“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
CALCULAR ATRAVÉS DO TEMPO
Muitos educadores condenam a decoreba (memorização) da
tabuada, mas é indubitável sua importância na vida real para que façamos os
cálculos que facilitam – ou permitem – a vida diária sem passar vexames.
Conheço pessoas que dependem de calculadoras para tudo e sua vida é um
constante digitar. Para que serve o cérebro? Apenas para fofocar na internet e
se embrenhar nas fake-news?
Não sejamos os chatos de galocha que destilam
sapiência, realizam cálculos que requerem conhecimentos profundos. Nem tanto ao
mar, nem tanto à terra, porém, ser incapaz de calcular o troco mais elementar é
um despropósito.
Se antes da pandemia de Covid apenas 2% dos jovens
conheciam os rudimentos da matemática, atualmente, após dois anos de aulas
virtuais, nada de presenciais, até parece que desaprenderam o que não sabiam.
Minha esposa era professora e relatou um caso
paradigmático ocorrido na década de 1960. Gêmeas, cursando a então 4ª série
primária: uma acompanhava pari passu as
aulas, a outra... nem pensar. Numa reunião de pais e mestres assim se
manifestou o pai (caixa do Banrisul) justificando a filha: -
Já comprei uma calculadora, o problema está resolvido.
Retroagindo no tempo, o ábaco foi a primeira
calculadora da história. Criada pelos chineses no século 6 a.C. este
instrumento dispunha de dez fios horizontais paralelos com dez arruelas
deslizantes. Permitia realizar contas de adição e subtração. Revolucionou a
matemática e acabou sendo o principal mecanismo de cálculo durante os 24
séculos seguintes.
Os instrumentos de cálculos foram evoluindo e, em
1642, o matemático francês Blaise Pascal inventou uma máquina automática para
agilizar os cálculos. Também se limitava às operações de adição e subtração.
Em 1671, o filósofo e matemático alemão Gottfried
Wilhelm Von Leibniz desenvolveu um mecanismo capaz de realizar inclusive
multiplicação e divisão.
Em 1947, o austríaco Curt Hersztark desenvolveu a
primeira calculadora mecânica, reduzida ao tamanho de um copo. Apenas em 1973
surgiram as calculadoras eletrônicas. As calculadoras científicas atuais vão
além das operações básicas, são capazes de executar funções trigonométricas
normais e inversas, armazenar dados e instruções em registros de memória.
Com o surgimento dos computadores a capacidade de
cálculos e operações complexas teve um ritmo alucinante de
aperfeiçoamentos. NEC SX-9, o
computador mais rápido do mundo foi criado para fazer simulações do ambiente e
de materiais da nanotecnologia, possui a incrível possibilidade de efetuar 839
trilhões de cálculos por segundo.
Com a existência de computadores como o NEC SX-9 e os
futuros que sequer podemos imaginar, rumamos para a Inteligência Artificial
(IA), nada porém sequer se aproxima da máquina mais poderosa que existe desde
tempos imemoriais, O CÉREBRO HUMANO. Pode gerenciar cerca de 10 quatrilhões de
instruções por segundo, indispensáveis para manter a vida em funcionamento.
Esta performance espantosa poderá ser ultrapassada pela IA em velocidade no
futuro. O que mais surgirá?
Em termos simples, a IA se refere a sistemas ou
máquinas que IMITAM a inteligência humana para realizar tarefas e se aprimoram
com base nas informações que coleta e armazena continuamente.
Embora a IA traga
à imaginação robôs parecidos com os humanos, não poderão substituí-los.
Robôs dependem de programações e para tanto necessitam de quem as faça. Num
exemplo simples, comparemos a capacidade de deslocamento possível para uma
pessoa e a de um veículo (carro, avião, foguete, o que possamos imaginar), não
há termo de comparação... o artefato tão eficiente tem de ser CRIADO por
humanos. O cérebro continua sendo algo ímpar, não se conhece nada que possa
competir com ele, pelo menos no universo ao qual pertencemos.
SOMOS O ÁPICE DA CRIAÇÃO.
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado