quarta-feira, 10 de junho de 2020

FASCISMO ETERNO (Umberto Eco)







CIÊNCIA E CULTURA
Marília Gerhardt de Oliveira e Jayme José de Oliveira

15 – FASCISMO ETERNO (Umberto Eco)

Se o navio está à deriva, o caos significaria seu Capitão jogar a única bússola remanescente ao mar.
Abdicar de Ciência e Cultura significa, historicamente, conduzir um Povo, onde o fosso entre as classes sócio econômicas já é escandaloso, os direitos dos Cidadãos são prioritariamente atendidos para os “mais iguais” (George Orwell – a Revolução dos Bichos), graça o crescente analfabetismo, o desrespeito criminoso ao Meio Ambiente, os preconceitos de toda ordem, a violência (nos lares com abuso nauseante de menores e feminicídios; no trânsito; no dia a dia face ao Crime Organizado).
A falta de compromisso com a Verdade agrava a marginalização de uma Nação na  relação com o Mundo Globalizado e de Inovações Tecnológicas em ritmo galopante .
Mister apoiar os que ainda lutam por manter vigente a Constituição e a valorização da Vida em tempos de COVID-19  em que um Governo foge de todos os padrões a que nos acostumamos (para o bem ou para o mal).
Enquanto “os cães ladram...”, “crimes de colarinho branco” e relações promíscuas de Poder se repetem a exaustão, ante o olhar atônito da maioria
de Eleitores que já não mais sabe em quem depositar confiança para ser eticamente respeitada.
Há que planejar, desde já, um futuro luminoso como o fizeram exitosamente, por exemplo, Finlândia e Coréia do Sul, com base sólida em investimentos prioritários na Educação de qualidade.
Há que preservar os Centros de excelêcia do pensamento plural como Universidades
e Institutos de Pesquisa, pela segunda vez, somente neste ano de 2020, submetidos a
ataques friamente calculados, à margem da legalidade vigente, no sentido de calar quem
tem capacidade de refletir, analisar, ponderar, sugerir alternativas, com base na realidade,
sem maquiagens ou omissões.
Necessário dar-se a devida importância sobre o sentido da História como instrumento vital
da memória.

Segundo Humberto Eco, entre as possíveis características do “Fascismo Eterno” que se espraia
Mundo afora, estão o medo do diferente, a oposição à análise crítica (vista como se fosse
traição), o racismo; o machismo, a repressão e o controle da sexualidade, a censura da Arte,
a exaltação de uma liderança (pai, padrinho, mito), um constante estado de ameaça pela força,
uma confusão estruturada, o culto teatral midiático da tradição, a recusa da Modernidade via
Revisionismo Histórico; o apelo à classe média frustrada; uma constante atitude obsessiva por
teorias da conspiração; o desprezo pelos fracos; o culto a heroísmo/morte (perseguição aos
opositores e tolerância à tortura); Populismo com base em mídias sociais alimentadas por
robôs (com fontes de financiamento público e/ou privado a serem investigados e tornados
transparentes ) na expectativa da reação emocional de parcela da população como parte de
um projeto de ascensão e perpetuação no poder.
Queremos crer (e trabalhar construtivamente por este valioso objetivo) que por ação (ou
reação) de uma maioria consciente da sociedade este projeto de atraso e autoritarismo não
prospere.
Que a Democracia fale mais alto.
Mas estejamos atentos às contradições e ao comportamento falacioso de quem não pode
nos vencer (nem convencer).


Marília Gerhardt de Oliveira
gerhardtoliveira@gmail.com

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