terça-feira, 11 de agosto de 2015

AUTOSSABOTAGEM





AUTOSSABOTAGEM

Por Jayme José de Oliveira

Publicado por Rogério Reinheimer Bernardes em 11/08/2015 as 11:38

Ultrapassamos duas ditaduras, o suicídio dum presidente, a renúncia de outro e a deposição de mais um. No setor econômico, após repetidos fracassos com planos esdrúxulos o Plano Real feriu de morte o dragão inflacionário – considerado imbatível e imortal – e emergimos num país em vias de, se bem dirigido, finalmente, proporcionar uma vida digna aos cidadãos.
Os 851 bilhões da dívida – interna mais externa, acumulados em 180 anos, desde a Proclamação da Independência, ultrapassando 2 guerras mundiais, a construção de Brasília e uma hiperinflação – em escassos 8 anos catapultaram para 1,89 trilhão e, agora, seis anos adiante ruma para 2,5 trilhões. A taxa Selic em 14,25% representa um dispêndio de 365,25 bilhões/ano em juros, 1 bilhão de reais diários, sem amortização do principal. Conseguiremos sobreviver ou nos encaminhamos para uma nova Grécia?
Presenciamos no Brasil atual um pronunciado déficit de lideranças políticas e as que se apresentam, ou demonstram falta de discernimento, leniência e até comprometimento com os malfeitos ou, partindo da oposição, não surgem como indubitavelmente capazes de, ao assumirem as rédeas, corrigir a rota que ruma ao desastre. O iceberg nem está tão oculto pelo nevoeiro e o Titanic ruma inconsequentemente ao seu encontro, que será fatal.
Nações só descem realmente ao inferno quando elites complacentes operam no vácuo da falência múltipla das instituições”. (Marcos Troyjo, diretor do BRIC Lab da Universidade de Colúmbia).
“O inferno são os outros” dizia Sartre, o Brasil não pode afirmar o mesmo. Suas agruras são majoritariamente frutos dos próprios pecados. O Brasil tem de por fim à autossabotagem.
Ocorreram e são do domínio público, malfeitos cuja responsabilização amodorrou-se nos inúmeros recursos disponíveis a quem pode contratar advogados capazes e dispostos a utilizar todos os artifícios pródigos nos meandros da legislação vigente, inclusive a renúncia de cargos eletivos com o intuito de retroagir às primeiras instâncias. Tudo com a finalidade de postergar o julgamento ou caducar por decurso de prazo. O dito “mensalão mineiro” é um exemplo. Outros, quando julgados pelo STF após anos de tramitação, recebem penas de curta duração e logo, logo, estão livres, lépidos e fagueiros. A Ação Penal 470 resultou nisso.
Agora, o Petrolão amalgama dirigentes da estatal, doleiros, empreiteiras – com seus mais altos representantes -, paraísos fiscais e políticos dos mais diversos partidos e graduações.
Já são 17 etapas da Lava-Jato e na última, reincidente volta a ser indiciado e preso. Pasmem! Lucubra-se que não vai parar por aqui e o que se vislumbra causa calafrios.
Ressalto que, desta vez, não restringindo a origem dos indiciados se comprova o quanto está disseminado o despautério.
NÃO HÁ ANJINHOS NA PARADA! RECORDEMOS QUE BELZEBU JÁ FOI LÚCIFER, O PORTADOR DA LUZ.




Jayme José de Oliveira – cdjaymejo@gmail.com





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