terça-feira, 5 de dezembro de 2017

HIPERINFLAÇÃO




Coluna publicada em 04/11/2017, www.litoralmania.com.br":

http://www.litoralmania.com.br/hiperinflacao-jayme-jose-de-oliveira/

PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

HIPERINFLAÇÃO
Governadores, que não tem meios de gerar verbas para cobrir despesas (estão literalmente quebrados) ao contrário do governo federal, que pode aumentar a dívida já insustentável, PRECISAM ABANDONAR QUESTIÚNCULAS POLÍTICAS, IDEOLÓGICAS E, EM BLOCO, FORMAR UMA FRENTE UNÍSSONA. Precisam apresentar propostas coerentes, coesas e inadiáveis visando a curto prazo desafogar o garrote asfixiante e, a longo prazo afastar o Brasil da hiperinflação e consequente ingovernabilidade total. Serão medidas impopulares por certo, exigirão emendas constitucionais que modifiquem estruturalmente e não apenas conjunturalmente o arcabouço falido. O Congresso terá de se compor para aprovar medidas que só surtirão efeito com o decorrer do tempo. Isso não se coaduna com interesses imediatos, principalmente em ano de eleições. A reforma da Previdência e cortes profundos nas despesas não essenciais, mas tão do agrado de parlamentares com olho no eleitorado e futuros mandatos. Providências afins demandam tempo, persistência e coragem. Desmandos históricos não são corrigidos de supetão.
O governo federal tem que admitir os erros que nos conduziram ao descalabro financeiro e econômico, admissão que jamais foi explicitada e, talvez, infelizmente, muitas vezes nem seja percebida. Oposicionistas precisam reconhecer que tem parte da culpa pelo que fizeram e deixaram de fazer quando no comando. Não tem anjinho na parada.
A eterna e estapafúrdia afirmação que “fatores externos” são os responsáveis pelas nossas vicissitudes em vez de fazer o “mea culpa”, início do caminho para solicitar a colaboração da população, políticos, economistas, sindicatos, grupos sociais e demais grupos que apoiam o governo DESDE QUE NÃO TOME MEDIDAS CONTRÁRIAS A SEUS INTERESSES IMEDIATOS. E aqui reside o nó: MEDIDAS EFETIVAS CONTRARIAM, COM CERTEZA, INTERESSE IMEDIATOS.
O que não se quer enxergar, por ideologia ou por conveniência, é que remédios amargos são como cirurgias de tumores malignos, amargos, dolorosos, por vezes mutiladores, mas indispensáveis. Evitar essas medidas, fatalmente, leva o organismo à morte e o país à insolvência.
Quem viveu as agruras antes do Plano Real (1.994) sabe o que significa ver o dinheiro corroído dia-a-dia. Receber o salário e correr ao supermercado comprar o rancho do mês para que não acabe antes do fim do mês. Não poder esperar porque a remarcação dos preços era diária.
O governo protelava os pagamentos e assim o fazendo a inflação contribuía para diminuir o déficit. Os ricos, os abonados, sempre souberam se defender reajustando os preços e aplicando no overnight (os bancos pagavam juros diários). Os pobres não tinham, nunca têm possibilidades de se defender. Aliás, “apertar o cinto” era o que lhes restava.
Quem é mais sacripanta? A oposição que não vota medidas urgentes, apenas para desgastar o governo? Políticos da base aliada que também agem assim por estarem reféns de sindicatos e movimentos sociais, ou por ideologia? Sindicatos que exigem reposições acima da inflação? Vândalos que espalham o terror e a destruição por qualquer dá-cá-aquela-palha? O governo que não admite erros cometidos ao longo da gestão e resiste em “dar o braço a torcer? Eu, você, nós, que assistimos tudo inertes? NEM UM NEM OUTROS, TODOS.
Se não formarmos uma frente única, mesmo à custa de sacrifícios momentâneos, preparemo-nos para um alinhamento com a GRÉCIA.
Em 1.993 a inflação atingiu 2.708,39% (IGP-DI da FGV).
 FOI POSSÍVEL DOMAR, MELHOR E MAIS FÁCIL PREVENIR.


“OFERTAS” DURANTE a hiperinflação no Brasil – A moeda era o Cruzeiro.                     Lavadora de roupa: Cr$ 1.350,000,00  -  Vídeocassete: Cr$ 4.419.000,00                        Galinha Avipal (1kg): R$ 5.390,00  -  Batata lisa (1kg): R$ 2.590,00                               Margarina Doriana (500 g): Cr$ 42.900,00  -  Leite Longa Vida (1litro): R$ 29.900,00
Desvalorizações da moeda brasileira no período compreendido entre 1967-2017. Acompanhe o surgimento das diversas moedas, esforço doloroso e, pior, inútil antes do Plano Real.
DATA
SÍMBOLO
MOEDA
DIVISÃO
05/10/1942
Cr$
CRUZEIRO
1
13/02/1967
NCr$
CRUZEIRO NOVO
1.000,00
15/05/1970
Cr$
CRUZEIRO
1,00
28/02/1986
Cz$
CRUZADO
1.000,00
15/01/1989
NCz$
CRUZADO NOVO
1.000,00
15/03/1990
Cr$
CRUZEIRO
1,00
01/08/1993
CR$
CRUZEIRO REAL
1.000,00
01/07/1994
R$
REAL
2.750,00



SEGUREM-SE PARA NÃO CAIR:          
De 1967 até a presente data houve quatro desvalorizações na proporção de 1.000 para 1 e uma de 2.750 para um. Isso significa que um Real (R$1,00) tem valor equivalente a      Cr$2,75 quatrilhões de cruzeiros de 1942.                                      Antes de 1942, desde o tempo do Brasil-Colônia, o padrão monetário era representado pelo “Mil-Réis”, as notas e moedas usadas partiam de “$1000” (Mil-Réis).  Não existiam centavos, eram usadas moedas de 10 ou 20 réis. 


Esse é um mero cálculo aritmético, temos que considerar as mudanças que advém da maior ou menor facilidade em obter os produtos e outros fatores que influem no real valor deles.                                                                                                           O Real (R$) teria valor equivalente a $2,75 quatrilhões de Mil-Réis.
 A inflação entre os anos 1964/1994 foi de:  1.302.442.989.947.180%. SIM: 1 quatrilhão, 302 trilhões, 442 bilhões, 989 milhões, 947 mil e 180%.
Antes da Primeira Guerra Mundial, o marco alemão, o xelim britânico, o franco francês e a lira italiana tinham aproximadamente os mesmos valores — quatro para um dólar.  Ao fim de 1923, a taxa de câmbio do marco já era de um trilhão de marcos para um dólar — o que significa que a moeda havia perdido 99,9999999996% do seu poder de compra nesse período; ou, em outras palavras, ela valia um milionésimo de milhão do que valia há apenas dez anos. A cédula de CEM BILHÕES DE MARCOS equivalia a 10 CENTAVOS DE DÓLAR.

ALGUÉM TEM SAUDADES OU QUER CHEGAR A ESSE PONTO?








Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

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