sábado, 25 de agosto de 2018

O FUTURO




Coluna publicada em 25/08/2018 em "www.litroralmania.com.br".

http://www.litoralmania.com.br/o-futuro-jayme-jose-de-oliveira/


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.


O FUTURO

Depois de anos tenebrosos a Constituição de 1988 foi anunciada como a nossa redenção. A lei acima de todos e todos iguais perante a lei... falácias. Enquanto o Plano Cruzado e outros mais eram gestados para acabar com a inflação por decreto, a Constituição quer acabar com a pobreza pela lei.
A Constituição escrita sob o trauma da ditadura não se tornou libertária, tornou-se permissiva. Permite que os ricos e poderosos jamais sejam punidos por seus crimes, tamanha a quantidade de recursos que a lei permite aos condenados que tenham dinheiro para pagar advogados caros.
MAS... O TEMPO É O SENHOR DO FUTURO.
Uma inflação descontrolada destrambelhou a vida dos brasileiros. Os supermercados remarcavam seus preços pela manhã e outra vez à tarde. O salário terminava antes do mês e o desalento, para dizer pouco, campeava.
Plano Cruzado (1985), Plano Bresser (1987), Plano Verão (1989), Plano |Collor (1990)... fracassos rotundos.
Então aconteceu algo extraordinário com o Brasil, surgiu o Plano Real. O Brasil se tornou um país normal. O fim do período de instabilidade e altas taxas e inflação, que chegaram a 5.000% ao ano, de julho de 1993 a junho de 1994.
O QUE FOI O PLANO REAL?
Foi um plano econômico desenvolvido e aplicado no Brasil durante o governo de Itamar Franco. Criado em 30 de junho de 1994, tinha como principal objetivo a redução e o controle da inflação.    Elaborado pelo ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso, contou com a participação dos seguintes economistas: Gustavo Franco, Pércio Arida, Pedro Malan, Edmar Bacha, André Lara de Rezende entre outros.    
                                                                                                                                                                                                                                                                                      FASES DO PLANO REAL:                                                                                                                                                  1ª – Redução de gastos públicos e aumento dos impostos como forma de controlar as contas do governo.                                                                                                                                                   2ª – Criação da Unidade Real de Valor (URV) como forma de desindexar (separar) a economia da inflação.                                                                                                                                                               3ª – Criar uma moeda forte, o Real.                                                                                                                     4ª – Aumento das taxas de juros e aumento dos compulsórios (dinheiro que os bancos devem recolher ao Banco Central). Tinha como objetivo reduzir o consumo e provocar a queda da inflação.                                                                                                                                                                         5ª – Redução dos impostos de importação para aumentar a concorrência aos produtos nacionais, provocando a redução e preços.                                                                                                                  6ª – Controle cambial mantendo o Real valorizado diante do Dólar. Esta medida visava estimular a importação e aumentar a concorrência interna, controlando o aumento dos preços dos produtos nacionais.                                                                                                                              O Plano Real foi bem sucedido, a inflação foi controlada significativamente e a previsão para 2018 é de 4,11% (Banco Central)  
A Venezuela acaba de retirar cinco zeros de sua moeda, desvalorizando-a em 96%, imitando os fracassados planos brasileiros, antes do Real. Como não foi divulgado nenhum plano que sustente a medida, poucos acreditam na eficácia no combate à inflação, prevista em um milhão por cento este ano. 

O sucesso do Plano Real, não alterou, nem poderia, as relações entre o poder e o dinheiro. Continuam sendo promíscuos e os que ganhavam muito antes, continuam ganhando agora. As elites brasileiras – governantes e empresários – continuaram agindo como se o Brasil ainda fosse um país onde seriam intocáveis e a corrupção um fato admitido e consumado.  Chegaria o dia em que a nação não aguentaria mais e... a Lava-Jato entrou em cena e não era apenas uma operação policial. Juízes, desembargadores, policiais, promotores e funcionários de carreira formaram um bloco monolítico. Antes se temia o PODER e o DINHEIRO, hoje não mais. “Figurões” foram investigados, julgados, condenados e presos. Os que ainda não foram reagem desesperadamente tentando amordaçar a Lava-Jato. Conseguirão? Esse é o dilema para a próxima eleição. Ela não será a solução para todos os nossos problemas. Nada é. Mas, se votarmos conscientemente e elegermos figuras dignas de nos representar, será uma evolução e uma luz no final do túnel. O presidente é o ápice mas sabemos que não pode tudo, tem seus limites. Senadores e deputados, por vezes têm até maior poder. Podemos e devemos escolher os melhores.
PESSOAS PROBAS EXISTEM EM TODOS OS PARTIDOS, CABE A NÓS SEPARAR O JOIO DO TRIGO.
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado