sábado, 18 de novembro de 2017

LONGEVIDADE



Coluna publicada em "www.litoralmania.com.br" - 18/11/2017


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

LONGEVIDADE

Com o aumento constante da longevidade se faz mais necessário o foco dos jovens e também dos idosos em um processo que precisa ser CONTÍNUO para almejarmos uma vida plena e ativa. A atenção a TODAS as formas de aprendizagem e aperfeiçoamento tem de ser contínua e ininterrupta.                                                                                                                                                                                                                                                                   Na atualidade, pessoas com mais de 60 anos não se enquadram mais nos estereótipos tradicionais. Aposentados procuram aprimorar seus conhecimentos e, certamente, adquirir novos, inimagináveis há poucas décadas. A informática abre horizontes ilimitados que se expandem continuamente. O Google substitui, com vantagem, as antigas enciclopédias. Num clic, o último discurso do político, uma inovação tecnológica, o mais recente avanço na medicina se estampam na tela.                                                                                                                              O envelhecimento ativo não é escolha, é uma exigência criada pelo cenário atual. É possível, sim, uma velhice com idosos produtivos e de saúde bem conservada.                                                                                                                                                     Se, no século passado, ocorreu a revolução do comportamento e atitude das mulheres e a pílula anticoncepcional foi um marco divisório, no século XXI a velhice expande seus horizontes para ambos os sexos e, também, às minorias que não se enquadram em nenhum deles. O que presenciamos até agora são prolegômenos do futuro. MUDOU O TEMPO DE VIDA PREVISÍVEL. Mudou ainda mais radicalmente a forma que posso viver. (Mirian Goldemberg, antropóloga)
As leis trabalhistas e previdenciárias terão de se adaptar aos novos tempos. Trabalharemos até além dos parâmetros atuais e mais de 60% das atividades disponíveis no futuro sequer são cogitadas em nossos estabelecimentos de ensino. Mais atividade cerebral, menos esforço físico serão os parâmetros.
Essas modificações não se darão sem criar atritos, incompreensões, antes do nivelamento em outro patamar. De no século XIX se trabalhava 10, 12 e mesmo 16 horas diárias em regime insalubre. Já se reduziu, ficará adstrita a muito menos ou, até, sem regras pré-fixadas. O conceito será de produtividade e não de tempo. Muitos sequer comparecerão ao trabalho em locais fixos, fá-lo-ão inclusive em suas residências e, pasmem, a produtividade será maior.                                                                                                                                                                                                     SEREMOS TODOS APRENDIZES ATÉ O FIM DA VIDA. A aprendizagem é um processo contínuo de construção da nossa identidade, capacidade, jamais dado por concluído.
Efeito colateral desse quadro se consubstancia e terá que ser resolvido:                                                                                                                                                             Como um mundo com limites territoriais não extensíveis comportará uma população em crescimento num ritmo acelerado? Será, inevitavelmente, imposto um controle de natalidade. E como reagirão as religiões, os princípios éticos atualmente vigentes? Como se comportarão as pessoas ante seu espaço individual reduzido? Experiências com camundongos em cativeiro demonstraram que, após ultrapassar determinado índice, a convivência se torna irascível, a agressividade estruge, conflitos se multiplicam e a sociedade (podemos denominar assim a convivência de seres da mesma espécie) se desintegra irremediavelmente.
Quando, e se, forem estabelecidos regramentos de controle populacional as sociedades evoluídas se adaptarão com maior facilidade. Populações que atravessam estágios mais atrasados resistirão tenazmente a essas restrições. Atualmente já ocorrem essas diferenciações e o resultado se faz notar nas migrações em massa que ocorrem primordialmente para a Europa. Países com alto IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) já estão se insurgindo contra essa “invasão”. A Alemanha, por ora, ainda mantém suas fronteiras abertas. Até quando?    
Como, obedecendo parâmetros democráticos, poder-se-á implantar uma contenção de nascimentos? Perguntas, perguntas, perguntas... exigem respostas a CURTO PRAZO!                                                                                                                                             A longo prazo, muuuuito longo, a descoberta e colonização de planetas habitáveis, preferentemente não habitados por seres inteligentes, permitirá a exploração dos mesmos e consequente solução para a superpopulação. Sonho quimérico, irrealizável?    Colonizamos as Américas e ilhas em todos os oceanos. A Ilha da Páscoa, a mais remota, 4 mil km afastada da costa e muitas outras foram alcançadas e habitadas. Com rudimentares embarcações e sem auxílio de instrumentos para localização e determinação das rotas.                                                                            Em 1946 o norueguês Thor Heyerdahl partiu de Callao, província do Peru, para comprovar que as ilhas da Polinésia poderiam ter sido acessadas a partir do Peru, América do Sul. Com mais 5 tripulantes, zarpou enfrentando uma travessia de 8.000 km de Oceano Pacífico. Após 101 dias chegaram ao atol de Raroia, no arquipélago das ilhas Tuamotu e provaram que antigos americanos poderiam ter chegado à Polinésia.

Até 1957 estávamos restritos à superfície do nosso planeta, o Sputnik russo foi o primeiro a orbitar. Em 12/04/1961 Yuri Gagarin abriu as portas do espaço. Foi dado o pontapé inicial.



Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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