quinta-feira, 27 de outubro de 2016

OSONHO DE ÍCARO 5 - A ÚLTIMA FRONTEIRA , O ESPAÇO




Coluna publicadda em "www.litoralmania.co.br"" - 26/10/2.016
O SONHO DE ÍCARO 5 - O ESPAÇO, A ÚLTIMA FRONTEIRA, O ESPAÇO

PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

O SONHO DE ÍCARO 5 – A ÚLTIMA FRONTEIRA, O ESPAÇO
Falar em viagens espaciais é uma utopia? Recordemos que, em 1.906, Santos Dumont realizou o primeiro voo sem auxílio de catapulta com seu 14-bis e, em 1.957, o Sputnik entrou em órbita. O que nos reservam os próximos 100 anos?
O que se projeta é de uma magnificência tal que, mesmo atualmente se considere um sonho utópico, podemos vislumbrar a última fronteira: o espaço sideral.
Projetistas trabalham afanosamente em aviões ainda mais seguros e menos poluentes. O motor a jato é conceitualmente muito simples. Ele opera seguindo a lei de Newton, ação e reação. O ar entra, passa por um compressor até atingir o núcleo do motor onde o combustível é queimado e produz exaustão de gases por trás, propelindo a turbina e acelerando o avião. Projetistas tiveram a ideia de  incluir uma ventoinha à frente do moto para fazer que parte do ar contornasse o motor  e vazasse pelos lados. Aumenta a potência e diminui o consumo em 15%, além de ser mais silencioso. A General Electric e Rolls-Royce propõem alterar a parte frontal do motor e usar materiais compostos e cerâmica. Mais 15% de potência.
Para 2.050 a Airbus prevê parte da fuselagem transparente permitindo aos passageiros uma sensação de voo diferente de tudo que temos hoje. Isso será possível lançando mão do grafeno, material feito de carbono que é centenas de vezes mais resistente que o aço.
A VOLTA DOS SUPERSÔNICOS         
Em 21 de janeiro de 1.976 decolou o primeiro avião supersônico de passageiros, o Concorde. Ele fazia o trecho Londres-Nova York em três horas, a metade dum jato convencional. Atingia 2.179 km/h numa altitude de 16 a 17 mil metros. O Concorde, apesar do glamour do voo supersônico acabou virando peça de museu devido a problemas técnicos e de rentabilidade.
Mais de 10 anos após, várias empresas apostam em poder encontrar a fórmula bem-sucedida para um avião supersônico.
O N+2 da Loockheed Martin foi desenhado para 80 passageiros. Dotado de três motores  turbojatos e desenvolve velocidade 70% maior que o som (834,13 km/h a 10ºC), com um boom sônico cem vezes menor que o Concorde.
A Boom Technoligy dos EUA aposta num design ousado, que poderia atingir 2,2 vezes a velocidade do som (2.612 km/h a 10ºC) com 40 passageiro; O projeto ainda esta na fase inicial de planejamento.


O ESPAÇO, FRONTEIRA FINAL
A aviação foi possivelmente a maior conquista tecnológica da aviação, um passo para aproximar as pessoas no planeta como Phileas  Fogg, personagem da “A volta ao mundo em 80 dias”, romance de Júlio Verne. Baseado em fatos reais, jamais poderia imaginar. Hoje, em poucas horas se pode atingir qualquer ponto da Terra.
A história da aviação prova que o impossível hoje é a realidade de amanhã. Ainda é cedo para falar em viagens interplanetárias. É só uma questão de tempo. A partir de 2.017 e 2.018, quando devem voar as cápsulas Dragon 2, da Space X, e CST-100 Spaceliner, da Boeing ir ao espaço em viagens suborbitais será como comprar uma passagem intercontinental, custará US$ 250 mil.
OI Spaceport América, localizado no Novo México (EUA), deve ser a principal base de operações da Virgin Galac tic, empresa que promete realizar voos espaciais de turismo nos próximos anos.
Em 2.004 a administração dos Estados Unidos anunciou que nova “Vision for Space Exploration” apresentou a missão tripulada a Marte como uma de suas maiores apostas. Em 2.010. uma nova proposta de lei foi assinada permitindo uma missão tripulada por volta de 2.030.
DEPOIS, O COSMO É O LIMITE.

