“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
OS MAIS
IGUAIS
A lei, para
ser justa, tem de se espelhar na figura da deusa Têmis da justiça, olhos
vendados para não ser influenciada pela identidade do indiciado e pratos
isonômicos para julgar com equilíbrio. SEMPRE!
O que se
escancara no Brasil? Tentativas de remeter para as calendas gregas, retornar às
primeiras instâncias, engavetar ad aeternum ou pior: questionar as evidências
com firulas jurídicas ou desqualificar o delator e seus depoimentos quando
atingem os incomodados. Se apontam adversários transmutam-se certamente em
provas irretorquíveis.
O entregador
de valores Carlos Alexandre de Souza Rocha, conhecido por Ceará, disse, na
gravação em vídeo de sua delação
premiada que Aécio Neves era o “mais chato” na cobrança de propinas junto à empreiteira UTC. (Zero Hora,
22/01/2.016)
O relatório,
com mais de 80.000 páginas, filtradas pela PF a partir de mensagens nos
celulares de Léo Pinheiro, presidente da OAS inclui, além do ex-presidente
Lula, o senador Agripino Maia DEM – RN), o deputado Rodrigo Maia (DEM – RJ) e o
deputado Jutahy Júnior (PSDB – BA). Pode haver outros.
Vozes iradas
elevam-se partindo de TODOS os mencionados e se repetem em todas as
referências. SEM EXCEÇÕES. Os mais indignados: Aécio Neves e Lula. O
ex-presidente proclamou-se “o mais honesto deste país. Ipsis litteris:
“Se tem alguma coisa de que me orgulho neste país é não abaixar a cabeça para ninguém, é que não tem neste país uma viva alma mais honesta do que eu. Nem dentro da Polícia Federal, nem dentro do Ministério Público, nem dentro da igreja católica, nem dentro da igreja evangélica, nem dentro do sindicato, nem no meio de vocês (blogueiros). Pode ter igual. Mais, eu duvido.
“Se tem alguma coisa de que me orgulho neste país é não abaixar a cabeça para ninguém, é que não tem neste país uma viva alma mais honesta do que eu. Nem dentro da Polícia Federal, nem dentro do Ministério Público, nem dentro da igreja católica, nem dentro da igreja evangélica, nem dentro do sindicato, nem no meio de vocês (blogueiros). Pode ter igual. Mais, eu duvido.
Em Zero Hora,
08/02/2.016 Lula se queixa de Dilma sobre o avanço nas investigações. ”O
ex-presidente Lula reclama a amigos, nos últimos dias, da ausência de
manifestação mais contundente da presidente Dilma Rousseff em sua defesa desde
o recrudescimento do bombardeio contra ele. Segundo o jornal Estado de São
Paulo, na avaliação de Lula, o Ministério Público deveria coibir “abusos” da
Polícia Federal para devassar sua vida e de familiares em investigações.
Em resposta a
presidente Dilma (Correio do Povo, 15/02/2.016) declarou: “Acho que ele está
sendo objeto de grande injustiça. Respeito muito a história do presidente Lula
e tenho certeza quer esse processo será superado. Acredito que o país e a
América Latina precisam de uma liderança com as características do presidente
Lula”.
Palavras
criteriosamente escolhidas. Emprestam
uma solidariedade implícita e tangenciam cuidadosamente o desconforto de enfrentar
as investigações.
Aos que
questionam o destaque dados aos malfeitos comparativamente aos dos adversários,
deve-se lembrar que a mídia costuma dar ênfase, prioridade, aos fatos e
notícias contemporâneos.
O PT nasceu
como uma alternativa para combater a corrupção, tanto que se autodenominava “O
partido da ética e da moralidade”. Isso até alcançar o poder. E o poder
corrompe. Infelizmente. Aliá, o ministro Jaques Wagner declarou – e foi
duramente criticado pelos companheiros de sigla: “O PT não estava acostumado a
comer melado e se lambuzou”.
Nos causa
desesperança a crença pessimista, alicerçada nos fatos pretéritos que,
possivelmente, uma troca de comando na próxima eleição pouco significará na
essência dos fatos. O que se faz necessário e urge, é uma mudança radical de
critérios e não uma simples troca de personagens.
Renan
Calheiros (PMDB)?
Eduardo Cunha
(PMDB)?
Os
responsáveis pelo escândalo da merenda escolar em São Paulo (PSDB)?
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Desvios de
conduta são praticados em todos os quadrantes do mundo. O ex-primeiro ministro
de Israel Ehud Olmert entrou no centro penitenciário de Ramla para cumprir uma
pena de 19 meses de prisão por corrupção. Foi condenado por ter recebido
subornos quando era prefeito de Jerusalém entre 2.006 e 2.009. (Correio do Povo, 10/02/2.016)
Essa a grande
diferença num país que pratica a democracia a pleno.
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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