sexta-feira, 29 de julho de 2022

E AGORA, JOSÉ

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

E AGORA, JOSÉ?

Bolsonaro continua a incitar seus seguidores contra as urnas eletrônicas e os ministros do STF. O clímax da campanha do presidente na tentativa de desacreditar as urnas eletrônicas ocorreu quando, fora da agenda oficial, promoveu, no dia 18 de julho, no Palácio da Alvorada, uma reunião com embaixadores estrangeiros, durante a qual apresentou suas desconfianças – nunca comprovadas – em torno do sistema eleitoral brasileiro (não esqueçamos que este mesmo sistema avalizou as eleições de Bolsonaro para deputado e para presidente).

O STF também entrou no rol das críticas quando “baixou a ripa” na suposta falta de isenção dos juízes Luís Roberto Barroso, Edson Fachin e Alexandre Moraes.

Nos bastidores, integrantes do Itamaraty mostram desconforto com a miscigenação do aparato diplomático com os rompantes politico-eleitorais do presidente. Para exacerbar ainda mais as patacoadas, os presidentes do STF, Luiz Fux e do TSE, Edson Fachin, apesar de convidados declinaram.

Numa maçaroca que nos força a contorcionismos para tentar entender, em 2018 apontava os políticos do Centrão como “a escória de tudo o que há de pior no país”, depois de eleito loteou o governo entre integrantes deste grupo para garantir a sustentação no Congresso.

O partido que escolheu para concorrer à reeleição (PL) é chefiado, segurem-se para não cair, por Valdemar Costa Neto, um dos condenados no escândalo do Mensalão, durante o primeiro governo Lula.

Patrocinou a campanha contra as vacinas para combater a pandemia do Covid-19 e em contraponto defendeu o Kit-Covid, providências que facilitaram a ocorrência de inúmeras mortes, nunca saberemos quantas.

Não é apenas Bolsonaro que tem crises de esquecimento nesta campanha eleitoral, seu provável concorrente no segundo turno, o ex-presidente Lula, vem cortejando desavergonhadamente políticos que derrubaram a então presidente Dilma Rousseff. Michel Temer, o vice-presidente que tramou o impeachment da mesma, era considerado golpista por 10 entre 10 petistas. Este mesmo “golpista” acena com um possível apoio a Lula e o ex-presidente não tem pejo em tentar, insistentemente, uma aproximação com o MDB. Venha a nós o vosso voto, o passado é o passado, apenas o futuro interessa.

https://raymundopassos.jusbrasil.com.br/noticias/177552720/a-bomba-do-bndes-esta-para-estourar-20-obras-e-3000-emprestimos-a-outros-paisesRaymundo Passos

                                                                                                                                        DURMA-SE COM UM BARULHO DESSES!

Todo este preâmbulo para embasar uma tese que defendo desde sempre:

Só haverá uma DEMOCRACIA VERDADEIRA quando o eleitor tiver o direito de recusar os candidatos apresentados pelos partidos.

Estamos, em 2022, compelidos a decidir entre dois candidatos que fornecem evidentes razões para a desconformidade dos eleitores que não se alinham entre os “convictos”. E sabemos que convictos votam em qualquer candidato indicado pela cúpula partidária. Até em “postes” já votaram. Não interessam os senões assacados. Apoiam, mesmo os acusados (comprovadamente) de quaisquer “barbaridades” que tenham cometido, sejam quaisquer ideários que propugnem. Mesmo que seja o conhecido “quero o meu”.

Imaginem a catastrófica eventualidade de os eleitores serem apresentados num segundo turno aos nomes de Carlos Marighella – político, escritor e guerrilheiro comunista marxista-leninista. Um dos principais organizadores da luta armada contra a ditadura militar brasileira. Chegou a ser considerado o inimigo número um do regime.

Contrapondo a “ilustre figura” de Marighella, o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, o “pavor de Dilma Rousseff”, por ter comandado as sessões de tortura contra a ex-presidente, presa durante o regime militar. Centenas de sessões de tortura foram executadas pelo DOI-CODI sob o comando do coronel Ustra.

Lembro Carlos Drummond e Andrade:

E agora, José?                                                                                            A festa acabou,                                                                                        a luz apagou,                                                                                            o povo sumiu,                                                                                          a noite esfriou,                                                                                       e agora, José? ...                                                                                    Em quem votarás?

