As pessoas não nascem boas. As pessoas não nascem más.
Então, como nascem?
Faço um circunlóquio para arrazoar que nada no mundo é 100%. Nem o mais puro dos minerais, o diamante. Impurezas lhe dão cores e características individuais. Fatalidade? Não, a essência de tudo é a diversidade que permite uma miscigenação constante, uma evolução (ou involução) para que ao fim e ao cabo, sabedores que somos mutantes, possamos nos ir aperfeiçoando até atingir o quase clímax - o clímax é inalcançável, é Deus - percorrendo caminhos tortuosos e repletos de obstáculos, não intransponíveis. Esta jornada iniciou com o primeiro homo sapiens há mais de duzentos mil anos, na mãe África. Sim, somos todos afrodescendentes. Prosseguirá por não sei por quanto tempo e onde chegará, mas antevejo aonde pretendemos ir. Atrevo-me a afirmar que, felizmente, jamais alcançaremos o ápice, pois se tal ocorresse estagnaríamos e seria iniciado o retrocesso.
Por outro lado, ao contrário do Criador - que tem poder ilimitado - somos jungidos à nossa finitude, aos limites que nossa condição que a materialidade nos impõe, podemos criar um robô, jamais lhe implantar uma alma.
No seu livro, "As Cavernas de Aço" Isaac Asimov descreve com mestria esta nossas limitações.
"Um robô pode ser mais forte, mais bonito. Sua memória é melhor e sabe mais coisas. Não tem que dormir ou comer. Não tem problemas com doenças ou pânico, amor ou culpa... Mas ele é uma máquina. Posso fazer o que quiser com ele, se eu bater nele, ele não vai bater de volta. Não podemos construir um robô tão bom como um ser humano em nada do que seja significativo, que dirá melhor. Não podemos criar um robô com senso de ética ou de religião. É impossível elevar um cérebro positrônico uma polegada acima do perfeito materialismo. Não enquanto não entendermos o que faz o nosso cérebro funcionar. Não enquanto houver coisas que a ciência não puder medir. O que é beleza, ou bondade, ou arte, ou amor, ou Deus? Estamos sempre à beira do incognoscível, sempre tentando compreender o que não conseguimos compreender. Isso nos torna homens. O cérebro dum robô deve ser finito, caso contrário não pode ser construído. Deve ser calculado até a última casa decimal a fim de que tenha uma finalidade. Um robô pode ter a aparência dum humano, pode ter a aparência de um deus e ser tão humano como um pedaço de madeira."
No seu livro, "As Cavernas de Aço" Isaac Asimov descreve com mestria esta nossas limitações.
"Um robô pode ser mais forte, mais bonito. Sua memória é melhor e sabe mais coisas. Não tem que dormir ou comer. Não tem problemas com doenças ou pânico, amor ou culpa... Mas ele é uma máquina. Posso fazer o que quiser com ele, se eu bater nele, ele não vai bater de volta. Não podemos construir um robô tão bom como um ser humano em nada do que seja significativo, que dirá melhor. Não podemos criar um robô com senso de ética ou de religião. É impossível elevar um cérebro positrônico uma polegada acima do perfeito materialismo. Não enquanto não entendermos o que faz o nosso cérebro funcionar. Não enquanto houver coisas que a ciência não puder medir. O que é beleza, ou bondade, ou arte, ou amor, ou Deus? Estamos sempre à beira do incognoscível, sempre tentando compreender o que não conseguimos compreender. Isso nos torna homens. O cérebro dum robô deve ser finito, caso contrário não pode ser construído. Deve ser calculado até a última casa decimal a fim de que tenha uma finalidade. Um robô pode ter a aparência dum humano, pode ter a aparência de um deus e ser tão humano como um pedaço de madeira."
"Para cada resposta que obtemos nos surgem dez novas questões, mas, o que nunca vai acabar é a procura do homem pelo conhecimento". (Jayme J. de Oliveira)
"Mesmo quando era jovem, não conseguia acreditar que, se o conhecimento oferecesse perigo, a solução seria a ignorância. Sempre me pareceu que a solução tinha que ser a sabedoria. Qualquer avanço tecnológico pode ser perigoso, mas os humanos não seriam humanos sem eles. (Isaac Asimov)
Voltemos ao início. Assim como, geneticamente, possuímos traços masculinos e femininos com predominância dum dos gêneros,
- quando a equivalência se aproxima, surgem instabilidades - psiquicamente também agregamos virtudes, vícios, maldades, altruísmo... O que nos diferencia é a predominância duns em detrimento doutros e, primordialmente, o meio ambiente e a educação que recebemos dos genitores no princípio e do convívio social no decorrer da vida. Se formos aquinhoados com um perfil condizente a seres civilizados, agradeçamos a quem nos guiou nos primeiros passos.