sábado, 30 de setembro de 2017

E DISSEMOS QUE ESTAVA BEM



Coluna publicada em "www.litoralmania.com.br" - 30/09/2017 

http://www.litoralmania.com.br/e-dissemos-que-estava-bem-jayme-jose-de-oliveira/


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

E DISSEMOS QUE ESTAVA BEM

Ao nos apercebermos que a sociedade descambou para um estilo de vida que não nos parece o mais adequado e, seguramente preocupante, deveríamos atentar ao fato que, paulatinamente, deixamos que tudo acontecesse. Pequenas concessões aqui, um fechar de olhos ali, pensar que os outros deveriam tomar as atitudes que não nos dispusemos a encarar e... ao nos darmos conta... a situação se apresenta irreversível.   E não consideremos uma exclusividade brasileira, vale recordar:
Ao entrevistar a filha do pastor Billy Graham no Early Show, a âncora do programa Jane Glayson, Estados Unidos, perguntou:
- Como Deus permitiu que isso acontecesse? (Referia-se aos ataques de 11 de setembro)
Anne Graham deu uma resposta sábia e profunda. Disse:
“Como nós, acho que Deus está muito triste com o ocorrido, porém há anos dizemos a Deus que saia das nossas escolas, que saia do nosso governo e que saia das nossas vidas. Sendo o cavalheiro que é, saiu.
Confrontando as ocorrências, ataques terroristas, bandalheiras nas escolas, etc. analisemos as circunstâncias que antecederam esses fatos:                                                                                                                                   Creio que tudo começou quando Madeleine O’Hara disse que não deveríamos rezar nas escolas.
E DISSEMOS QUE ESTAVA BEM
Logo alguém disse que seria melhor não lermos a Bíblia nas escolas, afinal, o país é laico... A Bíblia diz não matarás, não roubarás, amarás teu próximo como a ti mesmo.
E DISSEMOS QUE ESTAVA BEM
Logo o Dr. Benjamim Spock disse para não punir os nossos filhos quando se comportavam mal porque suas personalidades se afetariam e poderíamos ferir sua autoestima.
E DISSEMOS QUE ESTAVA BEM
Logo alguém disse que mestres e diretores não deveriam disciplinar nossos filhos quando se comportassem mal.
E DISSEMOS QUE ESTAVA BEM
Logo alguém disse que nossas filhas poderiam abortar se quisessem e nem precisariam dizer aos pais.
E DISSEMOS QUE ESTAVA BEM
Logo um dos membros do Conselho de Administração das escolas disse: Já que os jovens procederão sempre como jovens demos a eles todos os preservativos que quiserem para que possam se divertir ao máximo e nem temos que dizer aos pais que os fornecemos na escola.
E DISSEMOS QUE ESTAVA BEM
Logo alguns dos nossos principais líderes nos disseram que não importa o que façamos na nossa vida privada – inclusive o Presidente - contanto que realizemos nosso trabalho, que haja empregos e que a economia prospere.
E DISSEMOS QUE ESTAVA BEM
Vamos imprimir revistas com mulheres nuas e dizer que isso é uma maneira sã e realista de apreciar a beleza feminina.
E DISSEMOS QUE ESTAVA BEM
Logo alguém apoiou a publicação de fotos de crianças nuas, extrapolando quando as inseriram na Internet. Argumentou: elas têm direito à liberdade de expressão.
E DISSEMOS QUE ESTAVA BEM
Logo a indústria do entretenimento disse: Façamos shows cine e televisivos que promovam o profano, a violência e o sexo ilícito. Gravemos músicas que estimulem a violência, as violações, as drogas, os suicídios e os temas satânicos. É só diversão, não tem efeitos negativos, ninguém leva a sério e assim por diante.
E DISSEMOS QUE ESTAVA BEM
AGORA NOS PERGUNTAMOS:
Por que nossos filhos não têm consciência?
Por que não sabem distinguir o bem do mal e não lhes causa preocupação matar desconhecidos, companheiros de escola e a si próprios? Provavelmente, se procurarmos bem e devagar, encontraremos a resposta:
COLHEMOS O QUE SEMEAMOS
É curioso como mandamos Deus para o lixo e se pergunta por que o mundo está em processo de destruição. É curioso como há artigos luxuosos, crus, vulgares e obscenos que circulam pelo ciberespaço... mas se suprime a palavra de Deus em público, nas escolas, nos locais de trabalho e às vezes no lar.
É curioso como nos preocupamos mais com o que os outros pensam de nós, do que Deus pensa de nós.
Voltemos ao escandaloso presente que nos é atirado diariamente na cara:                        Políticos (não todos) não se constrangem em enfrentar desavergonhadamente o repúdio da nação. Quando o presidente Temer apresenta índices de rejeição jamais vistos; quando Lula, condenado pela justiça, desfila imponente país afora em campanha antecipada; quando a senadora Gleisi Hoffmann, presidente do PT, em nome do partido, assina manifesto de apoio ao regime venezuelano de Nicolás Maduro e é seguida pelo PCdoB e PDT; quando o STF afasta o senador Aécio Neves do senado e manda que não saia de casa à noite, além de recolher seu passaporte, estronda mais uma divergência. Senadores do PSDB, PMDB e PT, temerosos do “efeito Orloff” (eu sou você amanhã) se mancomunam para, mais uma vez, confrontar a decisão do STF...                                                                                                                                              A NAÇÃO ASSISTE ESTARRECIDA                                                                            Por incrível que pareça, é mais fácil encontrar uma girafa branca que um político ilibado.



