quarta-feira, 25 de novembro de 2020

VACINAS

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

VACINAS

Se muitos decidem não tomar vacinas – e impedir que familiares o façam – estão coletivamente agindo para que outros morram ou fiquem sequelados. O Estado não pode permitir isso, muito menos estimular.

Não há problema em inserir vacinas entre as obrigações que possam ser impostas caso não se obtenha êxito nas tentativas de induzir a população utilizando a mídia para tanto. A vacinação não atinge seus objetivos – salvar vidas – quando depender apenas de decisões individuais. Só funciona quando aplicada de forma maciça.

Se a população não se torna receptiva a uma campanha organizada, o governo não tem apenas o direito, tem a obrigação de adotar medidas coercitivas – o uso do cinto de segurança enfrentou uma oposição ferrenha antes de se introjetar nos hábitos dos motoristas.

 O direito do coletivo prepondera, inequivocamente, sobre o direito individual. Somos uma organização multicultural e mesmo em pleno regime democrático a liberdade individual não pode, jamais, preponderar. Quando o “EU” tenta se sobrepor ao “NÓS”, isso não é democracia, é anarquia e resulta numa sociedade anômica onde o que vige é a “Lei de Gerson”. Quando determinada pessoa, empresa ou corporação obtém vantagens ou exige direitos de forma indiscriminada, sem se importar com questões éticas, morais e, muito menos com os direitos dos outros elementos com os quais convive, está ultrapassando todos os limites.

O exemplo mais impactante, no Brasil, ocorreu durante o mês de novembro de 1904. O Rio de Janeiro, então capital federal, foi palco de uma das maiores revoltas urbanas ocorridas no país: a Revolta da Vacina. Milhares de habitantes protagonizaram nas ruas da cidade violentos conflitos com a polícia. O motivo era uma polêmica medida tomada pelo governo de Rodrigues Alves que convocou o sanitarista Oswaldo Cruz e impôs um ambicioso plano de saneamento da cidade.

A febre amarela, a malária, a varíola, a peste bubônica, o tifo, a tuberculose grassavam . Para proteger a saúde pública o projeto envolvia controvertidas medidas de controle da população e de seus hábitos de higiene. Tendo como meta controlar as epidemias organizou-se uma grande equipe de “mata-mosquitos” e uma declarada guerra aos ratos. No entanto, a medida profilática que mais revolta provocou foi tornar a vacina obrigatória, que passou a ser condição “sine qua non” para matrícula em escolas, admissão em empresas, casamentos e outras atividades. A vida social daquele que se recusasse tornar-se-ia impossível.

Na época a revolta representou um protesto contra o propósito de modernização que estava em curso e, a longo prazo redundou na elevação do padrão de vida da população, principalmente do segmento mais pobre.

Foi um gesto intimorato do presidente Rodrigues Alves, coordenado pelo médico sanitarista Oswaldo Cruz. A esses homens de visão, dispostos a enfrentar uma oposição ferrenha, o Brasil agradece e tem um débito de gratidão eterno.

O simples fato de se tornar imperioso o debate atual sobre a polêmica vacina obrigatória representa uma derrota. Da ciência. Da humanidade. O fato de estarmos em risco de perder conquistas civilizatórias por comportamentos irresponsáveis e obscurantistas nos direciona a reagir ao perigo de andar para trás, para 116 anos de retrocesso. Já aconteceu antes, não pode se repetir. Não permitamos que ocorra o abandono da ciência com prevalência da ignorância.

Não enveredemos pelas tortuosas trilhas que conduzem ao lugar nenhum, lindeiro do debacle.

No Brasil, na Europa, nos Estados Unidos, os “antiwaxxers”, como são chamados por lá, vão ganhando proeminência paulatinamente nos últimos anos, apoiados em artigos científicos fraudados e de péssima qualidade. Infelizmente, é um movimento que ameaça ganhar forças no Brasil.

Em 1904 a campanha “Ninguém Pode Obrigar Ninguém a Tomar Vacina” foi catastrófica, não permitamos a reprise de uma campanha não só contra a vacina obrigatória, mas contra a própria vacina. Abracemos a solução que surge para estancar uma hecatombe com óbitos já perto de 200 mil vítimas no cômputo oficial, sabidamente subnotificado. Ninguém pode prever o quanto nos dizimará.

A solerte campanha estigmatizará quem a divulga. As vítimas, seus familiares e a nação horrorizada jamais perdoarão.


 

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


sexta-feira, 20 de novembro de 2020

RESPEITO É UMA VIA E MÃO DUPLA

 


CIÊNCIA E CULTURA

Marília Gerhardt de Oliveira

 

22 – RESPEITO É UMA VIA DE MÃO DUPLA

 

Aprendi com minha mãe Professora Clotilde Margarida Gerhardt de Oliveira, com

meu pai Dr. Jayme José de Oliveira e com meus Professores de Bioética no Brasil,

USA e Espanha que a DEMOCRACIA tem por alicerces a opção livre e

periodicamente expressa nas urnas da maioria, com respeito às divergências da

minoria.

Com o Editor Rogério Bernardes deste Jornal ON LINE e com sua Colunista

Professora Suely Braga, que a questão de gênero não é pauta restritiva de

Jornalismo que se leva a sério, como neste veículo de tantos méritos e qualidades.

Nem sempre o que se lê nos agrada. A ninguém interessa minimamente que

Leitores e Colunistas se transformem numa massa de pensamento único o que

empobreceria a relação saudável de diálogo e valorização do livre pensamento

sem pré-conceitos.

O texto publicado como Coluna 21 - HALLELUJAH - será também o Editorial da

Revista Científica da UFBA pois os Pesquisadores da Área de Saúde assim o

solicitaram (e autorizei) por ser oportuna a reflexão no sentido de vivermos num

Brasil cada vez mais articulado e coerente com os valores que importam mundo

afora.

Democratas que somos, respeitamos de forma coerente a Eleição dos Presidentes

Collor, FHC, Lula, Dilma e Bolsonaro.

Malversação de verbas públicas ou omissão quanto ao seu uso inconveniente ou

até mesmo indevido, nunca foi nem será respeitável pela Cidadania.

Revisionismo da História e Negacionismo da Ciência é um retrocesso nada

respeitável em pleno Século XXI.

MANIPULAR A VERDADE JAMAIS SERÁ ACEITAVEL E MUITO MENOS

RESPEITÁVEL.

Pouco apreço à pluralidade étnica e cultural, ao Meio Ambiente e a importantes

Organismos Internacionais geram isolacionismo ao invés de cooperação e

respeito entre atores políticos e econômicos que verdadeiramente importam.

 

Desvalorizar ou até mesmo tentar desacreditar as orientações científicas em

Saúde Pública em tempos de PANDEMIA e tentar obstruir pesquisas coordenadas

internacionalmente na luta para se obter vacinas eficazes é, sem sombra de

dúvida, desrespeitar o DIREITO À VIDA em todos os seus aspectos mais sagrados.

Pessoas de bem são solidárias com familiares, amigos e colegas de trabalho das

mais de 160 mil vítimas de COVID-19 no Brasil.

Certamente os melhores exemplos na História da Humanidade partem de

ESTADISTAS.

 


DEMOCRACIA

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

DEMOCRACIA – 17/11/2020

Eleições periódicas são o esteio da DEMOCRACIA e o Brasil possui um dos mais seguros e eficiente processo, que permite aliar segurança, facilidade de execução e rapidez na computação e divulgação dos resultados. É possível em 24 horas. Comparar com os Estados Unidos nos deixa orgulhosos, e com razão.

“Tudo está absolutamente normal em todo o país” afirmou, às 15h45 o ministro do STF Luís Roberto Barroso. O processo eleitoral seguia seu curso.

Na contabilização houve contratempos originados por problemas no supercomputador responsável. Apenas atrasaram em duas horas e meia, não houve nenhum riacho para a segurança e confiabilidade.

Uma DEMOCRACIA permite que TODOS os segmentos da sociedade sejam representados, inclusive pessoas que não primam pela honestidade e outros quesitos que os tornem cidadãos exemplares. Quem trafica drogas, rouba, mata, está paulatinamente se infiltrando na política e este fato implica em alertar os eleitores no sentido de exercerem seu direito de voto com critérios para eleger candidatos que representem a parte sadia da sociedade. Impossível evitar infiltrações heterodoxas, porém, se elegermos uma maioria digna do poder que lhes será adjudicado o resultado será em benefício do BEM. Não devemos recear o MAL, é preciso combate-lo. Para concretizar esse intento devemos aperfeiçoar o processo eleitoral e fornecer armas tecnológicas confiáveis que evitem infiltrações espúrias, sempre intentadas  pelos malfeitores e corruptos.

Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Eleitoral (TSE) foi apresentado a propostas de sistemas alternativos à urna eletrônica. Votação inclusive por telefone celular ou computador permitirá garantia de sigilo dos votos, eficiência e segurança. Constantes atualizações nas urnas eletrônicas se fazem necessárias, são de alta complexidade e custos elevados. A implementação será executada de forma progressiva e não num estalar de dedos, possivelmente para 2022 se algum modelo satisfizer as exigências admite o ministro.

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


A PARÁBOLA DO GÊNESIS

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

 

 

A PARÁBOLA DO GÊNESIS –

 

O Criador, acompanhado por Lúcifer – ainda o querubim mais cintilante da corte celestial – dava

os últimos retoques no planeta Terra. Distribuía aleatoriamente vales verdejantes, montanhas

escarpadas, desertos áridos, praias paradisíacas, vulcões chamejantes, tsunamis arrasadores...

Lúcifer o acompanhava, observava tudo e em certo momento não conteve seu espanto:

- E o Brasil, apenas benefícios. Paisagens belíssimas, minas riquíssimas, terras férteis... não

Estás sendo injusto para com o resto do globo?

- Espera até conhecer os políticos que lá permitirei existir.

Não é apenas agora que podemos refletir sobre esta parábola, mas estamos sentindo –

profundamente – na carne a veracidade dessa previsão Divina. Em poucos anos quintuplicamos a

nossa divida externa desde a declaração da Independência, em 1822. Em 2002: R$ 852 bilhões;

em 2018: R$ 4,25 trilhões (Zero Hora, 28/02/2020).

O ministro do STF Marco Aurélio de Mello liberou a realização de uma live de Caetano Veloso

para arrecadar fundos pra a campanha de Manoela D’Ávila (PCdoB) à prefeitura e Porto Alegre.

Parafraseou o cantor em seu voto: “Como diria o artista Caetano Veloso: é proibido proibir. A

atuação da Justiça não pode ser prévia, não se pode a priori dizer da consequência eleitoral pra

proibir-se certo ato”. (Correio do Povo, 06/11)

Realmente, deve ser muito complicado afiançar que um evento – seja qual for – trará benefícios e

qual a consequência eleitoral. Se a atuação da Justiça Eleitoral não puder ser prévia, quando

será legítimo aplicaras leis em vigor, após as eleições?

Por decisão do ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU) tornou pública a

lista com os nomes de 10,7 mil candidatos em todo o país que declararam à Justiça Eleitoral

patrimônio igual ou superior a R$ 300 mil e foram beneficiados com o auxílio emergencial pago

pelo Governo Federal. Há 64 registros no Rio Grande do Sul e um candidato à prefeitura de

Itapuca declarou patrimônio superior a R$ 8 milhões. Foi contemplado com R$ 1,2 mil. Em Porto

Alegre, quatro candidatos à Câmara Municipal declararam seus bens acima de R$ 1 milhão e,

mesmo assim, receberam auxílio. A lista, na íntegra, pode ser acessada no

http://portal.tcu.gov.br.

A mesa da Câmara de Vereadores de Porto Alegre planeja colocar em pauta um projeto que

prevê o reajuste do salário do prefeito de Porto Alegre. A proposta acordada em 29 de outubro,

determina que o subsídio aumenta de R$ 19.477,40 para 21.860,67 na próxima legislatura. O

subsídio dos secretários, conforme o texto, permanece o mesmo, de R$ 14,5 mil, igual ao dos

vereadores, já atualizado pelo IPCA em maio do ano passado. Em razão da generalizada revolta

que o projeto provocou, foi retirado da pauta o projeto.