Os dados para esta coluna foram recolhidos na revista “Superinteressante”, edição 363-A e  no Google.    











quinta-feira, 20 de outubro de 2016

O SONHO DE ÍCARO 4 - A AVIAÇÃO DOSÉCULO XXI




Coluna publicada em "www.litoralmania.com.br"

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PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

O SONHO DE ÍCARO 4 – A AVIAÇÃO NO SÉCULO XXI

A aviação civil se tornou um dos ramos mais volumosos e rentáveis do mundo, representa bilhões de dólares e passageiros por ano. A American Airlines é a maior companhia em atividade, com quase 1.500 aviões, transporta 500 mil passageiros diariamente, com  faturamento de US$ 40 bilhões.
O processo de fusões tornou-se universal e assim se formaram as que dominam o céu na atualidade.
Apostando em luxo e alta tecnologia companhias do Oriente Médio batalham com sucesso para ganhar espaço. As três mais importantes, Emirates, Qatar Airwais e Etihal Airlines Airwais dão preferência a gigantes como o Airbus A380, o maior avião do mundo, que pode decolar com 575 toneladas de peso e com um índice 50% menor de ruído, também é o mais silencioso internamente. Equipado com 4 motores, dois GP7200 e dois Rolls-Royce, tem sobra de potência podendo operar com apenas dois dos quatro motores. Começou a operar em 2.005 e custa US$ 432 milhões a unidade. A capacidade máxima é de 853 passageiros. O Boeing 787 Dreamliner, que entrou em linha em 2.009, reduziu drasticamente o peso ao introduzir a fibra de carbono na fuselagem. É um bimotor que pode operar tanto com motores Rolls-Royce Trent 1000 como com General Eletric GEnx. Seu preço varia entre US$ 224,6 milhões, o 787-8 e US$ 306,1 milhões, o 787-10. 










Para quem pode arcar com preços diferenciados a classe executiva evoluiu tanto que extinguiu a primeira classe em muitas companhias. Refeições de chefs premiados, vinhos selecionados e poltronas que viram camas (full flat bed).
Em aeronaves de grande porte são disponibilizados espaços coletivos com sofás para os que não conseguem dormir a bordo ou preferem se socializar.

A Embraer se imiscuiu no mercado de aviões de pequeno porte, com capacidade de 70 a 124 passageiros. Lançou em 1.999, no Paris Show, sua família E-jet com quatro modelos: E170, E175, E190 e E195, o mais notório membro do grupo a um preço de US$ 45 milhões. A venda desses aviões bimotores, ideais para viagens de curto e médio alcance se deram inicialmente para companhias estrangeiras e já alcançaram 1.421 unidades. Equipados com motores CF34-19 da General Eletric, de manutenção econômica.
À primeira vista o bimotor turboélice ATR 72 parece uma involução para o passado. Fabricado pela franco-italiana Avion de Transport  Régional, equipado com motores Pratt&Whitney PW127M, tem uma série de características que o recomendam para aviação regional, tanto de carga como para até 78 passageiros. Consegue decolar em pistas mais curtas, com mais carga que os de porte similar equipados com turbinas.


A aviação, na maior parte de sua curta história, teve seu uso restringido às classes abonadas. A partir de 1.970, nos Estados Unidos, companhias perceberam um filão a ser explorado: tarifas baixas. Depois de comprovarem ser lucrativas passou a ser explorado no resto do mundo. O segredo consiste em serviços simples, voos sem refeições, com direito de despachar apenas uma mala e voos sem escalas. Filas duplas de três poltronas, com espaço mínimo entre elas. A possibilidade do parcelamento das passagens proporcionou um crescimento notável. As passagens baratas ganharam o mercado brasileiro nos últimos anos.




Os dados para esta coluna foram recolhidos na revista “Superinteressante”  edição 363-A e  no Google.    


Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado

quarta-feira, 12 de outubro de 2016

O SONHO DE ÍCARO 3




Coluna publicada em "www.litoralmania.com.br" 12/10/2.016

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PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

O SONHO DE ÍCARO 3 – AVIAÇÃO COMERCIAL

Podemos considerar que o voo solo de Charles Lindberg em maio de 1.927, foi o nascedouro da aviação civil. Ao atravessar o Atlântico sem escalas deixou patente que o avião tinha potencial para se tornar rentável para uso civil, da noite para o dia passou a atrair milhões de dólares em investimentos.
A companhia aérea mais antiga, que até hoje atua, é a KLM holandesa.
O impulso inicial, contudo, veio do governo dos Estados Unidos que em l.917 alocou     US$ 1,9 milhão para desenvolver uma linha postal experimental.
Henry Ford, em 1.927, lançou seu próprio avião, o Ford trimotor feito de duralumínio. Tinha 12 assentos e uma cabine suficientemente alta para se andar no corredor.
 Os primitivos voos causavam enjoos por não serem as aeronaves pressurizadas, a primeira que usou essa técnica foi a Boeing, em 1.940.
Os anos 1.930 são tidos como os de maiores avanços na história da aviação. A refrigeração a ar dos motores (até então se usava água) reduziu o peso abrindo caminho para os grandes e velozes aviões com instrumentos sofisticados e comunicação por radiofrequência.
Foi nessa década que a Boeing lançou o que é considerado o primeiro avião moderno, o Boeing 247 com capacidade para 10 passageiros. Três anos depois a Douglas Aircraft Corporation lançou o DC-3, bem mais lucrativo, com capacidade para 21 passageiros e motores mais potentes. Por permitir decolagens em pistas menores e ser uma aeronave extremamente segura, foi amplamente comercializada em todo o mundo.
O De Haviland Comet, ou simplesmente Comet de origem inglesa foi o primeiro avião comercial propulsionado por motores a jato fabricado no mundo. Inesperadamente, em 1.954 um Comet se desintegrou em pleno ar, matando seus 35 ocupantes. Os voos foram suspensos por algum tempo. Ao reiniciarem, uma segunda aeronave teve o mesmo destino. Cabe aqui uma explicação: até então os aviões voavam a baixas altitudes e onde a pressão atmosférica era semelhante à da superfície da terra e não se exigia pressurização. Como os jatos necessitam voar a grandes altitudes, a pressurização interna era imperativa, as consequências da diferença entre o exterior e interior não tinham sido previstas no projeto dos Comet e os aviões se transformaram em verdadeiras bombas voadoras. Bastava surgir uma rachadura para que se desintegrassem em pleno voo. Descobriram também que as janelas retangulares causavam pontos frágeis. A partir de então os aviões passaram a ter janelas redondas com propósito de aliviar a tensão e, consequentemente, diminuír o risco de fadiga metálica.
O Comet serviu de lição para que os projetistas planejassem aviões a jato mais confiáveis.
O que iniciara como um sonho desvairado na cabeça de Charles Lindberg se tornou um negócio capaz de movimentar US$ 700 bilhões por ano, transportando 3,5 bilhões de passageiros em 2.015, prevendo-se 3.7 bilhões em 2.016. A aviação civil gera 32 milhões de empregos.
Na próxima coluna abordaremos a aviação comercial moderna.
Dados para esta coluna foram pesquisados na revista Superinteressante, edição 363-A e no Google.






Ford trimoto                                                          


quarta-feira, 5 de outubro de 2016

DESSALINIZAÇÃO DA ÁGUA - O FUTURO




Coluna publicada em "www.litoralmania.com.br" - 05/0/2.016

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PONTO E CONTRAPONTO - por Jayme José de Oliveira
“Por mais brilhante que sejas, se não fores transparente, tua sombra será escura”.

DESSALINIZAÇÃO DA ÁGUA – O FUTURO

Um problema que aflige a humanidade e causa preocupações quanto à qualidade de vida no futuro: o abastecimento de agua potável, não só para o consumo, mas, pensando na agricultura e outros usos, está sendo solucionado com o aperfeiçoamento de técnicas de dessalinização da água do mar. Israel já a utiliza com sucesso e exporta para o mundo.
Até recentemente ameaçado pela seca, Israel enfrenta agora a perspectiva de ter incrível excesso de água, graças à sua inovação tecnológica.
Isso também pode representar uma esperança para a crise da água que afeta os seus vizinhos.
VISTA AÉREA DA NOVA USINA DE DESSALINIZAÇÃO EM SOREK, SUL DE TEL- AVIV




A cerca de 15 quilômetros ao sul de Tel- Aviv estou de pé em uma passagem entre dois tanques de concreto do tamanho de campos de futebol, assisto a água entrando a partir de um tubo enorme emergindo da areia. É tão grande que eu poderia andar nele. É preenchido com água do Mar Mediterrâneo bombeada de uma saída localizada a um quilômetro e meio da costa.
"Isso é o que é uma bomba!" Grita Edo Bar-Zeev acima do barulho dos motores, sorrindo com nosso espanto indisfarçável. Os depósitos contém areia com vários metros de altura através do qual a água do mar é filtrada, antes de atingir um enorme hangar de metal onde é convertida em água potável, suficiente para um milhão e meio de pessoas.
Estamos na nova usina de dessalinização Sorek, a maior instalação de osmose reversa no mundo e vendo a salvação de Israel. Alguns anos atrás, no auge de sua pior seca em pelo menos nove séculos, Israel estava ficando sem água. Agora têm excedentes. Esta reviravolta foi conseguida através de campanhas nacionais para conservar e reutilizar recursos hídricos escassos no país, mas o maior impacto veio de uma nova série de usinas de dessalinização.
Bar-Zeev, que recentemente se juntou ao Instituto Zuckerberg (criado por alguns dos empreendedores mais inspirados da nossa geração, como Steve Jobs, Bill Gates e Mark Zuckerberg) investiga os problemas da escassez de água. Depois de terminar seu doutorado na Universidade de Yale tornou-se um especialista em "biofouling", estuda o calcanhar de Aquiles da dessalinização, uma das razões para aqueles que sempre a tinham considerado como última alternativa. A dessalinização opera passando a água salgada por membranas contendo poros microscópicos, enquanto a água passa através as moléculas de sal, maiores, ficam retidas, mas micro-organismos marinhos se colonizam rapidamente e bloqueiam os poros. O controle requer limpeza periódica e utilização de produtos químicos intensivos, o que é caro.
Mas Bar-Zeev e seus colegas desenvolveram um sistema livre de produtos químicos usando rocha de lava porosa, que capta os micro-organismos antes que eles atinjam as membranas. Este é apenas um dos muitos avanços na tecnologia de membrana que fizeram a dessalinização muito mais eficiente. Israel agora utiliza esta água para 55% de seu uso doméstico e tem ajudado a transformar um dos países mais secos do mundo no mais improvável dos gigantes de água.
Motivados pela necessidade Israel está aprendendo a "espremer" mais cada gota de água que qualquer outro país e muito da aprendizagem  ocorre no Instituto Zuckerberg, onde os pesquisadores são pioneiros em novas técnicas de irrigação por gotejamento. Eles têm  desenvolvido poços  para aldeias africanas e digestores biológicos que podem reduzir pela metade o consumo de água na maioria dos lares.
A missão original do instituto era melhorar a vida no deserto Negev e as lições aprendidas são cada vez mais aplicáveis a todo o Crescente Fértil. "O Oriente Médio está secando", diz Osnat Gillor, professor do Instituto de Zuckerberg, que estuda o uso de águas residuais para o cultivo. "O único país que não está sofrendo um estresse hídrico agudo é Israel." O estresse de água tem sido um fator importante para exacerbar o tumulto que está conturbando o Oriente Médio. As soluções israelenses podem ajudar seus vizinhos e agregar os antigos inimigos numa causa comum.
Bar-Zeev reconhece que a água provavelmente será uma fonte de conflito no Oriente Médio no futuro. "Mas eu acredito que pode ser uma ponte de união através de projetos conjuntos de dessalinização."
Tal como nas outras instalações de osmose inversa, um processo de pré-filtragem remove os resíduos sólidos antes que a água entre em uma série de filtros menores, que removem a maior parte do sal. Depois de passar através de outros filtros que removem o boro, a água passa através de pedra calcária que adiciona minerais. É, então, está apta para se juntar ao aqueduto.
Em 2.008, Israel estava à beira de uma catástrofe. A seca em uma década havia devastado o Crescente Fértil e a principal fonte de água doce no país, o Mar da Galileia (Lago Kinneret), havia caído a alguns centímetros da "linha negra", em que a infiltração de sais inunda e destrói as colheitas, muitos agricultores perderam suas safras anuais.
Na Síria foi muito pior. Como a seca intensificou e o lençol freático caiu, os agricultores sírios perfuraram poços de 100, 200 e até 500 metros. Eventualmente os poços secaram e mais de um milhão de agricultores juntaram-se aos marginais dos subúrbios de Aleppo, Homs, Damasco e outras cidades, numa tentativa para encontrar trabalho. "O rápido crescimento da periferia urbana da Síria, caracterizado por assentamentos ilegais, superlotação, falta de infraestrutura, desemprego e crime, negligenciada pelo governo de Assad, tornou-se o núcleo de um desconforto crescente".
Histórias semelhantes ocorrem em todo o Oriente Médio onde a seca e o colapso da agricultura criaram uma geração perdida, que não tem perspectivas futuras e ferve de ressentimento. Irã, Iraque e Jordânia enfrentam a falta de água que estimula toda a região para ações desesperadas.

A irrigação por gotejamento, desenvolvida há várias décadas em Israel, é amplamente utilizada na agricultura. Ela pode ser muito simples, como nesta foto, ou altamente sofisticada, informatizada, em estufas.

INSTALAÇÃO DE DESSALINIZAÇÃO DE HADERA CIDADE LOCALIZADA ENTRE TEL- AVIV E HAIFA
. Surpreendentemente, Israel agora tem mais água do que precisa. A mudança começou em 2.007 quando foram instalados em todo o país chuveiros e banheiros de baixo consumo. As autoridades construíram sistemas inovadores de tratamento que capturam 86% do esgoto para uso na irrigação.
Israel requer 1,9 bilhão de m3 de água potável por ano e tem apenas 1,4 bilhão de fontes naturais disponíveis. Este déficit de 500 milhões de m3 foi o motivo para que o Mar da Galileia estivesse com seu nível baixando e o país prestes a perder suas fazendas.
Então veio a nova era de dessalinização. A planta Ashkelon começou a produzir 127 milhões de m3 em 2005; Hadera , 140 milhões de m3 em 2009 e agora Sorek adiciona 150 milhões de m3. Ao todo, usinas de dessalinização de Israel podem fornecer cerca de 600 milhões de m3 por ano, e mais estão a caminho.
O Mar da Galileia agora tem mais água, fazendas israelenses prosperam e o país enfrenta uma situação inesperada: o que fazer com o excesso de água? "Se não tivéssemos construído os filtros de dessalinização de Sorek, estaríamos sentados em nossas casas reclamando que não temos água", diz Rafael Semiat, membro do Israel Dessalinização Society e professor da Technion. Agora não somos mais dependentes da chuva para uso doméstico, isso vai dar oportunidade para os aquíferos se recuperarem, o que ajudou a tornar um dos países mais secos do mundo no mais improvável dos gigantes de água.
DIPLOMACIA DA ÁGUA
Em Sorek 50.000 membranas estão contidas em cilindros verticais brancos, cada um com mais de um metro de altura e 40 centímetros de diâmetro, emitindo um zumbido como motores a jato. O dispositivo inteiro parece uma nave espacial latejante, prestes a decolar. Os cilindros contêm folhas de plástico, membranas enroladas em torno de um tubo central. As membranas são perfuradas com poros de menos do que um centésimo de milímetro, a água entra nos cilindros com uma pressão de 70 atmosferas e passa através das membranas, enquanto a solução salina recua.
Dessalinização costumava ser um consumidor de energia caro, mas as tecnologias avançadas utilizadas em Sorek mudaram as regras. A água produzida pelos custos de dessalinização é apenas um terço do que na década de 1.990, Sorek pode produzir mil litros de água potável para 58 centavos.
Os consumidores israelenses pagam US$ 30 por mês para a água, similar à da maioria das cidades americanas, muito menos do que em Las Vegas (US$ 47) ou Los Angeles (US$ 58).
A Associação Internacional de Dessalinização diz que 300 milhões de pessoas em todo o mundo recebem água por dessalinização e esse número está aumentando rapidamente. IDE Technologies, a empresa israelita que construiu as instalações de Ashkelon, Hadera e Sorek, completou recentemente uma em Carslbad, sul da Califórnia, muito semelhante à dos seus homólogos israelenses e tem muitas outras projetadas. Globalmente Sorek abre seis estações de dessalinização por ano. A era da dessalinização chegou.
O que mais excita Bar-Zeev é a oportunidade de fazer a "diplomacia da água". Israel fornece água para a Margem Ocidental, estabelecida com os acordos de Oslo II, em 1.995, mas os palestinos ainda recebem muito menos do que  precisam.
A água tem sido envolvida em processos de paz enquanto outras negociações estão paralisadas, mas agora, como a quantidade disponível cresce, muitos observadores veem uma oportunidade de despolitizar. Bar-Zeev tem planos ambiciosos para uma conferência chamada "água não tem fronteiras" a ser realizada em 2.018 e reunir especialistas do Egito, Turquia, Jordânia, Israel, a Cisjordânia e Gaza.
AS CINCO USINAS DE DESSALINIZAÇÃO DE ISRAEL (FONTE: BRIDGESFORPEACE.COM)
Ainda mais ambicioso é o projeto de US$ 900 milhões a partir de um canal entre o Mar Vermelho e o Mar Morto, um projeto conjunto entre Israel e Jordânia para construir uma usina de dessalinização no Mar Vermelho, onde eles compartilham uma fronteira e distribuir a água entre israelenses, jordanianos e palestinos.
A salmoura produzida na fábrica será bombeada para 150 quilômetros ao norte através da Jordânia. Para repor a água perdida do Mar Morto, cujo nível está caindo um metro a cada ano desde a década de 1.960, quando os dois países começaram a desviar o único rio que o alimenta. Em 2.020, esses antigos inimigos estarão bebendo a mesma torneira.









Jayme José de Oliveira
cdjaymejo@gmail.com
Cirurgião-dentista aposentado