sábado, 24 de dezembro de 2022

NATAL E COLUNA NÚMERO 500

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

NATAL E COLUNA NÚMERO 500

Por vezes ocorrem coincidências que nos proporcionam satisfações ímpares. Estamos em época de NATAL e esta é a cinco centésima coluna que publico em LITORALMANIA.

A minha primeira coluna em Litoralmania foi publicada no dia 17/02/2014, hoje apresento a de nº 500. Durante todo este tempo me esmerei em abordar assuntos os mais diversos, sempre honrando a verdade dos fatos e evitando extremismos que tanto contribuem para espalhar a cizânia entre os brasileiros.

Hoje prestarei homenagem a uma mulher que merece nossa admiração e reconhecimento: Marie Sklodowoska Curie.

A história está repleta de mulheres grandiosas que contribuíram para o avanço em muitos campos: política, arte, educação, direitos humanos, só para citar alguns. No campo da ciência, um nome de grande destaque é o de Marie Curie. Esta cientista polonesa naturalizada na França tem o seu nome associado às suas descobertas no campo da radioatividade. A pesquisa revolucionária de Marie Skłodowska Curie (1867-1934) estabeleceu as bases para a nossa compreensão da física e da química, com grandes avanços em oncologia, tecnologia, medicina e física nuclear. Foi a primeira mulher a receber o Prêmio Nobel, assim como recebeu o prêmio duas vezes. Ela foi realmente um gênio, e é importante entender o seu sacrifício pelo bem do mundo, já que sua morte foi ocasionada justamente por estar em contato com materiais radioativos.

Em 1895, quando preparava sua tese de doutorado, Marie conheceu Pierre Curie que trabalhava em pesquisas elétricas e magnéticas e em pouco tempo estavam casados.

No início de suas pesquisas constataram que os sais de “tório”, eram capazes de emitir raios semelhantes aos dos sais de “urânio”. Trabalhando em um porão cedido pela mais importante universidade francesa, a Sorbonne, verificaram que certos minerais de urânio, especialmente a “pechblenda”, procedente das minas de Joachimstal, na Boêmia, tinham radiações mais intensas que o correspondente teor em urânio, devido à presença de elementos ainda desconhecidos.

Os Curie começaram a purificar o minério, que era fervido em grandes recipientes sobre um fogão de ferro fundido. Em julho de 1898, conseguiram isolar um elemento 300 vezes mais ativo que o urânio.

Em homenagem à sua pátria, Maria batizou-o de “POLÔNIO”. Porém, os Curie não estavam satisfeitos porque o resto do material, depois de extraído o polônio, era ainda mais potente.

Continuaram a purificação e cristalização e encontraram um novo elemento, 900 vezes mais "radioativo" (termo criado por Marie) que o urânio. Estava descoberto o “RÁDIO”.

Em 1903, Marie Curie se tornou a primeira mulher da França a defender uma tese de doutorado. No mesmo ano o casal ganhou o “Prêmio Nobel de Física”, por suas descobertas no campo ainda novo da radioatividade.

Em 19 de abril de 1906 Pierre Curie morreu tragicamente, vitimado por um atropelamento. No dia 13 de maio, pouco antes de completar um mês da morte do marido, Marie foi indicada para substituí-lo, tornando-se a primeira professora (mulher) de Física Geral.

Em 1910, finalmente, auxiliada pelo químico francês André Debierne, Marie Curie conseguiu obter o rádio em estado metálico. Em 1911, Marie Curie foi agraciada com o segundo "Prêmio Nobel", desta vez de Química, por suas investigações sobre as propriedades e potencial terapêutico do rádio.

A cientista tornou-se a primeira personalidade a receber duas vezes o Prêmio Nobel.

A partir de 1918 sua filha mais velha, Irène, que mais tarde se casaria com o físico Frédéric Joliot, começou a colaborar na cátedra da mãe e, posteriormente junto com o marido, descobriu a radioatividade artificial. Isso valeu ao casal Joliot-Curie o Prêmio Nobel de Química em 1935.

Toda a dedicação de Marie Curie à ciência teve um preço: após anos trabalhando com materiais radioativos, sem nenhuma proteção, ela foi acometida por uma grave e rara doença hematológica, conhecida hoje como leucemia.

O rádio (geralmente na forma de cloreto de rádio) é usado em medicina para produzir o gás radônio, usado para o tratamento do câncer. Uma unidade da radioatividade, curie, se baseia na radioatividade do        rádio-226. Hoje a grande maioria das pessoas que tem câncer necessitam do medicamento à base desse metal. Já houvesse este conhecimento em 1934, Marie Curie teria vivido mais alguns profícuos anos, não podemos imaginar quantos conhecimentos teriam sido agregados à nossa civilização.