O Ministério Público do Rio de Janeiro denunciou ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça

fluminense o senado Flávio Bolsonaro (Republicano por–RJ) e seu ex-asessor Flávio Queiroz por

peculato, lavagem de dinheiro, apropriação indébita e organização criminosa por um sistema de

 

“rachadinhas”, ocorrido entre 2007 e 2018,no gabinete do político quando ele era deputado

estadual do Rio. A enuncia foi oferecida em 19 de outubro Os funcionários que passaram pelo

gabinete de Flávio Bolsonaro devolviam parte dos salários para Queiroz. Posteriormente eram

lavados e retornavam ao senador por três formas: pagamento de despesas pessoais com

dinheiro vivo, da loja de chocolates e transações imobiliárias.

Essae são fatos recentes e deslustram alguns setores da classe política. Felizmente há também

os que dignificam como nossos representantes e estes não merecem ser jogados na vala comum.

Está em nossas mãos redirecionar o status quo. Os votos são a s nossas armas e vamos usá-los

nas próximas eleições.

 

Jayme José de Oliveira

cdjaymejo@gmail.com

Cirurgião-dentista aposentado

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado


sexta-feira, 6 de novembro de 2020

LENIÊNCIA

 


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira

“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

 

LENIÊNCIA

Após 21 anos de ditadura, restabeleceu-se a democracia. Os “anos de chumbo” introjetaram nos brasileiros um sentimento de medo ao autoritarismo até então vigente e este fato direcionou a um menosprezo, para que não dizer horror a qualquer autoridade constituída, um dos pilares para manter sua continuidade. Sem autoridade – não confundir com autoritarismo – instala-se o caos, subproduto da lei dos mais fortes, dos mais “espertos”, dos que se guiam pela “lei de Gerson”, levar vantagem em tudo.

Antípoda da ditadura, a permissividade é tão nefasta como ela.

Uma constituição não pode conceder direitos e privilégios totalmente apartados da realidade nacional. A Constituição Federal de 1988, convocada após a derrubada do regime de força que perdurou por 21 anos, optou por uma redação prolixa e perdulária que criou inúmeras despesas, incontáveis órgãos públicos, que acarretam elevado déficit orçamentário por não terem respaldo na arrecadação.

Para repelir os “abusos” criou-se um complexo cipoal que esparge benesses e desconsidera deveres. Instalou-se o paraíso dos benefícios e isso levou ao inferno da ingovernabilidade.

Malfeitores passaram a ser classificados como “vítimas de uma sociedade injusta” e seus crimes uma reação natural à dificuldade em usufruir os benefícios que podem vislumbrar nos melhor aquinhoados. Os rigores das leis – que protegem a sociedade desses meliantes – é considerado um abuso e um contrassenso descabido.

E estrugiu a pandemia do Covid-19. A proximidade dos infectados contamina e há necessidade premente de evitar o risco. As pessoas que pertencem aos grupos de risco: idosos e portadores de comorbidades devem der protegidos. Prisioneiros foram incluídos nesse segmento da população, afinal estão confinados em promiscuidade.

“Por determinação do Conselho Nacional de Justiça cerca de 60.000 presos foram soltos como medida de prevenção ao Covid-19 entre março e maio deste ano, esta medida aparentemente humanitária teve um preço salgado para a sociedade. O Grupo de Trabalho de Enfrentamento ao Covid-19 do Conselho Regional de Medicina do RS emitiu um parecer no qual recomenda que permaneçam recolhidos em presídios a fim de permitir que continuem onde sua condição de saúde possa ser monitorada, com acesso ao sistema de saúde e sob tutela do Estado. Um detalhe importante: apenas 28% dos presos libertados pertencem a grupos de risco, os demais foram liberados por chicanas de seus advogados. Muitos não se apresentaram para a instalação de tornozeleiras eletrônicas, deixaram de prestar conta de seu paradeiro e estão foragidos. Alguns voltaram a ser presos por novos crimes. Demos um passo para trás e quem paga o preço de uma decisão assim, mais uma vez, é a população”. (Eduardo Neubarth Trindade, Doutor em Medicina e vice-presidente do Cremers).

 

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado