segunda-feira, 10 de julho de 2023

FINANCIAMENTOS SUBSIDIADOS PELO BNDES

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

FINANCIAMENTOS SUBSIDIADOS PELO BNDES

O impacto das operações com taxas subsidiadas vai ser maior ou menor a depender do volume de recursos que serão oferecidos pelo BNDES – disse Aldo Mendes, ex-diretor do Banco Central.

Se ampliar muito o volume do crédito subsidiado, haverá redução do poder da política monetária e isso vai requerer juro real mais alto afirmou Luiz Fernando Figueiredo, ex-diretor do BC.

Alexandre Abreu, novo diretor do BNDES sinalizou a possibilidade de o banco reajustar o volume de desembolsos do atual índice de 0,7% do Produto Interno Bruto (PIB) para algo em torno de 2%.

O presidente Lula que, em sua primeira viagem internacional como chefe de Estado disse o banco voltará a financiar projetos de engenharia para ajudar empresas brasileiras no exterior. O tamanho da janela de crédito subsidiado (emprestado a uma taxa menor do que os juros praticados no mercado) altera o alcance da política monetária. (Zero Hora, 6/2/23)

Em vigor há dois anos, a autonomia do Banco Central (BC) foi um avanço institucional que deve ser defendido. Ao voltar a criticar essa dependência, Lula reaviva temores ainda presentes na memória dos brasileiros. A farra dos financiamentos em obras no estrangeiro deixou cicatrizes permanentes em nossa economia e compromissos financeiros para várias gerações.

Felizmente o mandato fixo de quatro anos para o presidente do BC impede maiores arroubos. É uma prática alinhada às melhores experiências adotada por países como os Estados Unidos, Reino Unido, Coreia do Sul, Japão e muitos mais. Permite manter a inflação sob controle com a modulação da taxa Selic.

Quando objetivos políticos do governo levaram a uma redução artificial dos juros ocorreu o desastre econômico no período 2015-2016.

Ninguém ganha com uma crise política entre o Planalto e o BC, estaria levando o país a uma recessão por motivação política.

Ninguém duvida que o juro de 13,75% ao ano é altíssimo, mas é necessário reduzi-lo de maneira sustentável. Lula pode colaborar evitando ruídos e existe um ensaio para por água na fervura. Não se pode afirmar, como Lula o fez, que não se pode jogar culpa no presidente da república, a culpa é do BC.

O ministro da Fazenda Fernando Haddad ressaltou que a ata emitida pelo Copom tenta contornar o atrito entre Lula e o BC. O presidente do BC, Roberto Campos Neto defende a autonomia da instituição afirmando que visa desvencilhar o ciclo de política monetária do ciclo político porque os dois têm lentes e diferentes interesses.

 

“O fato do presidente do BC ter mandato não dá a ele autorização para irresponsabilidade”. (Gleisi Hofman, presidente do PT)

“A gente não tem de pedir licença para governar, a gente foi eleita para governar” (Lula)

 

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


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