Coluna publicada em "www.litoralmania.com.br" - 18/02/2.017
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“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
TRANSGENIA –
DIABETES
Até
1.920 não havia nenhum medicamento para curar ou controlar o diabetes, uma
doença mortal. No dia 27 de julho de 1.921 dois pesquisadores da Universidade
de Toronto, o médico Dr. Frederic Banting e o estudante Charles Bert isolaram
pela primeira vez o hormônio fabricado pelo pâncreas: a insulina. A descoberta
abriu o caminho para o controle do diabetes.
Elizabeth
Hughes, 14 anos de idade, era diabética. A doença só podia ser controlada por
dieta rigorosa para que as elevadas doses de açúcar não aumentassem até causar
a morte por coma diabético. O “tratamento” que consistia em passar fome,
levou-a definhar. Sua mãe, em 1.922, ficou sabendo que no Canadá havia sido
descoberto um novo tratamento, ainda em fase de testes em animais. Procurou o
médico Dr. Frederick Banting que no dia 16 de agosto iniciou o tratamento com
injeções de insulina. A menina começou a ganhar peso e iniciou uma recuperação
tida como impossível. Em pouco tempo deixou o leito e voltou a frequentar a
escola.
Inicialmente
a insulina era obtida cortando em pedacinhos pâncreas de boi ou de porco,
congelando com sal e triturando. Depois de filtrado, o líquido rosado
resultante era a insulina. Esta descoberta rendeu o prêmio Nobel e até hoje é o
meio mais eficiente de controlar o diabetes.
PRODUÇÃO
DE INSULINA POR MICRO-ORGANISMOS
A
insulina obtida através do processamento de pâncreas bovino ou suíno é parecida
com a humana, entretanto algumas pessoas reagem com manifestações alérgicas. Com
o advento da transgenia, a produção de insulina humana se tornou
possível. Atualmente, com essa técnica, é possível introduzir DNA humano no DNA
de bactérias.
Abro
aqui um parêntese, uma metáfora para simplificar o entendimento:
Sabemos
que o DNA é uma espiral em dupla hélice que contém todos os dados para
identificar um organismo, poder-se-ia comparar com um colar de pérolas. Um
colar pode ser cortado e na junção
introduzir uma ou mais pérolas, ou simplesmente excluir. No DNA é possível
proceder de maneira semelhante e inserir no DNA da bactéria um ou mais genes
humanos. Ela passará a se comportar como se humana fosse. Resumo da técnica,
com imagens elucidativas:
Usando
enzimas de restrição corta-se o DNA separando a parte que contém os genes,
isolando os escolhidos. Pelo mesmo processo, rompe-se o DNA dos plasmídios da
bactéria.
Utilizando
enzima de ligação ligase, capaz de refazer as ligações é possível introduzir na
bactéria um pedaço do DNA humano.
Com
este processo as bactérias tornam-se produtoras de proteínas humanas como a
insulina humana, hormônio de crescimento e outros. Se elas forem mantidas vivas
e em crescimento, tornam-se verdadeiras fábricas de produtos exatamente iguais
aos que o nosso corpo produz. Vacinas e drogas também podem ser assim
produzidas.
Permito-me
um desabafo:
As
forças que norteiam o obscurantismo desde os tempos imemoriais tentam frear a
ciência e o progresso.
Galileu
Galilei teve de, para evitar a fogueira da Inquisição, renegar a teoria do
heliocentrismo em 1.633. Na época se considerava a Terra o centro do Universo.
Levou mais de quatrocentos anos para a Igreja Católica reconhecer o óbvio, em
1.992, sob o pontificado de João Paulo II.
O
Greenpeace promoveu a destruição de um experimento que estudava o arroz dourado
transgênico nas Filipinas. O arroz dourado produz vitamina “A” e, quando tiver
seu uso difundido, principalmente nas zonas em que essa gramínea é a base da
alimentação, evitará milhares de casos de cegueiras, consequência de sua
falta. Aqui no RS foram destruídas plantações de eucaliptos destinados à
produção de papel, promovidas por mulheres ligadas ao MST. O
deputado estadual frei Sérgio Gorgen (PT-RS) afirmou que a soja transgênica não
devia ser consumida porque transmitia o vírus da AIDS.
Convenhamos,
por mais que tentem, não conseguirão obstaculizar o progresso e a ciência. Cedo
ou tarde abre-se uma nesga no véu do obscurantismo e a verdade estruge
sobranceira.
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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