Vitória pírrica ou vitória de Pirro é uma expressão utilizada para expressar uma
vitória obtida a alto apreço potencialmente acarretadora de prejuízos
irreparáveis.
A expressão recebeu o nome do rei Pirro do Épiro, cujo
exército havia sofrido perdas irreparáveis após derrotar os romanos na Batalha de
Heracleia, em 280 a.C., e na Batalha de Ásculo, em 279 a.C., durante a Guerra Pírrica. Após a segunda batalha, Plutarco apresenta
um relato feito por Dioniso de
Halicarnasso:
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Os exércitos se separaram; e,
diz-se, Pirro teria respondido a um indivíduo que lhe demonstrou alegria pela
vitória que "uma outra vitória como esta o arruinaria
completamente". Pois ele havia perdido uma parte enorme das forças que
trouxera consigo, quase todos os seus amigos íntimos e os principais
comandantes, não havia outros homens para formar novos recrutas e encontrou
seus aliados na Itália recuando. Por outro lado, como que numa fonte
constantemente fluindo para fora da cidade, o acampamento romano era
preenchido rápida e abundantemente por novos recrutas, todos sem deixar sua
coragem ser abatida pela perda que sofreram, mas sim extraindo de sua própria
ira nova força e resolução para seguir adiante com a guerra.[2]
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Esta expressão não se utiliza
apenas em contexto militar, mas também está, por analogia, ligada à atividades
como a economia, a política, a justiça, a literatura e o desporto para
descrever uma luta similar, prejudicial para o vencedor. Lembro dois episódios
que tiveram como protagonista o time de minha afeição, o Grêmio PA. No primeiro
deles, que assisti, por absurdo e incompreensível artigo do regulamento, foi
forçado a perder um jogo para se classificar, não o fizesse seria eliminado das
finais. Um exemplo paradigmático do que seria uma vitória pírrica. Noutra
oportunidade, jogando contra o Flamengo no Maracanã, uma vitória classificaria
o arqui-rival. Perdeu, obviamente.
A guerra contra o Iraque, se
por um lado causou a saída e subsequente julgamento e morte de Sadan Hussein,
não desarticulou a Al-Qaeda, tanto que a derrubada das Torres Gêmeas pode e
deve ser considerada uma represália jamais vista anteriormente. Uma vitória de
Pirro.
Em 18/09/2013, o ministro do
STF Celso de Mello, decano do tribunal, com seu voto favorável desempatou
favoravelmente (6x5) o pedido de concessão dos embargos infringentes aos réus
do mensalão. O julgamento se prolongará por mais alguns meses e só poderá
beneficiá-los, uma vez que a solicitação partiu dos advogados de defesa. Será
uma vitória de Pirro? Só o tempo o dirá.
O que nos causa arrepios é o fato da decisão abrir, onde havia uma réstia, um
escancarar das portas para o quero-o-meu. Refletirão os tentados a aproveitar
posições estratégicas para formarem um pé-de-meia com manobras “heterodoxas”: Se meliantes
(assim podem ser denominados, uma vez que julgados e condenados) encastelados em postos chaves se esgueiram
pelas largas malhas da lei, por quê não imitá-los?
E nós, cidadãos honestos continuaremos
pagando a conta.
Delúbio Soares, um dos condenados beneficiados na aceitação dos embargos
infringentes postou em seu twitter:
São Paulo - O
ex-tesoureiro do PT e um dos 12 réus beneficiados nesta quarta-feira, 18, com
um novo julgamento no processo do mensalão, Delúbio Soares publicou em sua
página na rede de microblog Twitter um link da música "Because We
Can" (porque podemos), do cantor Bon Jovi.
Não é um acinte?