terça-feira, 23 de dezembro de 2014

NATAL




PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

NATAL!
Há cerca de dois mil anos o mundo transpôs um portal: Iniciou a era d.C. e até a contagem do tempo inverteu sua direção. A partir dessa data segue em ordem cronológica ascendente, para o anterior estipula-se o inverso. Pode-se inferir que a própria jurisprudência, moralidade, costumes... inicia um redirecionamento de 180°.  Antes: a “Pena de Talião”, o “Olho por olho, dente por dente”, a partir de então, paulatinamente, o humanismo e o respeito aos direitos alheios rejeitando os princípios estratificados do “Dura lex sed lex” (a lei é dura mas é lei).
“Amarás, pois, ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma,  e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças, este é o primeiro mandamento. E o seguinte, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há mandamento maior do que estes.” (Marcos 12:30-31)
A trajetória civilizatória encetada há 200.000 anos na mãe-África – sim, somos todos afrodescendentes – prossegue numa escalada não linear, muito menos uniforme. Além da coordenada do tempo, a distribuição geográfica influi decisivamente nos regimentos éticos, morais, jurídicos e de convivência. Para nós, por exemplo, os direitos dos homens e mulheres estão equalizando, em outras bandas até o apedrejamento por adultério ainda é lei vigente.
Apesar de toda esta descoordenação, com avanços e recuos chegamos onde estamos, mais evoluídos que nos primórdios porém distantes do ponto que pretendemos atingir. O   faremos no devido tempo.
A todos os leitores que nos acompanham em Litoralmania, meus votos dum FELIZ NATAL, que o próximo ano transcorra numa curva ascendente e, principalmente, muita PAZ!




  
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

FELICIDADE




Felicidade – Por Jayme J. de Oliveira



Jayme José de Oliveira
Jayme José de Oliveira

“Só quem sabe formular corretamente a pergunta consegue obter as respostas que podem auxiliá-lo. Numa discussão, percebemos sempre que aquele que faz as perguntas apropriadas faz o diálogo avançar e, em geral, contribui para a solução”. (Anselmo Grün).
Felicidade significa estar “de bem” consigo mesmo. Como somos idiossincráticos, a felicidade de um não representa necessariamente a de outro, depende, intrinsecamente, de como encaramos a vida e o que desejamos que ela nos proporcione. Pode ser o desafogo financeiro, a saúde, o convívio harmonioso com nossos afins, uma sociedade justa e, principalmente, a harmonia em compatibilizar o que preconizamos com aquilo que realizamos. Nunca chegaremos à plenitude, contudo é nosso dever lutar para nos aproximarmos. Uma consciência tranquila é o melhor travesseiro.
Devemos trabalhar em prol da nossa felicidade. Há momentos em que as circunstâncias parecem coadjuvar, é a hora de aproveitá-las. Lembremos que podem não se repetir e uma vez desperdiçada, a oportunidade pode não retornar. Quando, ao contrário, o infortúnio se acercar, uma doença, um negócio mal resolvido, a perda de um ente querido, urge desdobrarmos os esforços para superar, sempre tendo em mente que, na vida tudo é passageiro e após a borrasca o sol ressurge para iluminar o ambiente.
A tendência natural é ficarmos satisfeitos após atingirmos objetivos, afinal de contas, não era para isso que tanto lutamos? Fujamos dessa armadilha solerte. Uma pessoa satisfeita, estanca. Para que continuar a jornada, por vezes árdua, se atingimos o que consideramos o topo?
A humanidade, desde o primórdio, e isso a diferencia dos demais seres vivos, foi, é, e sempre será espicaçada por dois sentimentos indissociáveis: a curiosidade e a insatisfação. A primeira não se conforma com o incógnito, o mistério. A outra não permite desistir antes de encontrar a solução. E então, ao encontrar a resposta, vislumbra o quanto ainda lhe resta saber.
“Para cada resposta que obtemos nos surgem dez novas questões, mas o que nunca vai acabar é a procura do homem pelo conhecimento”. (Jayme J. de Oliveira)
Jayme José de Oliveira
Capão da Canoa – RS – Brasil
(51)98462936 – (51)81186972
http://www.blogcdjayme.blogspot.com.br



