sexta-feira, 19 de abril de 2019

BURACO NEGRO









PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
                                                                                                                                       
BURACO NEGRO – 20/04/2019


O dia 10 de abril de 2019 abre perspectivas há muito sonhadas e agora descerradas. UM BURACO NEGRO É FOTOGRAFADO PELA PRIMEIRA VEZ NA HISTÓRIA. Semelhante a um anel de fogo, comprova uma teoria de Albert Einstein do início do século passado. Mudará livros de Ciência e abre alas para novas pesquisas envolvendo planetas, estrelas e galáxias. A imagem não captura exatamente o buraco negro situado no centro da galáxia Messier 87, localizada a cerca de 55 milhões de anos-luz da Terra. O que se visualiza é a luz sendo sugada para o seu interior e se assemelha à forma como a água entra em um ralo girando ao redor de um eixo. O gás que o circunda, girando, atrita consigo mesmo até atingir uma temperatura de milhões de graus Celsius. Isso gera radiação na forma de luz e raios-X, constituindo a borda do buraco negro. A região central é escura porque a luz foi sugada para dentro.
A Ciência nunca havia visto, de fato, um buraco negro, Ele é tão massivo que nada escapa do seu interior, nem mesmo a luz. Sabia-se que devia existir, apenas com base na Teoria da Relatividade Geral elaborada por Einstein no início do século XX e publicada em 2005, quando tinha 26 anos de idade. Não se sabe o que há nele. Comparativamente, a massa total da Terra deveria ser comprimida até o volume de 1,7 centímetros de diâmetro. Por incrível que possa parecer, para se chegar a uma concentração massiva como a de um buraco negro a Terra precisaria ser comprimida até o tamanho de um amendoim – mantendo íntegra a massa do planeta.

A grande contribuição de Einstein foi mostrar que a luz está sujeita à lei da gravidade e pode mudar de trajetória, podendo não seguir em linha reta. A teoria de Einstein incluía uma previsão teórica que podia ser posta a prova durante um eclipse total do Sol. Sua hipótese era que os raios luminosos que passavam próximos do Sol deviam desviar-se ligeiramente devido ao campo gravitacional do corpo celeste. Em 1919, houve um eclipse. Duas expedições conjuntas foram planejadas para fotografar o fenômeno e verificar se a teoria de Einstein era correta - uma delas na Ilha do Príncipe, na costa oriental da África, e outra em Sobral, no Ceará. Os resultados das expedições foram analisados pela Royal Society e pela Royal Astronomical Society. Em novembro de 1919, as instituições anunciaram: "não há dúvida de que (as imagens) confirmam a previsão de Einsten. Se obteve um resultado muito definitivo de que a luz se desvia de acordo com a lei da gravitação de Einstein".
Os buracos negros parecem desafiar a Física por sua própria existência. Mesmo Einstein, quando previu suas existências, chegou a duvidar de sua previsão. E não há como culpá-lo, uma vez que a noção que temos deles pode ainda estar muito distante do que eles na realidade são constituídos. Conforme as pesquisas avançam e vamos descobrindo de fato como eles são e suas atividades ficamos impressionados do quão estranhos e gigantescos eles podem ser.
A primeira coisa que se precisa compreender é que qualquer matéria pode vir a se tornar um buraco negro. Uma vez que ela seja reduzida além do seu raio gravitacional, ou raio de Schwarzschild. O nosso Sol, por exemplo, para que se tornasse um buraco negro, sua massa teria que ser reduzida ao tamanho de uma pequena cidade e a Terra, ao tamanho de um amendoim.
Alguns buracos negros, como o XTE J1 650-500, do tamanho de Manhattan, contém massa de três ou quatro vezes maior que o nosso Sol. Apesar dos números impressionarem, é um dos menores que os cientistas conhecem. Há ainda os buracos negros supermassivos que são encontrados no centro de quase todas as galáxias que conhecemos. E eles podem ter uma massa de até 20 bilhões de sóis.

Cumpre destacar a expressiva contribuição que as mulheres têm proporcionado, ao longo do tempo, para o desenvolvimento dos conhecimentos científicos.                                                                                     Marie Skłodowska Curie foi uma cientista polonesa de naturalização francesa que conduziu pesquisas pioneiras no ramo da radioatividade. Descobriu e isolou elementos químicos como o Rádio e o Polônio. Foi a primeira mulher a ser laureada com um Prêmio Nobel e única a ganhar o prêmio duas vezes. Em 1903 (Física), dividido com seu marido Pierre Curie e o Físico Henri Becquerel, pelos seus estudos dos elementos radioativos. Em 1911 (Química), pela descoberta do Rádio e do Polônio.


 

Em 1969, Margaret Hamilton, Engenheira de Software, desenvolveu os códigos, que escreveu à mão, para o programa de vôo usado no Apollo 11, primeiro projeto que levou uma tripulação à Lua.

Em 2019, Katie Bouman, foi a Cientista que dirigiu o desenvolvimento do algoritmo que possibilitou a visualização de um buraco negro, com os 5 petabytes de dados necessários para capturar a imagem. Em
Informática, medições de armazenamento de dados são expressos em unidades, armazenadas em uma variedade de dispositivos de memória, tais como cartões de memória e discos rígidos de computador. A menor unidade de medida de dados é o bit. E um petabyte é igual a cerca de 1,1 quatrilhões bytes.



BURACO NEGRO – 3 minutos
BURACO NEGRO – 11 minutos
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

Nenhum comentário:

Postar um comentário