melhor compreendermos o significado dos cuidados
paliativos devemos levar em consideração que tanto os enfermos como seus
familiares merecem que sejam executados todos os esforços possíveis no sentido
de amenizar as agruras incontornáveis. Esses cuidados desempenham um papel
fundamental na assistência moderna à saúde e implementar esta possibilidade é
fundamental para que as pessoas possam enfrentar as agruras da maneira o mais
suave possível.
No Brasil existe uma falta considerável de equipes e
instituições especializadas o que ocasiona uma procura por vezes improfícua e
frustrante impedindo um atendimento humanizado.
O Alzheimer, doença progressiva que destrói a memória
e outras funções mentais importantes fazendo com que as conexões cerebrais
degenerem requer um diagnóstico médico, não exige exames laboratoriais ou de
imagem, é crônica, pode durar anos e não tem prognóstico favorável para uma
recuperação, mesmo parcial.
Os lapsos de memória que prejudicam o dia a dia, como
esquecimentos os mais triviais, esquecer compromissos e datas importantes,
perda da memória recente e mesmo esquecer palavras simples do vocabulário podem
se exacerbar durante anos. Causa um impacto na qualidade de vida e uma
dificuldade crescente no convívio com os familiares. A internação em clínicas
especializadas costuma ser a solução irrecorrível. Quando não existem mais
expectativas de cura, permitir um declínio irrecorrível, porém que possibilite
um término humanizado é, sem dúvida, uma opção digna.
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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