sexta-feira, 22 de setembro de 2017

PSICOPATAS 3






PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

PSICOPATAS 3
Quando um colunista publica um texto que possa provocar controvérsias, expõe-se à possibilidade de receber ora contestações, ora apoios, faz parte do contexto. As manifestações devem ser analisadas e, certamente, oferecem subsídios preciosos para avaliar a repercussão do escrito.  A coluna “Psicopatas” estimulou o envio por parte de umaleitora opiniões de renomados especialistas, fato que agradeço e me permito utilizar na coluna que segue.                                                    
Detenho-me em particular em Júlia Bárány, psicanalista formada pela Sociedade Brasileira de Psicanálise Integrativa e Renato M.E. Sabbatini, PhD, neurocientista e especialista em Informática Biomédica, doutor pela Universidade de São Paulo e pós-doutorado no Instituto de Psiquiatria Max Planck em Munique, na Alemanha.
“A maioria das pessoas é incapaz de entender como uma personalidade antissocial e criminosa é possível em um ser humano como nós”.
Os sociopatas (designação preferida por especialistas em vez de psicopatas) são caracterizados por uma falta de consideração com os sentimentos dos outros. Eles exibem egocentrismo patológico, ausência de remorso, ansiedade e sentimento de culpa, são  manipuladores. Mentem sem qualquer vergonha, roubam, abusam, trapaceiam. O pesquisador canadense Robert Hare, um dos maiores especialistas do mundo em sociopatia criminosa os caracteriza como predadores que usam charme e manipulação para controlar os outros e para satisfazer suas próprias necessidades. Em sua falta de consciência e de sentimento pelos outros tomam friamente aquilo que querem, violando as normas sociais sem o menor senso de culpa ou arrependimento.
Os sociopatas são incapazes de aprender com a punição e de modificar seus comportamentos. Quando descobrem que seu comportamento não é tolerado pela sociedade reagem escondendo, mas nunca o suprimindo, disfarçando de forma inteligente as suas características de personalidade. Por isso os psiquiatras usaram no passado o termo insanidade para caracterizar esta psicopatologia. Um sociopata clássico foi Donatien Alphonse François de Sade (1740-1814), um nobre francês cujas preferências sexuais perversas originaram o termo sadismo.