Reitero: DEMOCRACIA que mereça este nome, só no dia em que pudermos, não apenas eleger quem mereça os votos e os cargos, também, recusar os que não façam jus à sagrada missão. Mais de 50% de votos em branco ou nulos e nova eleição deverá ser convocada, com exclusão dos candidatos anteriores.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


segunda-feira, 25 de julho de 2022

COVID - NINGUÉM ESTÁ IMUNE

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

COVID – NINGUÉM ESTÁ IMUNE

Covid - Ninguém está imune - Jayme José de Oliveira - Litoralmania ®

Em 31 de dezembro de 2019 a Organização Mundial da Saúde (OMS) foi alertada sobre vários casos de pneumonia na cidade de Wuhau, na República Popular da China. Tratava-se de uma nova cepa (tipo) de coronavírus que ainda não tinha sido identificado em seres humanos.

Em 7 de janeiro de 2020 as autoridades chinesas confirmaram que haviam identificado um novo tipo de vírus. Ao todo, 7 coronavírus humanos foram identificados, o mais recente recebeu o nome de SARS-CoV-2, responsável por causar a COVID-19.

A Organização Pan Americana da Saúde (OPAS) tem emprestado apoio técnico e recomendado o sistema de vigilância alerta para detectar, isolar e cuidar precocemente os infectados.

É a sexta vez na história que uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional é declarada. As outras foram:                                         25 de abril de 2009: pandemia H1N1;                                                                             5 de maio de 2014: disseminação internacional do poliovírus (poliomielite humana);                                                                                                                                               8 de agosto de 2014: surto de Ebola na África Ocidental;                            1 de fevereiro de 2016: vírus Zica e aumento de casos de microcefalia e outras malformações congênitas;                                                                         18 de maio de 2018: surto de Ebola da República Democrática do Congo.

Em 11 de março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada pela OMS como uma pandemia, reconhece que existem surtos de COVID-19 em vários países e regiões do mundo.

Após dois anos e sete meses ainda não se vislumbra o fim da COVID-19, várias cepas derivam da original, fato que dificulta a extinção da pandemia e novas vacinas têm de ser elaboradas constantemente. Uma única aplicação não é suficiente, eu, por exemplo, recebi quatro doses e por este motivo tenho reagido com sucesso à contaminação. Ressalto que obedeci a todas as recomendações das autoridades científicas, não ao descalabro recomendado pelo governo brasileiro com seu inútil Kit-covid. Isolamento, vacinas (quatro doses), máscaras ao contatar com o público e, principalmente, evitar contato com os infectados. Debito a esses cuidados levados ao extremo os sintomas de pouca intensidade. Mesmo a febre teve apenas um pico de 37,5º, prontamente controlado com 1 gr de dipirona mono hidratada.  Resguardo, antitérmico, anti-histamínico, e antivirais usadas no combate à gripe H1N1. Sim. Kit-covid? Nem pensar. A perspectiva de negativar é prevista para o teste que farei no dia 25 de julho.

Importante: assim que positivei, alertei todos os moradores do prédio e mantive distanciamento absoluto, bem como os familiares também positivados, não é aceitável que pessoas com vírus ativo arrisquem contaminar os vizinhos, também devem evitar sair do domicílio para adquirir medicamentos, alimentos e que tais deve-se recorrer à tele entrega ou recebidas sem contato direto.

Aos negacionistas que esnobam as vacinas, reitero que sou um exemplo paradigmático da eficiência do resguardo, das vacinas e de uma alimentação adequada. Medicação apenas para combater os sintomas, inclusive a febre. Sou um paciente de alto risco, idoso (86 anos), diabético, hipertenso, uma tríade de peso que consegui contornar.

As multidões que se aglomeram sem máscaras e mantém um contato direto nas ruas, em estabelecimentos comerciais, estádios de futebol, templos e quaisquer similares são um acinte, servem para prolongar a pandemia, criar novas cepas e espraiá-las. Não há nenhuma desculpa para os que usam e abusam da irresponsável aglomeração.

Sim, é verdade que profissionais da saúde, da segurança, do comércio (principalmente farmácias), transporte, limpeza pública e tantos outros não podem evitar contatos. São verdadeiros heróis e devemos ter a máxima consideração para com eles. Quantos adoeceram e perderam inclusive suas vidas para nos permitirem viver? Pensem nisso e não aumentem os riscos que correm com a irresponsabilidade vergonhosa.

