quinta-feira, 18 de janeiro de 2024

CUIDADOS PALIATIVOS

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

CUIDADOS PALIATIVOS

A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que 56 milhões de pessoas em todo o mundo necessitem de cuidados paliativos, mas apenas 10% têm acesso a eles. Esclarecemos: cuidados paliativos se referem a uma abordagem multidisciplinar para tratar pacientes que estão passando por doenças que ameaçam a vida e requerem procedimentos no sentido de minimizar seu sofrimento e o dos familiares, embora não se destinem a tratar a doença em si. Muitas vezes, em casos de câncer, por exemplo, o paciente se encontra em estado terminal e o objetivo se destina a aliviar o sofrimento. É aplicado para quem não tem mais perspectivas de cura. Também é recomendado para terapias com expectativa de longa duração. Destinadas a oferecer melhor qualidade de vida, na verdade ajuda a viver com dignidade, inclusive proporcionando suporte emocional para o paciente e familiares. Não visam a cura da doença, mas ao cuidado a ser prestado ao enfermo no fito de melhorar a convivência com a doença.

Para melhor compreendermos o significado dos cuidados paliativos devemos levar em consideração que tanto os enfermos como seus familiares merecem que sejam executados todos os esforços possíveis no sentido de amenizar as agruras incontornáveis. Esses cuidados desempenham um papel fundamental na assistência moderna à saúde e implementar esta possibilidade é fundamental para que as pessoas possam enfrentar as agruras da maneira o mais suave possível.

No Brasil existe uma falta considerável de equipes e instituições especializadas o que ocasiona uma procura por vezes improfícua e frustrante impedindo um atendimento humanizado.

O Alzheimer, doença progressiva que destrói a memória e outras funções mentais importantes fazendo com que as conexões cerebrais degenerem requer um diagnóstico médico, não exige exames laboratoriais ou de imagem, é crônica, pode durar anos e não tem prognóstico favorável para uma recuperação, mesmo parcial.

Os lapsos de memória que prejudicam o dia a dia, como esquecimentos os mais triviais, esquecer compromissos e datas importantes, perda da memória recente e mesmo esquecer palavras simples do vocabulário podem se exacerbar durante anos. Causa um impacto na qualidade de vida e uma dificuldade crescente no convívio com os familiares. A internação em clínicas especializadas costuma ser a solução irrecorrível. Quando não existem mais expectativas de cura, permitir um declínio irrecorrível, porém que possibilite um término humanizado é, sem dúvida, uma opção digna.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


Nenhum comentário:

Postar um comentário