O rádio é o mais pesado dos metais alcalinoterrosos, com número atômico 88. É um elemento radioativo que, na sua forma metálica, apresenta uma coloração branca e brilhante, mas que logo se torna mais escura por ser oxidado em contato com o ar, formando, provavelmente, o nitreto de rádio (Ra3N2). O rádio e seus sais apresentam luminescência, ou seja, emitem luz ao serem instigados por algum estímulo, como uma radiação eletromagnética.

O rádio é capaz de reagir com a água, formando o hidróxido de rádio, Ra(OH)2, com produção de H2. Seus sais — RaSO4, RaCl2, RaBr2 e Ra(NO3)2 — são os menos solúveis entre os metais alcalinoterrosos. Contudo, o hidróxido é o mais solúvel e de maior alcalinidade dentro do grupo. Quando posto em uma chama, o rádio e seus compostos produzem uma luz vermelha, similar aos compostos de estrôncio.

Em termos de radioatividade, o rádio comumente emite partículas alfa, beta e raios gama e, quando misturado ao berílio, produz nêutrons. A quantidade de 1,0 g de rádio é capaz de produzir 3,7 x 1010 desintegrações por segundo. A antiga unidade Curie (Ci) — hoje substituída pela Becquerel (Bq) — é definida, inclusive, como a quantidade de radioatividade que possui a mesma taxa de desintegração desse grama de rádio. O gás nobre radônio é produzido também de um grama de rádio. Nesse processo, 0,00001 ml do gás é liberado."

Veja mais sobre "Rádio (Ra)" em: https://brasilescola.uol.com.br/quimica/elemento-radio.htm

Marie Curie faleceu perto de Sallanches, França, no dia 4 de julho de 1934.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

PROTEÍNAS ARTIFICIAIS

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

PROTEÍNAS ATIFICIAIS

Uma empresa americana prepara o lançamento do primeiro peito de frango sintético, elaborado a partir de células-tronco.

Células-tronco têm a capacidade de se transformarem em qualquer tipo de células no organismo e se reproduzirem ad infinitum. Usando uma metáfora, são como tijolos com os quais se pode construir uma casa, um hospital, um templo ou mesmo um lupanar. Existem em grande quantidade no organismo e estão disponíveis, inclusive, para regenerar agressões sofridas por órgãos.

O cultivo da “carne celular” pode revolucionar a produção de alimentos e acabar com o sofrimento e sacrifício de milhões de animais.

A empresa norte-americana Upside Foods inaugurou na região de São Francisco, Califórnia, uma unidade construída para fabricar e comercializar carne de frango produzida a partir de células-tronco. Carne bovina, de pato e lagosta a seguir. A empresa, fundada em 2015, utiliza a mesma tecnologia usada para cultivar células-tronco com fins medicinais, inclusive para reparar danos no coração.

Inicialmente o investimento pode alcançar U$ 25 bilhões até 2030, pouco se considerarmos que o setor carne movimenta U$ 1,4 trilhão. A inciativa representa apenas o início, o futuro se apresenta promissor.                                     O primeiro hambúrger elaborado a partir de células-tronco foi produzido pela Universidade de Maastrich, na Holanda.

Os opositores alegam que o consumo em massa pode trazer riscos à saúde, criando alérgenos ou causar outros malefícios. Considerado um grande avanço na época da introdução, a gordura vegetal hidrogenada (margarina) revelou, décadas após a implantação, ser causadora de vários problemas à saúde.

A consultora norte-americana DWH lembra que há ainda um longo caminho a percorrer antes de produzir a preços competitivos, considerando o custo atual de U$ 37 por quilo de carne bovina. Mesmo quando esse problema for resolvido será difícil produzir carne celular em grande escala. Uma mega fábrica, capaz de produzir 10 mil toneladas/ano exigiria 430 tanques de 2.500 litros, 130 biorreatores (com 12 mil litros cada um), 15 tanques de armazenamento e vários elementos acessórios. A carne celular é cultivada em tanques cheios de aminoácidos e nutrientes, os biorreatores.

A empresa extrai, sob anestesia local, um pedacinho de carne do animal doador. Este fragmento contém células-tronco musculares que são capazes de se transformarem em fibras. A amostra é dissolvida em enzimas nos tanques em que se reproduzem por 7 a 8 semanas. As células continuam a se multiplicar e são colocadas em tanques maiores,10 mil litros de capacidade, os biorreatores. Dentro deles há moldes feitos de colágeno onde elas aderem. Após 3 semanas são retiradas dos tanques, secas e processadas, ficando com aparência de carne moída. Podem ser prensadas para adquirirem as formas desejadas pelos consumidores.

É um pequeno passo, a caminhada é longa... a meta será atingida como aconteceu com todas as realizações humanas. Iniciam rudimentares, evoluem constantemente.

Desde o primórdio da civilização o cérebro humano procurou alternativas para sobrepujar as dificuldades que o meio ambiente hostil criava. Um corpo frágil, lento, indefeso, parecia ser destinado à extinção, como inúmeros outros o foram e continuam sendo. Mas, felizmente houve um mas que o catapultou ao píncaro da criação e permitiu que sobrepujasse todos os obstáculos e vicissitudes: o cérebro.

É comum que, para depreciá-lo, se compare a capacidade do nosso cérebro com a velocidade de processamento dos modernos computadores. O SX-9 da NEC tem a capacidade de efetuar 839 trilhões de cálculos/segundo.

O cérebro humano, 1.200 gramas, é o coordenador de todas as atividades do organismo, Desde a percepção da dor, as funções autônomas como a digestão, a reprodução celular (cada fio de cabelo necessita um estímulo constante para crescer, por exemplo), movimentação dos músculos, visão, audição, tato... são inúmeras e constantes as atividades gerenciadas, a cada segundo.

Pensam que 839 trilhões/segundo é uma quantia insuperável? O cérebro executa 10 quatrilhões/segundo. Para complementar, os computadores foram criados por humanos, não são autônomos, exigem para funcionar o comando de um cérebro.

 

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


INSTINTOS

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

INSTINTOS

O homo sapiens e os animais são regidos pelos instintos, não sobreviveriam caso não seguissem seus ditames. Uma característica fundamental, que nos diferencia dos animais é que, além dos instintos, nosso cérebro – a maravilha do universo conhecido – tem a capacidade de ultrapassar os limites impostos pela natureza. Assim não fora, este ser praticamente indefeso (não tem força física, agilidade, couraça epidérmica e outros tantos que tais) não sobreviveria no ambiente diverso que o rodeava.

Nossa capacidade de inventar armas – defensivas para enfrentar seres mais bem dotados fisicamente e ofensivas para caçar brutamontes fornecedores de proteínas – representa um fator importante. Também construímos abrigos seguros para, isoladamente ou em agrupamentos, garantir uma sobrevivência relativamente tranquila.

Herbívoros dependem dos alimentos que a natureza lhes fornece e quando o meio ambiente desanda, perecem pela falta. Os carnívoros, dependentes de outras espécies para predar, também têm sua sobrevivência jungida às condições favoráveis do meio ambiente.

Este é o instinto de alimentação e sobrevivência, outros, o da propagação da espécie no topo, completam o conjunto.

Referi-me acima à dependência absoluta ao meio ambiente que os animais não podem evitar, a migração é o único meio de que dispõem para sobreviverem na ocorrência de desastres climáticos ou catástrofes. O homo sapiens tem capacidade para modificar condições ambientais a seu talante, por vezes o faz abusivamente e com falta de regulamentação adequada aos limites, como, por exemplo, na excessiva produção e dispersão de gás carbônico (C02) ameaça própria existência da vida como a conhecemos.

Coletador de vegetais foi o primeiro estágio, conjugado à caça, nômades não podiam agir de outra forma.

Paulatinamente, com o aumento substancial da população, surgiram problemas a serem resolvidos. Constatou-se a necessidade de uma liderança (alguns animais, gregários, também a tem) para harmonizar o trabalho e contornar as divergências. Pode ser laico ou um líder religioso assumindo as duas funções. Surgiram os primeiros profissionais encarregados de garantir a defesa, inclusive contra grupos rivais. Aldeias, prenúncio das futuras cidades estabeleceram a derrocada do nomadismo.

Pastoreio e agricultura vieram concomitantemente para garantir a subsistência alimentar.

Especialização nas atividades levou ao comércio, inicialmente através do escambo (troca de produtos), posteriormente o dinheiro facilitou tudo.

Animais foram domesticados para pastoreio, transporte, alimentação e convivência. A roda civilizatória adquiriu velocidade crescente e hoje somos o que somos.

No decorrer do tempo experiências com cruzamentos entre espécies compatíveis – transgênicos mais recentemente – para obter resultados melhores, mais acessíveis e de melhor rendimento. Vegetais seguiram a mesma rota, as colheitas se tornaram mais abundantes e resistentes às pragas, inclusive com a adoção de defensivos agrícolas e adubos.

A necessidade de armazenamento para enfrentar os “anos de vacas magras” teve como corolário a indústria de conservação dos alimentos, evitando a perda por deterioração.

E a roda do tempo girou inclinando sua direção para a criação de alimentos sintéticos e, agora, timidamente, mas com futuro promissor, PROTEÍNAS SINTÉTICAS, A CARNE DE LABORATÓRIO, que eliminará o perigo do desabastecimento e o sacrifício de incontáveis vidas animais.

Será o mote da nossa próxima coluna.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


sábado, 26 de novembro de 2022

O TETO DE GASTOS

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

TETO DE GASTOS

Os economistas sustentam que o aumento dos gastos públicos sem sustentação afeta o controle da inflação e a expansão do crescimento econômico do país. Este é um dos desafios que terão e ser enfrentados pelo presidente eleito.