terça-feira, 9 de dezembro de 2014

O GRANDE ESCOADOURO




PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

O GRANDE ESCOADOURO
Ao deparar com a coluna de Rogério Mendelski no Correio do Povo (23/11/2.014) relacionando os financiamentos que o Brasil concedeu nos últimos anos a países estrangeiros para empreiteiras brasileiras executarem: portos, hidrelétricas, metrôs, estradas, aquedutos, pontes, barragens, aeroportos, BRTs, purificação de água, aviões, ônibus, etc. ... alguns com remotas chances de pagamento, fico imaginando o quanto seriam úteis essas obras se realizadas no Brasil. Ah, as empresas encarregadas de realiza-las poderiam fazê-lo aqui, proporcionando milhares de empregos para brasileiros. As probabilidades de calote também seriam minimizadas.
Lembrei uma declaração de Lênio Streck, procurador aposentado do RS e professor da Unisinos, São Leopoldo:
Só não sabemos se  o governo não se esforça porque sabe que a sociedade não cobra ou se a sociedade não cobra porque sabe que o governo é lento”.
OBRAS FINANCIADASPELO BRASIL E EXECUTADAS POR EMPREITEIRAS BRASILEIRAS... NO EXTERIOR.
Porto Mariel (Cuba): U$ 957 milhões – Odebrecht;
Hidrelétrica de San Francisco (Equador): U$ 243 milhões – Odebrecht;
Hidrelétrica Manduriacu (Equador): U$ 124,8 milhões – Odebrecht;
Hidrelétrica Chagila (Peru): U$ 1,2 bilhão – Odebrecht;
Metrô cidade do Panamá (Panamá): U$ 1 bilhão – Odebrecht:
Autopista Madden-Colón (Panamá): U$ 152,8 milhões – Odebrecht;
Aqueduto Chaco (Argentina): U$ 180 milhões – OAS;
Soterramento do Ferrocarril Sarmiento (Argentina): U$ 1,5 bilhão – Odebrecht;
Linhas 3 e 4 do Metrô de Caracas (Venezuela): U$ 732 milhões – Odebrecht;
Ponte sobre o rio Orinoco (Venezuela): U$ 1,2 bilhão – Odebrecht;
Barragem de Moamba Major (Moçambique): U$ 460 milhões – Andrade Gutierrez;
Aeroporto de Macala (Moçambique): U$ 200 milhões – Odebrecht;
BRT da capital Maputo (Moçambique): U$ 220milhões – Odebrecht;
Hidrelétrica de Tumarín (Nicarágua): U$ 1,1 bilhão – Queiroz Galvão;
Projeto Hacia el Norte-Rurrenalbaque-El-Chorro (Bolívia): U$ 199 milhões – Queiroz Galvão;
20 aviões (Argentina): U$ 595 milhões – Embraer;
127 ônibus (Colômbia): U$ 26,8 milhões – San Marino;
Com valores não informados:
Abastecimento de água na capital peruana – Projeto Bayovar (Peru): Andrade Gutierrez
Renovação de gasodutos em Montevidéu (Uruguai) – OAS;
Via Expressa Luanda-Kifangongo (Angola): Queiroz Galvão.
Acresçamos a esses montantes os perdões às dívidas de países africanos e obras posteriormente realizadas, financiadas pelo BNDES.
O “Petrolão” é a “cereja do bolo”, não admira que não consigamos honrar o compromisso com o superávit primário.
Já dizia que é uma rede que extrai da nação tudo o que pode. E a sociedade submissa se adapta”. (Raimundo Faoro, presidente da OAB de 1.977-1.979, em “Os Donos do Poder”)
Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

