“Por
mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.
MATAR O CÃO PARA ACABAR COM AS PULGAS- 30/03/2022
Agressões a jogadores de futebol das equipes
adversárias; brigas de torcedores antes, durante e após os jogos; vandalismo de
torcedores às instalações do clube para o qual torcem em represália a resultados
desfavoráveis; ameaças via redes sociais ou, pior, agressões a atletas das
cores pelas quais afirmamos ter preferência, amor e dedicação; provocar
tumultos; etc. São atos criminosos, vis, injustificáveis, estúpidos, para dizer
pouco. Os fatos se sucedem em catadupas e a tendência é que recrudesçam.
Jogadores do Bahia, que está na zona de rebaixamento
no Brasileirão, são agredidos em protesto no aeroporto, na véspera do jogo com
o Vitória.
Clássico Coritiba x Athlético é interrompido pela
arbitragem devido a tumulto causado pelas torcidas. A polícia teve de usar
bombas de efeito moral.
Villasanti levou pedrada na face, arremessada contra o
ônibus do Grêmio. O agressor foi identificado, preso e... solto. Ocorreu antes
do Gre-Nal adiado pelo fato. Sofreu traumatismo craniano.
Lucas Silva foi atingido no rosto por um telefone
celular durante a comemoração do 3º gol gremista no Gre-Nal 437, em 10/3/2022.
O presidente do Grêmio, Romildo Bolzan lembra a pedrada em Villasanti e deixa a
agressão de Lucas Silva nas mãos da FGF e do TJD. “Eles estão com as ações”.
Um dia após o fato o torcedor, já identificado, um
processo criminal foi instaurado.
Comentarista estabelecido na Inglaterra, numa
declaração à Rádio Gaúcha, sugeriu que para interromper a série de atos
criminosos os jogadores, em todo o país, deveriam deflagrar uma greve e
interromper os campeonatos. Brilhante ideia, comparável a MATAR O CÃO PARA
ELIMINAR AS PULGAS.
Mas, o que poderia ser feito CUMPRIR A LEI!
Processar os criminosos por dolo
eventual, agressão com lesões corporais.
Procedimento com excesso de rigorismo? Querem esperar
até que atletas sejam inutilizados, até mortos? Lembremos os hooligans no
futebol inglês.
Atualmente a Premier League é uma das cinco melhores
do mundo. Muito antes deste patamar, lá na década de 1980, a Inglaterra vivia o
seu pior momento no futebol. Violência extrema com grande influência dos
hooligans, estádios deteriorados e a queda do nível do futebol marcaram esse
momento histórico.
Um grupo brutal apareceu no Reino Unido: os hooligans.
Eles marcaram negativamente a história do futebol inglês. Atos de vandalismo
severo mataram centenas de pessoas e mancharam a bela história do país que
jogou as primeiras partidas deste esporte que tantas pessoas amam.
A violência dos torcedores ingleses mais
inconsequentes, conhecidos como hooligans, provocou a exclusão das equipes do
país das competições europeias por cinco anos. Os hooligans causavam terror nas
ruas e nos campos, promoviam o caos com sessões de pancadaria e invasão de
gramados.
A então primeira-ministra britânica, Margaret
Thatcher, tratou de lidar com os problemas à sua maneira: forte repressão
policial e isolamento dos hooligans. Foram instaladas grades pontiagudas eletrificadas
e com arame farpado no topo.
Após a morte de 96 pessoas que foram esmagadas nos
distúrbios de um jogo pela semifinal da Copa da Inglaterra, o magistrado Murray
Taylor foi encarregado de tomar as providências necessárias.
Todos os estádios ingleses tiveram de instalar
sistemas de monitoramento por câmeras. Os torcedores brigões eram retirados dos
estádios. Na temporada de 2012-2013, houve 2.456 prisões de torcedores. A
maioria dessas detenções resultou em Ordens de Banimento do Futebol.
Países que seguiram o exemplo inglês, como a Alemanha
e a Espanha também conseguiram controlar os hooligans.
O exemplo inglês foi decisivo para todo o Futebol
Europeu.
A violência nos estádios é parte da violência da
sociedade. Para que ambas sejam enfrentadas são necessários os mesmos
instrumentos: LEIS DURAS E SEU
CUMPRIMENTO EFETIVO. Como fizeram os ingleses. O resto é blá-blá-blá. Não se resolve
interrompendo campeonatos como NÃO SE ELIMINAM PULGAS MATANDO OS CÃES.
Jayme José
de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado