segunda-feira, 18 de maio de 2015

UMA OVELHA NEGRA NO PODER



Uma ovelha negra no poder – Por Jayme José de Oliveira


Jayme José de Oliveira
Jayme José de Oliveira
Ao longo dos anos o ex-presidente Lula se posicionou das mais diversas maneiras frente as acusações de corrupção durante seu governo. Em agosto de 2.005, num discurso pronunciado na Granja do Torto na abertura da reunião ministerial afirmou que se sentia traído por práticas inaceitáveis das quais nunca teve conhecimento.
Posteriormente, defendeu a tese de que o mensalão jamais existiu e a Ação Penal 470 era uma farsa destinada a desgastar seu governo. Alguma das versões merece crédito?
A jornalista Cristina Tardáguila, editora assistente do jornal O GLOBO – Rio de Janeiro – publicou uma reportagem reportando o livro “Una oveja niegra al poder”.
MUJICA REVELA EM LIVRO CONFISSÃO DE LULA SOBRE O MENSALÃO
Publicado: 08 de maio de 2015 às 10:32 – Atualizado às 10:44
O ex-presidente Lula confessou ao seu colega uruguaio José Mujica a prática de corrupção em seu governo. A revelação está contida no livro-reportagem “Una oveja niegra al poder” (Uma ovelha negra no poder), escrito pelos jornalistas uruguaios Andrés Danza e Ernesto Tulbovitz, que conta os cinco anos do governo de Mujica. A confissão – que teve testemunha – teria sidofeita em 2010, segundo relato da jornalista Cristina Tardáguila,em reportagem para o jornal O Globo.
Mujica conta no livro que certa vez conversava com Lula quando passaram a falar sobre o escândalo do mensalão, que consistia na compra de apoio político. A certa altura, segundo o uruguaio, Lula afirmou que aquela era “a única forma de governar o Brasil”. Gentil com o brasileiro, Mujica afirmou que Lula “viveu esse episódio (do mensalão) com angústia e um pouco de culpa”.
“Segundo Mujica, quando o assunto veio à tona, numa reunião em Brasília nos primeiros meses de 2010, Lula lhe teria dito textualmente: “Neste mundo tive que lidar com muitas coisas imorais, chantagens”. Para logo em seguida, emendar: “Essa era a única forma de governar o Brasil”. Segundo Mujica, o ex-vice-presidente uruguaio Danilo Astori estava na sala e também ouviu a “confissão” do petista.
Lula sempre negou saber do escândalo do mensalão. Em agosto de 2005, pouco depois de o caso vir à tona, ele se disse “traído por práticas inaceitáveis das quais nunca tivera conhecimento” e que estava “tão ou mais indignado do que qualquer brasileiro” diante do episódio (O discurso pode ser acessado pelo link ao final da coluna). Depois, passou a afirmar que a existência do esquema nunca havia sido comprovada e que seus colegas de partido tiveram um julgamento político no Supremo Tribunal Federal (STF).
Procurado no fim da tarde desta quinta-feira (07/05/2.015) pelo jornal O Globo, para comentar o conteúdo do livro, o Instituto Lula informou que não teria “como encaminhar um comentário a essa hora”.
Danza e Tulbovitz, editor-geral e repórter de uma das revistas semanais mais respeitadas do Uruguai, acompanham a carreira de Mujica desde 1998. Viram-no ser eleito deputado e senador, se transformar em ministro da Pecuária, Agricultura e Pesca, e, depois, em presidente.
— São 17 anos de convivência com encontros pessoais semanais — contou Danza. — Quando ele assumiu a Presidência, no dia 1º de março de 2010, começamos a fazer registros oficiais da Presidência e combinamos que só publicaríamos esse material depois que ele deixasse o cargo. Todas as conversas estão gravadas.
Discurso pronunciado pelo presidente LULA, na Granja do Torto em 12/08/2005.
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Jayme José de Oliveira – cdjaymejo@gmail.com

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