O indivíduo sociopata geralmente exibe um charme envolvente para as outras pessoas e tem uma inteligência acima da média. Não mostra sintomas de outras doenças mentais tais como neuroses, alucinações, delírios ou psicoses. Eles podem ter um comportamento tranquilo no relacionamento normal e têm uma considerável presença social e boa fluência verbal. Em alguns casos são os líderes de seus grupos.                    Poucas pessoas, mesmo após um contato duradouro com sociopatas são capazes de imaginar o seu lado negro, a maioria deles é capaz de ocultar com sucesso durante a vida inteira, levando uma dupla existência.                                                                        O mais assustador é o fato que entre 1 e 4% da população é sociopata em maior ou menor escala. Cada um de nós conhece alguém que se ajusta a esta descrição. Políticos corruptos e cínicos, que sobem rapidamente na carreira, líderes autoritários, etc., estão entre eles. Uma característica comum é que eles se engajam sistematicamente na manipulação dos outros para ganhos pessoais. O Marquês de Sade diz que tudo é justificado quando o objetivo é a gratificação de seus sentidos e que a ele é permitido usar outros seres humanos da forma como desejar para alcançar aquele propósito. Mutatis mutandis, substituindo “gratificação dos sentidos” por “consecução dos objetivos”, podemos incluir no rol políticos que não consideram infamantes as torpes manobras que realizam. Quando descobertos não se acanham em tentar desconstruir inclusive a honorabilidade dos que ousam denunciar as tramoias tão meticulosamente urdidas. Exemplos recentes abundam e são do conhecimento geral. Aninhados em siglas diferentes que, aparentemente são rivais e disputam as mesmas posições, mas, na realidade, quando lhes é conveniente constroem as mais estapafúrdias coligações. Na realidade, são vinhos (azedos) da mesma pipa. NÃO TEM ANJINHOS NA PARADA. Desse conúbio indecente resulta, fatalmente, uma miscigenação escandalosa. Benjamim Franklin definiu essa promiscuidade magistralmente com um pensamento: “QUEM DORME COM CÃES ACORDA COM PULGAS”. Haja inseticida para desinfestar.                                                                                                                 Além disso, agindo em situações de stress, tais como guerras, pobreza geral, quebra da economia, brigas políticas, etc., os sociopatas podem adquirir o status de líderes regionais ou nacionais, tais como Adolf Hitler, Stalin, Saddam Hussein, Idi Amin Dada, etc. Quando alcançam posições de poder podem causar mais danos do que como indivíduos.
A psicopatia é um estado no qual existe excesso de razão e ausência de emoção. O funcionamento alterado de uma área específica do cérebro impede as emoções em pessoas com psicopatia.

“É comum que se confunda o psicopata, que tem uma psicopatia, com psicótico, que tem psicose, são duas alterações diferentes. Psicose é uma doença mental que inclui problemas no contato com a realidade, distorções, alucinações e manias. Já a psicopatia é um distúrbio de personalidade que não tem problema algum na relação com a realidade, ele não alucina, pelo contrário, domina muito bem a realidade”. (Júlia Bárány – psicanalista)
Segundo a psicanalista, um psicopata sabe que é diferente, pois se sente superior aos outros. Por serem incapazes de sentir emoções, buscam prazer no sofrimento do outro.
Como remate, posso assegurar que todas as referências que pude pesquisar convergem para pontos básicos e não há discrepâncias entre elas.  Conhecendo as artimanhas subjacentes à personalidade dos psicopatas, cumpre não nos deixarmos iludir. Se existem psicopatas aptos a nos convencer e aliciar, também há candidatos à liderança merecedores do nosso apoio, cabe a nós separar o joio do trigo.

7 CARACTERÍSTICAS DOS PSICOPATAS – 6min27seg

PSICOPATA NÃO É PSICÓTIC0 – 16 min



sexta-feira, 15 de setembro de 2017

ESTATURA MORAL?