Ambos os candidatos que disputaram o segundo turno da eleição se esmeraram em prometer mundos e fundos na caça dos votos necessários. Não há sequer previsão orçamentária para a manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600 por beneficiário que, se concretizado elevará o déficit primário (resultado do saldo negativo do saldo entre receitas e despesas do governo).

Não é terrorismo irresponsável, é uma visão realista, afirma Mauro Rocklin, doutor em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e professor de Economia da Fundação Getúlio Vargas. A manutenção do Auxílio Brasil, mais a proposta de Bolsonaro de conceder 13º salário para as mulheres e a de Lula em contemplar com R$ 150 reais crianças até seis anos, ainda não tem o custo estimado. Será, certamente, de grande monta.

Não resta a menor dúvida ser temerário falar em qualquer aumento de gastos sem indicar de onde sairão os recursos. Alguém pode sugerir algo que não seja aumento de impostos? Realocação de verbas de outros locais será como “despir um santo para vestir outro”.

O Teto de Gastos criado pelo Congresso Nacional em 2016, que seria vigente por 20 anos, limitaria o aumento da inflação, providência considerada como primordial pela maioria dos economistas. Gastança sem limites representará um caos econômico a curto prazo e insolvência no futuro. Não podemos jogar nas costas dos nossos filhos e nas dos filhos dos nossos filhos o fardo da nossa irresponsabilidade.

Lula descarta peremptoriamente este freio e o mesmo pensa Bolsonaro. Ante a possibilidade de se tentar qualquer modificação na lei, o ex-diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central Alexandre Schwartsman lembra que é cláusula da Constituição. Para que deixe de existir é necessária a aprovação de 3/5 do Congresso, senadores e deputados federais. Na eventualidade de que esta ignomínia seja aprovada será necessário estabelecer a fonte de renda que permita a economia funcionar ou se instalará o caos no Brasil.

Samuel Pessoa, pesquisador do Instituto Brasil de Economia avalia que Não há saída que não se alicerce no aumento de impostos, redução dos incentivos fiscais (que atraem novos investimentos) ou enxugamento de gastos. A última alternativa tende a piorar os já deficientes serviços públicos. Passar a tesoura no Orçamento Secreto, menina dos olhos dos deputados e senadores? História da Carochinha, alguém acredita que será aprovado no Congresso?

Em última instância, quem tem a tesoura nas mãos pode cortar na carne dos eternos achacadores do erário público. Vale para o Orçamento Secreto. Não há dúvidas que as classes pobres têm maior direito e necessidade que obras com destino eleitoral. Ah! Não esqueçamos as milionárias obras financiadas no exterior, executadas pela Odebrecht e outras empreiteiras. As que estiverem inadimplentes deverão ter sua cobrança executada com prioridade máxima.

Esses assuntos não foram abordados nas campanhas eleitorais dos candidatos que disputaram o 2º turno.

Schwartsman aposta que a trajetória ruim do déficit e da dívida trará dificuldades e impulsionará a alta da inflação por um período longo ainda mais sabendo-se que quanto mais se adia o combate à inflação, mais custosa ela se torna e, sem a menor dúvida, os maiores prejudicados serão as classes da base da pirâmide, as mesmas que são invocadas constantemente.

“A tendência de procurar soluções fáceis para problemas complexos continua sendo, na forma do populismo de direita ou de esquerda, uma grande força eleitoral”. (Fernando Gabeira em “Democracia Tropical)

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


O FALCÃO DE ESPARTA

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

O FALCÃO DE ESPARTA

Os séculos passam, os milênios se esboroam, mas a humanidade intrinsecamente pouco se modifica. As paixões, os amores, os ódios, a cobiça, permanecem latentes e quando chega a hora... estrugem com toda a intensidade que parecia sopitada.

Conn Iggulten escreveu “O Falcão de Esparta” relembrando saga como a de Leônidas e os 300 espartanos enfrentando 1 milhão de persas no desfiladeiro de Termópilas. Durante 3 dias resistiram até que o traidor Efialtes guiou o formidável exército por um atalho. Só então foram trucidados pelo ataque na retaguarda.

No prólogo do livro, Dario, filho de Xerxes, instrui seu primogênito Artaxerxes como sobreviver naquele meio conturbado, mesmo que fosse necessário assassinar seus afins, isso para não ser morto por eles.

Mudaram os tempos, as armas, as táticas, só não mudou a capacidade do homem em usar todos os artifícios, por mais hediondos que sejam, no afã de continuar no comando das nações ou conquista-lo usando, repito, quaisquer subterfúgios.

Há mais de 2 mil anos Cícero pronunciou 4 discursos no Senado Romano que se tornaram conhecidos como as Catilinárias. Num deles, verberando todo seu asco por Catilina vociferou: “Quousque tandem Catilina, abutere patientia nostra”? (Até quando, Catilina, abusarás da nossa paciência)?

Continua tão atual como o foi nos tempos pretéritos. Acrescentou num momento de exasperação: “Hoc loco sacrus est puer, extra migite”. (Este lugar é sagrado, guri, vá urinar lá fora).

Abordemos excertos do prólogo de “O Falcão de Esparta”.

Enquanto andava pelo meio da rua o Grande Rei exibia a barba em cachos negros definidos. Soldados imperiais limpavam o aminho para o rei andar. O silêncio era tão pesado que o menino ouvia os passarinhos cantarem.

A verdade era que algumas palavras não podiam ser ouvidas. Havia sátrapas (déspotas) demais, reinos demais cuja coroa ele esmagava sob suas sandálias.

Enquanto os dois andavam o menininho enviava olhares furtivos na direção do pai, adorando-o e confiando nele para tudo. O jovem Artaxerxes igualou seu passo ao do rei, assim, pai e filho caminhavam como se fossem as únicas pessoas vivas no mundo.

- As fronteiras da Pérsia não podem ser percorridas a pé por toda uma vida, mas não me foi dado, menino. Quando mataram meu pai a coroa passou para o meu irmão. Ele a tomou... e só governou um mês, até ser assassinado.

- E o senhor se vingou de quem o matou – disse Artaxerxes.

- Isso. Quando o sol nasceu naquele dia, éramos três, três irmãos. À noite, eu estava sozinho. Salpicado de sangue... mas era rei.

Artaxerxes não sabia porque o pai o chamara naquele dia nem porque até os famosos guardas imperiais estavam fora de vista. O pai não confiava em ninguém, mas caminhava a sós com o seu filho mais velho, com catorze anos. Isso enchia Artaxerxes de orgulho e felicidade.

- Os reis precisam de mais de um filho – continuou o pai. Um rei com apenas um filho é um desafio para os deuses assim como para todos os seus inimigos.

O pai continuou.

- Mas se este primogênito sobreviver e se tornar homem, um jogo diferente começa. Se, então, ele tiver irmãos, são eles os únicos no mundo que podem lhe tirar tudo.

- Pai, disse Artaxerxes de repente – Ciro nunca me faria mal.

- Você é meu filho e meu herdeiro. Se for levado, Ciro será rei.

O rei respirou fundo, querendo que Artaxerxes compreendesse.

- Meu filho, amo vocês dois, mas quando estiver no meu leito de morte, nesse último dia eu o chamarei de volta... e você terá de mata-lo. Porque, se o deixar vivo depois disso, sem dúvida ele o matará.

Artaxerxes viu as lágrimas cintilarem nos olhos do pai. Era a primeira vez que via uma demonstração de emoção como esta, e isso o abalou.

- Pai, acho que o senhor está enganado, mas me lembrarei do que disse.

O rei se levantou, estava corado. Por uma emoção difícil de dizer.

- Então lembre-se disso também. Se disser uma palavra a Ciro, qualquer que seja, sobre esse assunto, você estará cortando a própria garganta. Chegará o dia em que ele virá até você e lhe tomará o trono. E, se eu estiver vivo nesse dia, se ele vier a mim depois, mesmo que tenha sangue nas mãos... mesmo assim, eu não terei outro filho, por isso o abraçarei.

Entendeste, Artaxerxes?

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


sexta-feira, 18 de novembro de 2022

SÓCRATES, THOMAS MOUS E JOHN LE CARRÉ

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

SÓCRATES, THOMAS MORUS E JOHN LE CARRÉ

A insatisfação, complemento umbilical da curiosidade, em conjunto permitem ao homo sapiens desvendar os mais recônditos escaninhos da natureza. Não fora a curiosidade, ainda estaríamos habitando em cavernas. 

A nossa civilização se desenvolveu porque a insatisfação não permitiu que nos deitássemos sobre os louros das primeiras conquistas. Pensas que o leito de musgos e folhas secas sobre as quais repousas são o máximo que podes auferir? Levanta e elabora algo melhor, mais higiênico, mais confortável, espicaçou a insatisfação.

E o homo neanderthalensis, há 350 mil anos, um primata na legítima acepção da palavra iniciou a longa, sofrida, laboriosa jornada que nos trouxe até aqui. E seguimos rumo a... não sabemos para onde, apenas temos a certeza que há muito caminho a trilhar.

John Le Carré escreveu “Amigos absolutos”, uma verdadeira diatribe ao nosso mundo dicotomizado. É dele na página 199 que reproduzo um texto:                                                                                                                              “Nos anos e meses em que fui retirado de Berlim Ocidental entrei em uma escuridão total. De que valiam alguns carros incendiados e janelas quebradas? Nosso movimento era inspirado não pela vontade das classes oprimidas, mas pela culpa liberal dos ricos. Em meu tumulto pessoal considerava as miseráveis alternativas à minha disposição. A adoração ao Deus da prosperidade inspirada pelos americanos me espicaçava ao ponto da demência. Se queremos construir um mundo melhor do que este, eu perguntava a mim mesmo: Para quem nos voltamos, que ações apoiamos, como podemos frustrar a marcha interminável da agressão capitalista imperialista”? (Sasha, personagem anarquista do livro “Amigos Absolutos” de John Le Carré, pg. 199).

Thomas Morus, em 1516, publicou “Utopia” que até hoje é ufanada por quem não leu ou leu e não entendeu patavinas.

Aos 17 anos li pela primeira vez e desatei em gargalhadas ante os desatinos inseridos. Aos 50 anos reli e, desta vez, fiquei chocado e não pude acreditar que haja alguém que considere sua “Bíblia”.

Rápidos traços da obra, não me permito maiores considerações:

Revoltado com as condições desumanas em que viviam as classes da base da pirâmide na Inglaterra: 16 horas de labor diárias, sem descanso semanal, sem férias, sem aposentadoria, sem assistência médica, sem um mínimo de dignidade... UM HORROR! Descreveu em contrapartida uma sociedade igualitária na “Ilha da Utopia”. Será verdadeiro o ´”Paraíso”?

1.   Não havia dinheiro, todos eram iguais. (???)

2.   O ouro era desprezado, fabricavam-se penicos com ele... mas era usado para financiar mercenários já que não possuía exército.

3.   Não havia ascensão entre as gerações. Na prática, quem nascia filho de pedreiro jamais ascenderia a mestre-de-obras.

4.   Professores, apenas os 2.000 sacerdotes e quem discutia o mestre era, se não se enquadrasse, relegado ao status de escravo.

5.   Se todos eram iguais perante a lei, como admitir a existência de escravos oriundos de prisioneiros de guerra e dos inconformados com seu status?

“Escravidão e ordem política” é uma comparação entre “Política” de Aristóteles e “Utopia” de Thomas Morus.

Excerto do artigo escrito por Felipe Landim Ribeiro Mendes – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Departamento de História da Universidade de São Paulo (USP):                                                                                 “Este artigo pretende demonstrar como a escravidão aparece como um ponto fundamental nas ordenações políticas de Aristóteles e Thomas Morus. Por meio de uma análise da “Política” e da “Utopia”, busca-se esclarecer como os dois filósofos enxergam o cativeiro como algo além do que uma simples relação de dominação ou modelo de trabalho, encontrando na instituição escravagista uma das balizas de suas sociedades ideais”.

À primeira vista esta coluna aborda assuntos tão divergentes, opiniões tão contraditórias que o nexo parece ter dado um adeus e se evaporado. Contudo, analisem as opiniões dos maiores experts da atualidade e mesmo do passado, verificarão que o nexo tem sido raqueteado para lá e para cá como se uma bola de pingue pongue fosse.

O anseio do colunista é que, mais dia menos dia se encontre um denominador comum, a humanidade esqueça suas divergências e possamos, finalmente, viver em harmonia.






Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


sexta-feira, 11 de novembro de 2022

CPNHECE-TE A TI MESMO

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

CONHECE-TE A TI MESMO

Na porta do templo de Apolo, em Delfos, está escrito                             “Conhece-te a ti mesmo”                                                                         As dificuldades de convivência derivam do fato de que dificilmente as pessoas se conhecem a si mesmas, quanto mais aos outros, suas necessidades e anseios.

Não desejar os excessos é tão incongruente para a maioria que os exageros abundam. Pensam: por que devo me privar das coisas que me dão prazer se labutei por elas? Quando alcançar uma estabilidade econômica que permitirá satisfazer os anseios com os quais sonhei nos tempos de privações sinto-me no direito de usufruir.

Cumpre aqui estabelecer o que são excessos incompatíveis com um relacionamento harmonioso. Proporcionar uma vida confortável para si e os dependentes não é um ato extravagante. Esbanjar em festas suntuosas para tripudiar e esnobar jamais atrairá a admiração, inclusive dos participantes convidados para a esbórnia.

Vivemos numa sociedade estratificada muito bem representada pela figura de uma pirâmide que desnuda um conjunto de desigualdades que atingem grupos de pessoas, separando-as de alguma forma. Este é um fato histórico bem representado quando Jesus estava na casa de Simão e entra uma mulher que derrama sobre a sua cabeça um perfume precioso e caro – valor do salário de um trabalhador. Alguns presentes, entre os quais Judas, o traidor, ficaram indignados e consideraram o fato um desperdício de dinheiro. Deveria ser destinado aos pobres.

A resposta de Jesus, “os pobres sempre tendes convosco. Mas a mim em tereis sempre” (Mc,14/7).

Atentem para: “podeis fazer-lhes o bem quando quiserdes”. É uma realidade que a distribuição do dinheiro gasto seria uma panaceia paliativa por um tempo. O verdadeiro sentido da caridade é proporcionar melhoria de vida permanente.

Diz o ditado que “é melhor ensinar a pescar do que dar o peixe” quando se quer ajudar ao próximo, mas devemos atentar que nem sempre poderá ser assim, pois, às vezes, precisa-se dar primeiro o peixe para que o ser humano carente não morra de fome antes de conseguir aprender a pescar.

Resumindo, devemos labutar para melhorar a situação de penúria com políticas de emprego com salário justo, com moradia digna, educação, acesso à saúde pública, etc. Distribuir R$600 reais representa entregar um peixe, ascensão social para que possa prover o sustento próprio e dos dependentes equivale a ensinar a pescar.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


segunda-feira, 31 de outubro de 2022

ALEA JACTA EST

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

ALEA JACTA EST

Em 10 de janeiro de 49 a.C., no momento em que atravessava o Rubicão, rio que marcava a fronteira da Itália, Júlio César pronunciou a frase que que se tornou célebre pelo seu significado: “Alea jacta est” (A sorte foi lançada).

O dia 30 p. p. representou a escolha dos brasileiros por uma das ideologias que se digladiam desde 2002, ano em que Lula foi eleito presidente pela primeira vez. A atual refrega foi a mais renhida da História e cabe agora ao vencedor encetar uma trajetória que tente minimizar a cisão e promover um arriar as armas. No sentido real e também no figurado.

Analisemos a gestão pública no Brasil durante os últimos anos, singularizou-se por uma “gastança” fora de quaisquer limites. Lideranças distribuem verbas bilionárias para que seus escolhidos apliquem em interesses eleitoreiros e, pior, amiúde “forrem o poncho”, a fiscalização é um ”conto da carochinha”. Há um conluio desavergonhado que beneficia tanto as empreiteiras com os “donos da caneta”... quem paga somos nós.

Segundo o Tribunal de Contas da União (TCU), o Brasil tem maia de 14 mil obras inacabadas. São escolas, hospitais, pontes, praças, estradas, ciclovias, quadras esportivas, mercados públicos, casas populares, aterros, sistemas de saneamento e urbanização e uma infinidade de outros empreendimentos esquecidos num limbo incrivelmente dispendioso. Se houvesse uma rubrica específica no orçamento para cobrir as despesas com obras paradas, a dotação seria maior que toda averba dos Ministérios da Educação (R$ 113 bilhões) e da Defesa (R$ 112,6 bilhões).

Através do BNDES foram patrocinadas obras bilionárias no exterior em detrimento das nacionais num valor que atinge R$ 441 bilhões financiando pontes, metrôs, portos, estradas, etc. Imaginem o quanto estaríamos aplaudindo sem tivessem sido realizadas no Brasil. As mesmas empreiteiras, certamente teriam deixado o nosso país bem mais habitável e o desemprego bem inferior ao que atualmente existe.

Agora tudo isso é passado, o que não tem remédio remediado está. Este provérbio nos incita a parar de chorar os erros do passado, vamos arregaçar as mangas e tentar consertar para que o futuro seja mais condizente com os nossos anseios.

No ato de Defesa da Democracia, na PUC de São Paulo Lula afirmou: “Se eleito vou montar um governo além do PT, não farei uma política pequena com adversários do Congresso, governos estaduais e municipais. Eu não vou procurar sarna para me coçar, vou atender os interesses do povo”.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


sexta-feira, 21 de outubro de 2022

ELEIÇÕES 2022

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

ELEIÇÕES 2022 – 21/10/2022

Infelizmente a política no Brasil tem mais a ver com interesses dos políticos que dos princípios fundamentais e benefícios à população.        O Fundo Eleitoral destinado para o financiamento do pleito de 2022 atinge R$ 4,9 bilhões, mais do dobro de 2018.

O único Brasil que os políticos querem é o Brasil que seja o melhor para eles, seus amigos e os amigos de seus amigos. Entre esses, empresas que executam obras no Brasil e no exterior. Em contrapartida recompensam regiamente “os donos da caneta” que lhes proporcionam o acesso aos contratos bilionários e todos ficam felizes.                                                                  Os brasileiros, todos nós, pagaremos a conta de uma campanha milionária.

O placar dos votos dos deputados e senadores atesta que o espírito de corpo é mais forte que os interesses da nação. Reduzir o valor do dinheiro público destinado a financiar as campanhas eleitorais? Jamais.                                        Na Câmara Federal: 317 votos a favor, 146 contra; no Senado: 53 a favor, 21 contra.

Reuniram-se PT, PSDB, MDB, PDT, PSB, PCdoB, Republicanos e Solidariedade para a aprovação dos R$ 4,9 bilhões.                                            PSOL, PSL defendiam manter o valor distribuído em 2018: R$ 2,1 bilhões.                                                                                                                             

O NOVO é o único partido que não usa dinheiro público para se manter.  Isso por que, afirmam, acreditamos que esses recursos vindos de impostos pagos pelos cidadãos – devem ser aplicados no que é prioritário para o país: EDUCAÇÃO, SAÚDE, SEGURANÇA.

Um partido e seus candidatos não deveriam ganhar um real sequer do Brasil nas campanhas eleitorais ou fora delas. Acreditamos que um candidato deve fazer por merecer receber dinheiro diretamente de seus apoiadores.

Além de exorbitante, há uma total falta de critérios na distribuição dos recursos, os caciques escolhem quem e quanto receber, repartem para os que possuem mandato e concorrem à reeleição criando uma concorrência desleal com os novos candidatos. Como conseguir a tão almejada renovação dessa maneira?

Mary Westmacott, heterônimo da escritora Agatha Christie: “À medida que envelheço, fico cada vez mais convencida de que não há nada mais patético, tão ridículo, tão absurdo, e, ao mesmo tempo, tão maravilhoso como o homem”.

No Brasil a verdade dança conforme as conveniências. No fim da década de 1950 o crítico inglês Martin Essin definiu como “Teatro do Absurdo” as peças teatrais que tratam da atmosfera de desolação, solidão e falta de comunicação da humanidade. Serve como uma luva para a situação atual do Brasil.

A Lava Jato provou que o Governo Federal comandou um sistema de corrupção que desperdiçou bilhões de reais dos cofres públicos em obras mundo afora, com provas incontestáveis: fotos, e-mails, telefonemas, testemunhas e delações premiadas de implicados no afã de diminuir suas penas. Fatos concretos e assustadores a prova de qualquer sindicância.

”Mas o amor dos brasileiros pelos políticos carismáticos existe em grau superlativo. Faz parte do imaginário da população absolver os CULPADOS  e criminalizar os AGENTES DA LEI”.  (David Coimbra)

Grande parcela dos brasileiros apoia incondicionalmente os políticos e não acredita em nada que os desabone. São os seus ídolos, são deuses intocáveis. Você pode ter todas as provas científicas, matemáticas, vídeos com as imagens dos indigitados, fatos inquestionáveis da verdade, se as pessoas não acreditam você não tem NADA. Nada abala a fé nos mitos.

Os negacionistas da atualidade conseguem a façanha de boicotar a VACINA, única maneira de conter a pandemia instalada ou as variantes que continuam surgindo ainda mais estarrecedoras.

As vacinas vão transformar as pessoas em jacarés, ou como afirmou o médico inglês Andrew Wakefield em 1998, tornar seus filhos autistas.   THE LANCET é uma revista científica sobre medicina com revisão por pares que é publicada semanalmente. É uma das mais antigas e conhecidas revistas médicas do mundo e descrita como uma das mais prestigiadas deu guarida à tese não fundamentada. Após a comprovação dos recursos fraudulentos que embasaram a tese reconsiderou, uma investigação mais rigorosa resultou na perda do diploma do médico. O mal já estava feito e no mundo inteiro os grupos antivacina tiveram êxito em suas campanhas, inúmeras vidas foram sacrificadas no altar da ignorância. A revista é publicada pela Elsevier no Reino Unido, do Lancet Publishing Group. O periódico foi fundado em 1823 pelo cirurgião e membro do parlamento inglês Thomas Wakley (1795-1862) que se manteve como editor até a velhice, auxiliado e sucedido por um de seus filhos. 

Sua sede principal fica na London Wall 125, Londres, Inglaterra, mas a revista tem filiais também nos Estados Unidos e na China)                            Mesmo uma revista médica do gabarito da “The Lancet” pode cair numa esparrela e provocar o que ocorreu após a publicação, as reações que resultaram do infeliz compartilhamento.


France Presse:

Um médico britânico que relacionou a vacina contra sarampo-papeira-rubéola (MMR) ao autismo perdeu seu registro depois de ter sido condenado por má conduta profissional.

O Conselho Geral de Medicina (GMC) considerou que Andrew Wakefield, 53 anos agiu de forma "desonesta", "enganosa" e "irresponsável" enquanto fazia uma pesquisa sobre uma possível ligação entre a vacina com doenças intestinais e autismo.

Os negacionistas, mesmo após a verdade ser reestabelecida, conseguem a façanha de boicotar a vacina em nome de suas crenças políticas.

Parodiando a Bíblia: “É mais fácil um camelo passar pelo furo de uma agulha que um convicto culpar seu ídolo pelos despautérios que comete”.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado