Coluna publicada em 04/11/2017, www.litoralmania.com.br":
http://www.litoralmania.com.br/hiperinflacao-jayme-jose-de-oliveira/
“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
HIPERINFLAÇÃO
Governadores, que não tem meios de gerar
verbas para cobrir despesas (estão literalmente quebrados) ao contrário do
governo federal, que pode aumentar a dívida já insustentável, PRECISAM
ABANDONAR QUESTIÚNCULAS POLÍTICAS, IDEOLÓGICAS E, EM BLOCO, FORMAR UMA FRENTE
UNÍSSONA. Precisam apresentar propostas coerentes, coesas e inadiáveis visando
a curto prazo desafogar o garrote asfixiante e, a longo prazo afastar o Brasil
da hiperinflação e consequente ingovernabilidade total. Serão medidas
impopulares por certo, exigirão emendas constitucionais que modifiquem
estruturalmente e não apenas conjunturalmente o arcabouço falido. O Congresso
terá de se compor para aprovar medidas que só surtirão efeito com o decorrer do
tempo. Isso não se coaduna com interesses imediatos, principalmente em ano de
eleições. A reforma da Previdência e cortes profundos nas despesas não essenciais,
mas tão do agrado de parlamentares com olho no eleitorado e futuros mandatos.
Providências afins demandam tempo, persistência e coragem. Desmandos históricos
não são corrigidos de supetão.
O governo federal tem que admitir os
erros que nos conduziram ao descalabro financeiro e econômico, admissão que
jamais foi explicitada e, talvez, infelizmente, muitas vezes nem seja
percebida. Oposicionistas precisam reconhecer que tem parte da culpa pelo que
fizeram e deixaram de fazer quando no comando. Não tem anjinho na parada.
A eterna e estapafúrdia afirmação que
“fatores externos” são os responsáveis pelas nossas vicissitudes em vez de
fazer o “mea culpa”, início do caminho para solicitar a colaboração da
população, políticos, economistas, sindicatos, grupos sociais e demais grupos
que apoiam o governo DESDE QUE NÃO TOME MEDIDAS CONTRÁRIAS A SEUS INTERESSES
IMEDIATOS. E aqui reside o nó: MEDIDAS EFETIVAS CONTRARIAM, COM CERTEZA,
INTERESSE IMEDIATOS.
O que não se quer enxergar, por
ideologia ou por conveniência, é que remédios amargos são como cirurgias de
tumores malignos, amargos, dolorosos, por vezes mutiladores, mas
indispensáveis. Evitar essas medidas, fatalmente, leva o organismo à morte e o
país à insolvência.
Quem viveu as agruras antes do Plano
Real (1.994) sabe o que significa ver o dinheiro corroído dia-a-dia. Receber o
salário e correr ao supermercado comprar o rancho do mês para que não acabe
antes do fim do mês. Não poder esperar porque a remarcação dos preços era
diária.
O governo protelava os pagamentos e
assim o fazendo a inflação contribuía para diminuir o déficit. Os ricos, os
abonados, sempre souberam se defender reajustando os preços e aplicando no
overnight (os bancos pagavam juros diários). Os pobres não tinham, nunca têm
possibilidades de se defender. Aliás, “apertar o cinto” era o que lhes restava.
Quem é mais sacripanta? A oposição que
não vota medidas urgentes, apenas para desgastar o governo? Políticos da base
aliada que também agem assim por estarem reféns de sindicatos e movimentos
sociais, ou por ideologia? Sindicatos que exigem reposições acima da inflação?
Vândalos que espalham o terror e a destruição por qualquer dá-cá-aquela-palha?
O governo que não admite erros cometidos ao longo da gestão e resiste em “dar o
braço a torcer? Eu, você, nós, que assistimos tudo inertes? NEM UM NEM OUTROS,
TODOS.
Se não formarmos uma frente única,
mesmo à custa de sacrifícios momentâneos, preparemo-nos para um alinhamento com
a GRÉCIA.
Em
1.993 a inflação atingiu 2.708,39% (IGP-DI da FGV).
FOI POSSÍVEL DOMAR, MELHOR E MAIS FÁCIL
PREVENIR.
“OFERTAS” DURANTE a hiperinflação no
Brasil – A moeda era o Cruzeiro. Lavadora de roupa: Cr$ 1.350,000,00 -
Vídeocassete: Cr$ 4.419.000,00 Galinha Avipal (1kg):
R$ 5.390,00 - Batata lisa (1kg): R$ 2.590,00 Margarina Doriana (500 g): Cr$ 42.900,00 -
Leite Longa Vida (1litro): R$ 29.900,00
Desvalorizações da moeda brasileira no
período compreendido entre 1967-2017. Acompanhe o surgimento das diversas
moedas, esforço doloroso e, pior, inútil antes do Plano Real.
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SEGUREM-SE PARA NÃO CAIR:
De 1967 até a presente data houve quatro desvalorizações na proporção de
1.000 para 1 e uma de 2.750 para um. Isso significa que um Real (R$1,00) tem valor
equivalente a Cr$2,75 quatrilhões de
cruzeiros de 1942. Antes de 1942, desde o tempo do Brasil-Colônia, o padrão monetário era
representado pelo “Mil-Réis”, as notas e moedas usadas partiam de “$1000”
(Mil-Réis). Não existiam centavos, eram
usadas moedas de 10 ou 20 réis.
Esse é um mero cálculo
aritmético, temos que considerar as mudanças que advém da maior ou menor
facilidade em obter os produtos e outros fatores que influem no real valor
deles.
O
Real (R$) teria valor equivalente a $2,75 quatrilhões de Mil-Réis.
Antes da Primeira
Guerra Mundial, o marco alemão, o xelim britânico, o franco francês e a lira
italiana tinham aproximadamente os mesmos valores — quatro para um dólar.
Ao fim de 1923, a taxa de câmbio do marco já era de um trilhão de marcos
para um dólar — o que significa que a moeda havia perdido 99,9999999996% do seu
poder de compra nesse período; ou, em outras palavras, ela valia um milionésimo
de milhão do que valia há apenas dez anos. A cédula de CEM BILHÕES DE MARCOS
equivalia a 10 CENTAVOS DE DÓLAR.
ALGUÉM TEM SAUDADES OU QUER CHEGAR A ESSE
PONTO?
Jayme José de
Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado
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