Coluna publicada em "www.litoralmania.com.br - 15/09/2017


PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

ESTATURA MORAL?

O depoimento do ex-ministro (PT) Antônio Palocci provoca pesadelos nas hostes do partido. Isso para dizer pouco... A avaliação no partido é de que não teve a “estatura moral” do também ex-ministro José Dirceu e dos ex-tesoureiros  Delúbio Soares e João Vaccari Neto, que não entregaram os colegas. Há, inclusive, uma troca de mensagens nas redes sociais entre militantes e dirigentes discutindo o momento mais oportuno para uma expulsão (José Américo, deputado estadual do PT(SP).
Senhores, que país é este? Fui criado num ambiente em que a verdade, a honra, o respeito às leis que regem uma sociedade minimamente organizada e sadia nos direciona não apenas a evitar deslizes, sejam quais forem, mas, também, não sermos cúmplices de falcatruas alheias. Partam donde partirem. Cumplicidade é crime, sim.
Lei nº 59/2007, de 04/09/2007, Art.27º:                                                                                    1- É punível como cúmplice quem, dolosamente e por qualquer forma prestar auxílio material ou moral à prática por outro de fato delituoso.                                                        2- É aplicada ao cúmplice a pena fixada ao autor, especialmente atenuada.                                      
O Presidente a República pode ser responsabilizado na lei de cumplicidade e vige desde longa data.                                                                                                                            Decreto nº 30, de 8 de janeiro de 1892.                                                                                    Art. 1º - São crimes de responsabilidade do Presidente da Republica os que esta lei especifica.                                                                                                                                        Art. 2º - Esses crimes serão punidos com a perda do cargo somente ou com esta pena e a incapacidade para exercer qualquer outro, impostas por sentença do Senado, sem prejuízo da ação da justiça ordinária, que julgará o delinquente segundo o direito processual e criminal comum.                                                                                                      Art. 3º - O Presidente da Republica é também responsável por cumplicidade nos crimes de que trata esta lei, quando perpetrados por outrem.
Na opinião firmada entre os simpatizantes e cúmplices em falcatruas perpetradas pelos crápulas do PT, PMDB, PP, PSDB e quantos mais forem, Antônio Palocci deveria seguir o exemplo dos incriminados que, apesar de condenados e presos, permaneceram com a “boca fechada”, obedecendo à “omertà”. Omertà é um “código de honra” da máfia italiana que, na verdade, se relaciona à cumplicidade do grupo criminoso e o voto de silêncio de seus integrantes, sempre contrários à cooperação com a polícia e com a justiça, especialmente no que diz respeito a informações sobre esquemas criminosos e os envolvidos neles.
Lembrando: Roberto Jefferson, deputado federal pelo PTB, do qual era presidente, foi quem deu início ao mensalão no governo Lula. Marcos Valério Fernandes de Souza, empresário e publicitário seguiu o script da omertà julgando, erroneamente, que seria protegido como o foram José Dirceu e outros do partido. Foi relegado à própria sorte e condenado a 37 anos de prisão, acrescidos posteriormente com mais 18.
Possivelmente, Antônio Palocci (um dos fundadores do PT, Ministro da Fazenda de Lula, Ministro da Casa Civil de Dilma) não pretende ter destino semelhante.  Nunca militou em outros partidos.                                                                                                 Geddel Quadros Vieira Lima (PMDB desde 1990, sem nunca trocar de sigla, exerceu cargos em governos do PT). Já fora Ministro da Integração Nacional de Lula (2007-2010) e vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica Federal de Dilma antes de ocupar o cargo de Ministro da Secretaria de Governo da República de Temer. Ao ser novamente preso após a descoberta dos R$ 51 milhões num apartamento deve estar pensando seriamente em não assumir sozinho o ônus da culpa.
É muito conveniente dizer, agora, que Palocci é um médico frio e calculista, como Ministro da Fazenda essas eram as qualidades elogiadas.    