Não importa a origem da pandemia, ela existe e temos de combater sua propagação, é fundamental a nossa colaboração. O local de origem do vírus não muda o “status quo”. 

Cometemos um erro crasso no início, permitimos que pessoas contaminadas circulassem mundo afora e propagassem uma pandemia que vitimou milhões de pessoas. Impossível evitar dizem os desinformados (para usar um termo politicamente correto), NÃO É VERDADE! Exemplifico:

O Ebola, doença mortal (letalidade de 25% a 90%) é causado pelo vírus Ebola, causa hemorragias letais. Oriundo inicialmente do Zaire, teve surtos detectados na África Subsaariana. Sendo tão letal, por que não causou uma pandemia? Elementar meu caro Watson, como diria Sherlock Holmes. Quando surgiu, TODOS os que tinham de entrar em contato com infectados se protegiam com vestimentas absolutamente indevassáveis, pareciam astronautas. Os contaminados, SOB NENHUMA HIPÓTESE podiam se deslocar, permaneciam isolados em locais que só podiam ser acessados por profissionais da saúde. Não se deslocando, não espalharam vírus. Elementar meu caro Watson.

Por que não foi usado o mesmo processo para a COVID-19?

ESTA É A PERGUNTA QUE NÃO QUER CALAR.

P.S.: Quando, em Manaus, uma nova cepa foi detectada e faltou oxigênio para os pacientes, foram enviados para locais onde pudessem ser tratados. Desculpem a palavra, foi uma BURRICE. Em vez de enviar oxigênio para onde havia infectados, transportou-se infectados para onde havia oxigênio e... os vírus se espalharam.

Quando escrevi isso numa coluna recebi 16 respostas desaforadas. O mínimo que diziam era: “Não tens o mínimo de consideração para com os doentes, eles precisam ser tratados”. É evidente que precisam, porém, mais fácil, mais barato, mais seguro é levar tubos de oxigênio aos hospitais carentes.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


sexta-feira, 15 de julho de 2022

DUNGA

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

DUNGA

Em junho de 2022 produtos apreendidos pela Polícia Federal foram doados ao Projeto Seleção do Bem 8, do Instituto Dunga, faziam parte do material apreendido em novembro de 2021 num caminhão abordado na BR-448 (Rodovia do Parque).

Esta providência há muito reclamada pela sociedade, dar um destino honesto às mercadorias abordadas pelos agentes da lei atinge objetivos bem definidos. Diminui a circulação de mercadorias de origem ilícita no estado e desfere um golpe significativo nas finanças de contrabandistas e traficantes.

A destinação dos mesmos para o Instituto Dunga, movimento criado durante a pandemia Covid para organizar mutirões de doação e voluntariado em Porto Alegre. Serão repartidos entre comunidades carentes todas as doações recebidas do Departamento de Investigações do Narcotráfico (Denarc). O delegado Carlos Wendt destaca que a sociedade normalmente apenas percebe o lado da repressão agora pode visualizar nossos esforços na prevenção.

Quando se consegue acionar objetivos que ajudem evitar que pessoas carentes passem para o lado das drogas é gratificante e estimula o nosso trabalho. Um pedido feito ao Judiciário para que autorize a doação de materiais recicláveis e também o produto angariado para a destinação útil de algo que até então era inclusive destruído foi aprovado. Apenas as seis prensas hidráulicas apreendidas, no valor de R$ 25 mil cada uma que foram destinadas para instituições como a acima referida dão ideia como esta permissão se justifica.

As prensas que eram usadas para a fabricação de tijolos de entorpecentes poderão ser utilizadas nos bairros atendidos pelo Instituto Dunga. A proposta é cedê-las para que recicladores as usem em usinas da comunidade.

Instituições como o Projeto Seleção do Bem 8 merecem todo o nosso apoio, as comunidades carentes agradecem qualquer ajuda que venham a receber.

Na atualidade grupos discriminados e ou considerados menos inclinados ao convívio solidário estão em evidência, jogadores profissionais de futebol pertencem à categoria dos beneméritos e o nosso Dunga, campeão mundial FIFA de 1994, quando era o capitão da Seleção Brasileira é um exemplo a ser seguido. Após “pendurar as chuteiras” sua rotina mudou e passou a dedicar parte do seu tempo e dinheiro para obras sociais, já arrecadou e distribuiu toneladas de alimentos. Dunga não trabalha sozinho, o também ex-jogador Tinga, empresários, comerciantes da capital gaúcha, amigos e voluntários formam um mutirão incansável.

Um empecilho para uma maior expansão de solidariedade, citado por colaboradores potenciais reside na incerteza de que as colaborações sejam direcionadas de maneira correta. Os que optarem pelo Projeto Seleção do Bem 8 podem ficar tranquilos, sua caridade será bem distribuída, o beneficiários agradecem.

Para quem tiver o interesse de colaborar com a instituição o contato pode ser acessado pelo telefono (51) 9987-0531.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


OBRAS NO BRASIL E NO EXTERIOR

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

OBRAS, NO BRASIL OU NO EXTERIOR?

Quando a família atravessa uma fase em que os recursos são escassos eles devem ser direcionados para atender as necessidades fundamentais, as que podem ser postergadas sem causar maiores contratempos serão adiadas sine die. Alimentação, moradia, vestuário, medicamentos, educação dos filhos, despesas para manutenção do lar e outros itens essenciais devem ter prioridade absoluta.  Turismo, entretenimentos, guloseimas, esportes, etc., devem ser colocados em segundo plano. Quando os itens prioritários tiverem sido satisfeitos, então, e só então passaremos a nos dedicar ao importante exercício de espraiar para a comunidade aquilo com que podemos colaborar.

Notem que há uma classificação por necessidade nos projetos a serem realizados, os essenciais prioritariamente. É possível, sim, postergar aqueles destinados à sociedade, felizes os que podem minorar os sofri-mentos alheios com recursos próprios disponíveis. Atentem, contudo, qual o julgamento que faríamos daqueles que invertessem as prioridades e despendessem muito do que possuem para os próximos, deixando seus afins passando necessidades e condicionando-os a viver em privações?

Deixo a quem assim se julgar abalizado a resposta.

Mutatis mutandis, o mesmo padrão de procedimento deverá ser exigido dos responsáveis pelo manejo das verbas públicas oriundas dos impostos que são arrecadados para usufruto da sociedade.

Líderes, muitas vezes por convicções as mais diversas pensam eventualmente de maneira diametralmente oposta. Levados a julgar que a distribuição de verbas a nações mundo afora – sabemos que a miséria campeia em todos os lados – é uma forma essencial de agir, financiam empreendimentos externos em detrimento das necessidades nacionais.

Mato a cobra e mostro o pau:

A duplicação da Avenida Tronco, em Porto Alegre, projeto que abrange 6,5 quilômetros, iniciada em março de 2012, com entrega prevista para junho de 2014, tem apenas 5,2 quilômetros em uso. Prevista para a Copa de 2014, a maior obra em tamanho e orçamento de Porto Alegre se encaminha para a reta final. A construção andou em passos de tartaruga, paralisou em outubro de 2016 por falta de recursos. Os serviços foram retomados em junho de 2018 e suspensos novamente em julho de 2019, pelo mesmo motivo. Em fevereiro de 2020 a obra recomeçou para não mais parar. Além da duplicação estão previstas uma série de melhorias, só na duplicação estão serão investidos R$ 129 milhões. (ZH, 7/7/2022)

Todos conhecemos a expressão “Obras de Santa Engrácia”, é uma frase lisboeta, significa algo que nunca vai acontecer ou demorará muito para ser concretizada. A construção da Igreja de Santa Engrácia demorou centenas de anos para ser concluída, sendo apenas inaugurada em 1966, o que explica este dito popular.

Quando referimos a Copa de 2014 se remonta à pletora de obras, algumas faraônicas, como estádios de futebol, realizadas com vistas à Copa FIFA de Futebol, realizada no Brasil. Muitas ficaram inconclusas, outras atrasadas, algumas esquecidas, como o Metrô de Porto Alegre. Nesse ínterim, é de domínio público – nem precisamos citá-las – as executadas no exterior por empresas brasileiras e financiadas com juros subsidiados pelo BNDeS tiveram andamento acelerado e prestam relevantes serviços em países mundo afora.

Por quê no Brasil a tartaruga serve como parâmetro para o andamento?

 Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado