sexta-feira, 2 de agosto de 2013

PARODIANDO MAIAKÓVSKI




O recrudescimento das manifestações - que de pacíficas não tem nada - destes marginais ensandecidos, inspirou-me uma paródia do poema de Maiakóvski:

Na primeira noite eles se organizam,
 interrompem o trânsito,
 nos prendem em casa
e dizemos: é protesto pacífico.
Na segunda noite vociferam chavões,
depredam, saqueiam
e dizemos: são minorias infiltradas.
Até que um dia,
o mais frágil deles
promove o tumulto,
rouba-nos a paz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta
e já não podemos dizer nada.

No caminho com Maiakóvski
 
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada
 
 

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