                                                                                

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

sexta-feira, 8 de setembro de 2017

ACIDENTE DE TCHÉRNOBI



Coluna publicada em "www.litoralmania.com.br" em 08/08/2017

http://www.litoralmania.com.br/acidente-de-tchernobil-jayme-jose-de-oliveira/

PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.


ACIDENTE DE TCHERNÓBIL



Os impactos do acidente em Tchernóbil ainda preocupam autoridades e ambientalistas.
No ano de 1986, os operadores da usina nuclear de Tchernóbil, na Ucrânia, realizaram um experimento com o reator 4. A intenção inicial era observar o comportamento do reator nuclear quando utilizado com baixos níveis de energia. Contudo, para que o teste fosse possível, os responsáveis pela unidade teriam que quebrar o cumprimento de uma série de regras de segurança indispensáveis. Foi nesse momento que uma enorme tragédia nuclear se desenhou no Leste Europeu.
Entre outros erros, os funcionários envolvidos no episódio interromperam a circulação do sistema hidráulico que controlava as temperaturas do reator. Com isso, mesmo operando com uma capacidade inferior, o reator entrou em um processo de superaquecimento incapaz de ser revertido. Em poucos instantes a formação de uma imensa bola de fogo anunciava a explosão do reator rico em Urânio-235, elemento químico de grande poder radioativo.                                                                                                                                                O que de fato aconteceu? “Não se encontravam palavras para os novos sentimentos e não se encontravam sentimentos para as novas palavras”. (SveItlana Aleksiévitch, autora de “VOZES DE TCHERNÓBIL”, Prêmio Nobel de Literatura – 2015)                                                                                                                             Transcrevo alguns trechos do livro premiado:
“O átomo militar era Hiroshima e Nagasaki, o átomo da paz era o da lâmpada elétrica acesa em cada casa”.                                                                                                                                  Ninguém imaginava que ambos os átomos fossem gêmeos. Tchernóbil não envenenou só a água e a terra. Os gatos não comiam os ratos mortos que se amontoavam, de certo modo, intuíam o perigo. A morte se escondia por toda a parte, mas era um tipo diferente de morte, com uma nova máscara. Com aspecto falso. A radiação não se vê, não tem odor nem sabor. É incorpórea. Passamos a vida inteira nos preparando para a guerra, tão bem conhecida, e, de súbito, isso! A imagem do inimigo se transformou.  Surgiu diante de nós outro inimigo... A relva ceifada, o peixe pescado, a caça aprisionada, as maçãs... O mundo à nossa volta, antes amistoso, agora infunde pavor. As pessoas olham para o céu e dizem: “O sol está brilhante, não se vê fumaça nem gás. Como isso pode ser uma guerra? Soldados em formação ao redor da zona, com armas novinhas em folha. Em quem poderiam atirar ali? De quem se defender? Da física? Das partículas invisíveis? Metralhar a terra contaminada ou as árvores?                                                                                               Agora em vez das frases habituais de consolo, o médico diz à esposa do marido moribundo: “Não se aproxime! Você não deve beijá-lo! Não deve acaricia-lo! Ele já não é a pessoa amada mas um elemento que deve ser desativado. Uma de minhas heroínas (grávida naquele  momento) nunca deixou de se aproximar do marido e beijá-lo, não o abandonou até a morte. Por essa ousadia ela pagou com a saúde e com a vida da filha ainda não nascida”.                                                                                                                    Antes de tudo, em Tchernóbil se recorda a “vida depois de tudo”: objetos sem o homem, paisagem sem o homem. Estradas para lugar nenhum. Você se pergunta: o que é isso, passado ou futuro?                                                                                                                                                  Eu vi como o homem pré-Tchernóbil se converteu no homem de Tchernóbil.                                                                                                        “ALGUMAS VEZES, PARECE QUE ESTOU ESCREVENDO O FUTURO”...
Comentário do colunista:                                                                                                                                            Mais uma vez, o maior inimigo do homem é o menor. Um vírus, só visível no microscópio eletrônico é mais mortal que uma fera; um átomo radioativo, mais que um exército. Mata mais, com mais eficiência, crueldade. Durante centenas... milhares de anos.
Agora, que tivemos um débil vislumbre da catástrofe de Tchernóbil, lembremos também Three Mile Island e Fukushima Daiichi:
DESASTRE NUCLEAR EM THREE MILE ISLAND

Three Mile Island é uma usina localizada na Pensilvânia, nos Estados Unidos. Em 28 de março de 1979, a unidade passou por um grave acidente nuclear.
Na ocasião, gases radioativos começaram a evaporar num dos dois reatores da usina próxima à cidade de Harrisburg, capital do estado norte-americano da Pensilvânia.
O acidente contaminou uma área de aproximadamente 16 quilômetros em volta de Three Mile Island, e, ainda assim, nenhum dos 15 mil habitantes que moravam próximo à área foi evacuado. Apenas dois dias depois do acidente, o então governador do estado da Pensilvânia, Dick Thornburgh, iniciou a retirada dos habitantes, começando por gestantes e crianças.
Depois de dias de preocupação, os elementos combustíveis resfriaram e o perigo de explosão na usina foi afastado.
No dia 1º de novembro de 1979, uma comissão nomeada pelo então presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter, chegou à conclusão de que o acidente havia sido causado por falha humana.

O ACIDENTE NUCLEAR NA CENTRAL DE FUKUSHIMA DAIICHI

No dia 11 de março de 2011 o Nordeste do Japão foi atingido por um terremoto de 9 graus na escala Richter. O epicentro foi bem próximo ao litoral e a poucos quilômetros abaixo da crosta terrestre. Foi o maior terremoto de que se tem registro histórico a atingir uma área densamente povoada e com alto desenvolvimento industrial. Mesmo para um país de alto risco sísmico e cuja cultura e tecnologia se adaptaram para tornar esse risco aceitável, tal evento, numa escala de probabilidade de 1 em cada 1.000 anos superou toda capacidade de resposta desenvolvida ao longo de séculos pelo Japão.                                                                                                                              A maior parte das construções e todas as instalações industriais com riscos de explosões e liberação de produtos tóxicos ao meio ambiente, tais como refinarias de óleo, depósitos de combustíveis, usinas termoelétricas e indústrias químicas, localizadas na região atingida colapsaram imediatamente causando milhares de mortes e dano ambiental ainda não totalmente quantificado. Mas as 14 usinas nucleares das três centrais da região afetada resistiram às titânicas forças liberadas pela Natureza. Todas desligaram automaticamente e se colocaram em modo seguro de resfriamento com diesel-geradores após ter sido perdida toda a alimentação elétrica externa.                                                                                                                A onda gigante (tsunami) que se seguiu ao evento inviabilizou todo o sistema diesel de emergência destinado à refrigeração de 4 reatores da Central Fukushima-Daiichi e os levou ao status de grave acidente nuclear, com perda total dos 4 reatores envolvidos devido ao derretimento dos seus núcleos e com liberação de radioatividade para o meio ambiente após explosões de hidrogênio, porém sem vítimas devido ao acidente nuclear.                                                                                                                                             A necessidade de remoção das populações próximas à área da central se tornou imperiosa e todo o plano de emergência nuclear foi mobilizado num momento em que o país estava devastado. Porém, no fim de 2011, as restrições de acesso a 5 áreas evacuadas num raio entre 10 km e 20 Km foram canceladas, com a população autorizada a retornar a suas residências.
As irradiações emanadas por centrais nucleares acidentadas têm efeitos teratogênicos (causam deformações transmissíveis aos descendentes) e podem ser observados em seres vivos, quaisquer que sejam. Nos animais, inclusive o homem, são mortais, dependendo do nível da exposição absorvida.             A contaminação por raios gama verificada nos escombros da usina nuclear de Fukushima quase um ano e meio depois do devastador terremoto no nordeste do Japão hoje preocupa mais as autoridades locais do que a radioatividade do césio ainda emitida pelo complexo atômico. A avaliação faz parte de um relatório sobre a situação apresentado hoje à Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em Viena.
 


                                                                                                                            Jayme José de Oliveira

cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

quarta-feira, 6 de setembro de 2017

REFORMA DA PREVIDÊNCIA 2





PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

REFORMA DA PREVIDÊNCIA - 2
Em coluna anterior ressaltei o fato de, desde o início, jamais as contribuições previdenciárias alocadas por empregados e empregadores foram destinadas a formar um fundo que garantisse o futuro. O governo, além de não contribuir com sua parte, dilapidou o que era aportado em obras alheias aos interesses da Previdência. Vilas populares, Itaipu e ponte Rio-Niterói por exemplo. Na hora de honrar aposentadorias, por volta de 1.960, o cofre estava vazio e desnudava a face cruel da prática abusiva. Os depósitos recolhidos pelos atuais associados não cobrem os compromissos assumidos com os que passaram uma vida inteira contribuindo. Desde 1960 esse fato só deteriorou.
Várias reformas foram implantadas, não suficientes, agora o fantasma da inadimplência oficial se aproxima inexorável e apenas uma reforma rigorosa poderá evitar o caos representado PELO CALOTE NOS BENEFICIÁRIOS. Essas reformas serão extremamente impopulares, variando entre o inaceitável para os atingidos e o inegociável para surtir efeito.
O ponto de partida para qualquer discussão a respeito do tema está numa pergunta elementar: é necessário mexer no sistema nacional de Previdência Social?                                                                                                                              A resposta pode ser dada com números. Segundo o IBGE, o número de pessoas acima de 65 anos crescerá 263% até 2050, chegando a 58,4 milhões. Enquanto isso, o número de trabalhadores em atividade cairá para 131,4 milhões e isso será fatal para o sistema. O governo está propondo mudanças significativas na legislação. A principal delas, fácil de compreender, mas difícil de aceitar, é a fixação da idade mínima da aposentadoria em 65 anos para homens e mulheres, tanto para o setor público como para o privado, elevando-se o tempo mínimo de contribuição de 15 para 25 anos. O considerado inaceitável é que para chegar ao valor integral serão exigidos 49 anos de contribuição. Praticamente inatingível. O presidente da Força Sindical, deputado federal Paulo Pereira da Silva (SD-SP), assegura que o limite de 65 anos é inaceitável e o governo divulgou uma nota reafirmando que é inegociável.                                                                                                                        Para tornar mais intragável, o Planalto permite a exclusão dos militares no organograma atual, prometendo incluí-los em reforma posterior.                                     A missão, verdadeiro “Trabalho de Hércules”, é encontrar um consenso entre o inaceitável e o inegociável para garantir uma reforma que além de imprescindível é impostergável. Considerando que não se mantém emprego continuado por toda a vida, entre um emprego e outro fica um tempo ocioso de seis meses a um ano na média, num contexto econômico recessivo que remete a uma realidade de desemprego que atinge níveis assustadores. Outro fator a ser considerado: o primeiro emprego é dificultado e a manutenção após os 45-50 anos mais ainda e aposentar sem 49 anos de contribuição significa um valor a menor de recebimento. Acresça-se o fato de valores acima do salário mínimo sofrerem redução anual, se comparados com o básico.
SE PARAR O BICHO COME, SE CORRER O BICHO PEGA.  
 O eterno confronto dos interesses legítimos, com apoio irrestrito dos sindicatos, em vez de sinalizar uma luz no fim do túnel exacerba os ânimos e encaminha para um beco-sem-saída, cuja consequência será a insolvência do sistema e perda total dos direitos pelos quais houve contribuição durante toda a vida laboral.
Os dados a seguir apresentam as diferenças que precisam ser equalizadas a fim de se conseguir uma situação de justiça, sem os privilégios existentes no sistema atual.
SERVIDORES PÚBLICOS – CIVIS                                                                                Contribuições: R$ 29,5 bilhões                                                                                            Benefícios: R$ 69,5 bilhões                                                                                               Déficit: R$ 40 bilhões                                                                                                  Ativos: 840,9 mil - Aposentados: 418 mil - Pensionistas: 263,2 mil                                Déficit per capita: R$ 58,7mil