DE PERO VAZ DE CAMINHA AO PETROLÃO


De Pero Vaz de Caminha ao Petrolão

Jayme José de Oliveira
Jayme José de Oliveira
Na “Carta de achamento do Brasil” escrita por Pero Vaz de Caminha em Porto Seguro, entre 22 de abril e 2 de maio de 1.500, verificou-se o primeiro episódio de tentativa para influenciar autoridade em benefício próprio ou de familiares, correligionários, etc. Dirigida ao rei D. Manoel I solicitava:
“Eis pois que, Senhor, é certo que, assim neste cargo que levo, como em qualquer coisa que de vosso serviço for, Vossa Alteza há de ser muito bem servida, a Ela peço que, por me fazer singular mercê, mande vir da ilha de São Tomé a Jorge Osório, meu genro – o que d’Ela receberei com muita mercê”.
Como vemos, o problema é endêmico e iniciou já no primórdio da nossa História.
Getúlio Vargas se suicidou ao imergir num mar de lama, em 24/08/1.954.
Juscelino Kubitschek e a construção de Brasília merecem atenção especial.
No período ditatorial (1.964-1.985) a rígida censura obnubilou os descaminhos, a Comissão da Verdade tenta esclarecer.
Fernando Collor de Mello, como sabemos, sofreu impeachment e por sobradas razões.
No governo FHC o procurador geral da república, Geraldo Brindeiro, dos 624 inquéritos policiais que recebeu, engavetou 242 e arquivou 217. Somente 60 denúncias foram aceitas. Por conta disso recebeu o jocoso epíteto de “engavetador-geral da república”. Entre as denúncias que engavetou está a da compra de votos para a aprovação da PEC que instituiu a reeleição para presidente, governadores e prefeitos.
O presidente Lula reiterou ataques à atuação moralizadora do Tribunal de Contas da União (TCU). Após dizer que o Brasil “está travado”, ele defendeu a criação de uma câmara de nível superior, que possa decidir rapidamente sobre a liberação de obras suspensas por liminares da justiça.
“Não é fácil governar com a poderosa máquina de fiscalização e a pequena máquina de execução”.
Inconformado com a vigência da Lei nº 8.666/93, Lei de Licitações e Contratos, no dia 9 de maio de 2.008, em discurso no município de Salvador, Bahia, ressaltou a importância de alterá-la pois as regras nela insertas estariam atrasando o cronograma de obras do PAC, permite um controle excessivo nos procedimentos licitatórios e obriga a prestação de contas (SIC).
Em 2.009 o TCU sugeriu parar obras da PETROBRAS. O presidente Lula vetou dispositivos da lei orçamentária, aprovados pelo Congresso, que impediam os repasses e permitiu que fossem liberados R$ 13,1 bilhões, embora auditorias tenham detectado superfaturamento e outras irregularidades.
Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff renegociaram U$ 1,036 bilhão de países africanos, dos quais U$ 717 milhões foram perdoados. O mecanismo de perdão de dívidas é positivo para países endividados pois abre oportunidades de novos investimentos externos. É também para o país que alivia a dívida, que geralmente quer investir no país endividado (as empresas que executarão as obras agradecem).
O Brasil perdoou dívidas e emprestou dinheiro aos seguintes países: Cabo Verde, Cuba, Gabão, Venezuela, Bolívia e diversos países africanos. A irregularidade fica patente porque, de acordo com a legislação vigente, a concessão de benefícios a nações com dívidas atrasadas junto ao Brasil necessita aprovação pelo Senado.
Houve corrupção de tal monta que foi instaurada a Ação Penal 470 junto ao STF a qual resultou na condenação de agentes financeiros, além de proeminentes líderes políticos envolvidos. Quem não fugiu para o exterior cumpriu ou continua cumprindo penas de reclusão.
E VEM A PÚBLICO O TSUNAMIDA PETROBRAS!
Não se sabe ainda quanto e quantos estão envolvidos, o certo é que não se trata de “arraia-miúda”. Diretores da PETROBRAS, políticos de alto coturno – cujos nomes ainda não foram divulgados, dirigentes – inclusive em nível de presidência – das maiores empreiteiras do Brasil. CEOS que jamais supunham pudessem ser sequer citados, foram encarcerados. Desta vez, ao que parece, não apenas os corruptos merecem atenção, os que disponibilizam o numerário, finalmente, “entraram na roda”.
A presidente Dilma Rousseff, da Austrália onde o G20 se reuniu, reiterou seu pronunciamento por ocasião da divulgação do resultado das urnas, combater a chaga, custe o que custar, doa a quem doer.
“O escândalo mudará para sempre a relação entre a sociedade brasileira, o Estado brasileiro e a empresa privada. A investigação à corrupção da PETROBRAS vai abrir caminho para a apuração e encerramento de outros esquemas ilícitos no Brasil, jogará luz do sol sobre todos os processos de corrupção”.
Atribui-se a Auguste de Saint-Hilaire a frase: “Ou o Brasil acaba com a saúva, ou a saúva acaba com o Brasil”. Bem que poderia ser parodiada para: “Ou o Brasil acaba com a corrupção, ou a corrupção acaba com o Brasil”.
Ai que saudade…
do tijolinho de banana
do meu Autorama
do Cinerama
do Mário Quintana
e da Petrobras pré-lama. (Luís Fernando Veríssimo)
Jayme José de Oliveira
Capão da Canoa – RS – Brasil
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