SERVIDORES PÚBLICOS – MILITARES                                                                      Contribuições: R$ 2,6 bilhões                                                                          Benefícios: R$ 35,1 bilhões                                                                                  Déficit:  R$ 32,5 bilhões                                                                                        Ativos: 359,5 mil – Aposentados: 148,3 mil – Pensionistas: 148,3 mil                            Déficit per capita: R$ 109,6 mil
Total de contribuições: R$ 32,1 bilhões                                                                     Total de benefícios: R$ 104,6 bilhões                                                                                 Déficit: R$ 72,5 bilhões
ESTADOS E DISTRITO FEDERAL                                                          Contribuições: R$ 59,3 bilhões                                                                                           Benefícios:      R$ 120,7 bilhões                                                                            Déficit: R$ 61,4 bilhões                                                                                                Ativos: 2,7 milhões                                                                                                             Aposentados: 1,4 milhão                                                                               Pensionistas: 490.2 mil                                                                                           Déficit per capita: R$ 31,8 mil
 CAPITAIS                                                                                                    Contribuições: R$ 12,5 bilhões                                                                       Benefícios: 16 bilhões                                                                                             Déficit: R$ 3,5 bilhões                                                                                            Ativos: 1,2 milhão - Aposentados: 425 mil – Pensionistas: 130 mil                      Déficit per capita: R$ 6,3 mil
DEMAIS MUNICÍPIOS                                                                                                    Contribuições: R$18,6 milhões                                                                        Benefícios: R$ 13 bilhões                                                                                      Ativos: 3,3 milhões – Aposentados: 485,9 mil – Pensionistas: 223,8 mil                          SUPERAVIT: R$ 5,6 bilhões
INICIATIVA PRIVADA – URBANOS                                                                    Contribuições: R$ 357,4 bilhões                                                                         Benefícios: R$ 351,9 bilhões                                                                                 Ativos: não informado – Aposentados: 12,2 milhões – Pensionistas: 5,2 milhões  SUPERAVIT: 5,5 bilhões
INICIATIVA PRIVADA – RURAIS                                                                             Contribuições: 7,4 bilhões                                                                               Benefícios: 102,1 bilhões                                                                                       Ativos: não informado – Aposentados: 6,8 milhões – Pensionistas: 2,3 milhões          Déficit: R$ 94,7 bilhões Total 
TOTAL INICIATIVA PRIVADA                                                                                                                   Total de contribuições: R$ 364,7 bilhões   Total de benefícios: R$ 453,9 bilhões      Total do déficit: R$ 89,2 bilhões
PROJEÇÕES CONSERVADORAS DO TESOURO NACIONAL APONTAM PARA, AO FINAL DE 2017, ROMBO DE R$ 260 BILHÕES.
Para vivermos em PAZ faz-se necessário que tenhamos FÉ, apesar dos caminhos tortuosos que trilhamos, o AMOR, indispensável no dia-a-dia e a ESPERANÇA que tem o condão de reacender o que já foi ou está prestes a sucumbir. O vídeo sinaliza uma réstia de luz que vislumbramos, apesar dos pesares.
 AS QUATRO VELAS – 2min04seg

Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado